Autos Segredos lista e explica os tipos de câmbio disponíveis na atualidade e os prós e contras de cada tipo de transmissão

Por Marcelo Jabulas

Nos últimos anos o volume de automóveis com transmissão sem pedal de embreagem cresceu de forma vertiginosa. Se na virada dos anos 1990 apenas importados eram equipados com tais recursos, hoje há opções inclusive no segmento de entrada.

A grande vantagem dessas transmissões é o conforto, principalmente no trânsito pesado das grandes cidades. Na estrada, a comodidade também se mostra na hora a ultrapassagem. Basta bombear rapidamente o acelerador que as marchas caem e o giro sobe.

Mas você sabe a diferença entre os diferentes tipos de caixas de marcha? Se não sabia, ficará sabendo agora.

Antes de mais nada é preciso explicar a função da transmissão para um automóvel. A transmissão, como o nome sugere, transfere o torque do motor para as rodas. Isso ocorre devido a conexão do volante do motor, conectado ao virabrequim, que por sua vez é girado pelas detonações nas câmaras de combustível.

Esses movimento giratório é levado para a transmissão mediante acoplamento da embreagem com o volante. A embreagem é o dispositivo que permite esse contato de forma progressiva. Dentro da caixa de transmissão há diferentes combinações de engrenagens que elevam ou reduzem a relação da rotação do motor.

A primeira, por exemplo, tem relação curta. Ou seja, a rotação das rodas é menor que o giro do motor. Por outro lado, é quando se tem a maior oferta de força. Por isso a primeira é lenta, mas capaz de vencer ladeiras.

Por outro lado, a quinta (por exemplo) em uma relação mais longa, para que se tenha mais velocidade com menor rotação. E entre tudo isso há um balé de engrenagens, garfos e luvas.

Assim, passada essas observações superficiais, mas não simplórias, vamos aos tipos de transmissão.

Manual

A caixa manual não é segredo para ninguém. Apesar do aumento das transmissões automáticas e derivados, as manuais ainda são a grande maioria nas ruas. Seu funcionamento é simples: O motorista pressiona o pedal da embreagem e aciona a marcha desejada empurrando a alavanca.

Quando se pisa no pedal esquerdo, é interrompido o contato entre a caixa e o volante do motor. Nessa hora aciona a alavanca, ela utiliza as luvas para fazer a conexão da próxima marcha seja para cima ou para baixo.

A ordem das posições de marchas varia de acordo com o fabricante, em que a ré fica na posição esquerda superior ao lado da primeira, ou na direita inferior (abaixo da quinta). Em modelos e seis marchas, geralmente fica ao lado da primeira.

Vantagens

  • Manutenção barata
  • Motorista controla as posições de marcha
  • Dá para mover o carro se embreagem acabar

Desvantagem

  • Exige manuseio constante
  • Suscetível a trancos e falhas de uso

Automática

A transmissão automática recorre a um equipamento batizado de conversor de torque para fazer as trocas. Esse mecanismo opera por com sistema hidráulico que tem sua pressão elevada ou reduzida de acordo com a rotação do motor.

Isso ocorre quando a embreagem (sim há um disco de embreagem) se conecta ao conversor de torque ele gira a bomba hidráulica que movimenta a turbina, que por sua vez transfere a energia para as engrenagens da transmissão.

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Apesar de modelos automáticos rodarem no Brasil há décadas, as primeiras tentativas de fabricação começou nos anos 1970, mas perderam fôlego. Nos anos 1990, com a abertura das importações fabricantes, como a GM instalaram caixas automáticas no Omega e também no Vectra.

Em meados dos anos 2000, modelos como Corolla, Pallas, 408 ajudaram a popularizar as caixas, que geralmente vinham com quatro velocidades. Atualmente há opções no mercado que variam de 4 a 10 marchas, mas a grande maioria adota opções com seis volocidades.

Vantagens

  • Conforto
  • Durabilidade
  • Trocas rápidas e suaves

Desvantagens

  • Manutenção cara
  • Impossível de dar partida no tranco

Robotizada

As caixas robotizadas surgiram como uma opção mais barata que as transmissões com conversor de torque. O primeiro modelo equipado com esse sistema, no Brasil, foi a Meriva, com a caixa Easytronic (fornecida pela Magneti Marelli). Em seguida Fiat e VW também adotaram a mesma solução da italiana, com os nomes Dualogic e I-Motion. A Renault apostou numa versão da alemã ZF, batizada de Easy-R

Seu sistema é basicamente uma transmissão manual que substitui o pedal e alavancas por um módulo robotizado que faz as trocas. No entanto, a grande maioria dos consumidores reclamam da operação do equipamento e dos trancos nas trocas.

Ao contrário do conversor de torque que faz as trocas de acordo com a pressão da turbina e e da manual em que o motorista gerencia se precisa subir ou não, a caixa robotizada se baseia na rotação do motor para fazer as trocas.

Por isso é comum a caixa trocar a marcha em uma subida de ladeira pois o sistema entende que ele atingiu a rotação para próxima marcha. Da mesma forma que numa abertura de sinal em declive ele segure a marcha pois interpreta que não chegou na rotação ideal.

Já os trancos ocorrem nas trocas das marchas mais fortes, primeira para segunda e na subida para terceira. Isso acontece pois o giro é mais elevado e, geralmente o motorista matém o pé no acelerador.

Nesse breve momento há um descompasso de rotação, que gera o desconforto. A dica é aliviar o pedal na hora das trocas, mas exige condicionamento para saber a hora que o robozinho vai entrar em ação.

Atualmente apenas a Fiat oferece esse tipo de transmissão, que foi rebatizada de GSR, ofertada nos modelos Mobi, Uno, Argo e Cronos. Vale lembrar que esse sistema, assim com as caixas manual demanda substituição da embreagem.

Vale lembrar que no final dos anos 1990, a Fiat lançou o sistema Citymatic, que antecede as caixas robotizadas. É um sistema em que o motorista faz sua troca manualmente. No entanto, ao mover a alavanca, um cabo aciona a embreagem no lugar do pedal.

Vantagens

  • Alívio para o pé esquerdo
  • Conforto no trânsito pesado

Desvantagens

  • Custo elevado de manutenção
  • Exige troca de embreagem
  • Trancos nas trocas

Robotizada de dupla embreagem

Tudo de ruim que você pode deve ouvido de uma caixa automatizada convencional vai por terra quando se fala de uma caixa de dupla embreagem. Esse tipo de transmissão se tornou padrão principalmente por fabricantes europeus como Audi, BMW, Ferrari, Lamborghini, Mercedes-Benz, Porsche e Volkswagen devido sua alta performance e trocas imperceptíveis. Esse tipo de caixa conta com um engenhoso sistema que dedica uma embreagem para as marchas pares e outra para as ímpares.

Assim, quando uma marcha está engatada, a próxima já está pronta para entrar em funcionamento e assim por diante. Tudo isso garante trocas muito rápidas, de forma bastante suave. O sistema inteligente de gerenciamento inclusive permite fazer trocas não sequenciais, dependendo da demanda de torque e velocidade. Tudo muito rápido.

O grande senão dessas transmissões é seu custo elevado, que tem feito com que até mesmo fabricantes de maior valor agregado tenham voltado a usar opções com conversor de torque.

No Brasil as caixas de dupla embreagem ficaram manchadas pela falha de projeto da transmissão Powershift da Ford. Essa caixa equipou modelos como Fiesta, Focos e EcoSport. O prejuízo foi tamanho que a marca atualmente utiliza caixa com conversor de torque de seis marchas no SUV e nos irmãos Ka e Ka Sedan.

Vantagem

  • Trocas muito rápidas
  • Aumento de performance

Desvantagem

  • Custo elevado de manutenção

CVT

E por fim temos a transmissão de variação contínua, vogo CVT. Esse tipo de transmissão consiste na união de duas polias cônicas e uma correia, que alteram as relações em relação ao virabrequim, sem a necessidade de engrenagens.

Trata-se de um conceito de engenharia secular, elaborado por Leonardo Da Vince, lá na Renascença, mas que foi patenteado no final do século 19. O sistema foi adotado em motocicletas, no início do século passado, mas só apareceu num automóvel nos anos 1950.

No entanto, a popularização do câmbio CVT teve início final da década de 1980, na indústria japonesa, que praticamente abraçou a tecnologia e fez desse sistema padrão em boa parte dos modelos que vêm de lá.

A caixa CVT utiliza seu conceito de engenharia para permitir infinitas relações de marcha que se ajustam à necessidade de torque. No entanto, modelos mais sofisticados contam com gerenciamento que simula posições de marcha, como o caso da caixa do novo Corolla, que entrega até 10 velocidades emuladas. Essa programação visa oferecer maior performance ao automóvel, uma vez que seu uso é totalmente focado na eficiência energética.

Atualmente Honda, Nissan, Renault e Toyota são as fabricantes que utilizam caixa de câmbio do tipo CVT no mercado brasileiro.

Vantagens

  • Eficiência
  • Suavidade

Desvantagem

  • Menor performance

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