Hatches, sedãs, monovolumes e até SUVs para escapar da alta dos preços dos 0 km e seminovos
Por Fernando Miragaya
Nove em cada 10 pessoas que conversam sobre carros com esse escriba que vos dirige tais letras classifica o preço dos automóveis atualmente como “imoral”. A inflação no setor automotivo alcançou níveis estratosféricos e hoje qualquer compacto um pouco mais equipado passa fácil dos R$ 100 mil. Como os seminovos também estão colados nessa escalada de preços, o jeito é partir para usados um pouco mais antigos.
Autos Segredos fez um levantamento de 10 carros completos até R$ 50 mil. São modelos de tipos e anos variados Tem hatch compacto, sedã, station-wagon média, monovolume, picape e SUV, boa parte com até uma década de uso, mas que podem ser uma ótima opção de automóvel mais equipado e funcional para o seu dia-a-dia.
Como sempre frisamos, tempo e quilometragem não são tudo na escolha de um veículo de segunda mão. Histórico de manutenção e estado de conservação são muito mais importantes na escolha do usado. Por isso, é preciso pesquisar bastante não só o veículo desejado, como também o seu retrospecto. E não fechar negócio na empolgação.
Veja, então, 10 carros completos até R$ 50 mil que separamos. Os preços aqui são valores médios baseados em pesquisas em sites especializados na compra e venda de automóveis na penúltima semana de abril de 2022.
O monovolume da Honda é sempre uma dica confiável de carro completo até R$ 50 mil. Com sua fama de robusto e de veículo inquebrável, o Fit também atrai pelo espaço interno e boa capacidade do porta-malas. Nesta segunda geração, o modelo tinha duas opções de motores, entre eles este 1.4 com comando variável, que tem consumo regular e manutenção relativamente simples.
O câmbio automático de cinco marchas desta fase do Honda Fit anima mais que os CVTs que vieram antes e depois. Destaque ainda para os freios a disco nas quatro rodas da versão LXL. De ruim no carro, a suspensão dura, a frente que costuma raspar em qualquer rampa e o acabamento interno.
O compacto é aquele carro fácil de achar e vender. Além da fama de robustez e ótima liquidez, o Gol tem manutenção considerada simples e abundância de peças no mercado de reposição. O desempenho do velho motor 1.6 EA 111 não deixa a desejar, acompanhado de um câmbio manual com curso justo, engates precisos e bem escalonado.
Porém, conforto nunca foi o forte do Volkswagen Gol. O acabamento é fraco, a suspensão tem acerto firme e a posição de dirigir é pouco ergonômica. Além disso, é preciso ficar atento às diferentes configurações do hatch à época com o motor 1.6, já que muitos ofereciam ar, retrovisores elétricos e rodas de liga-leve como itens opcionais.
Um dos sedãs médios incompreendidos do mercado, e dos mais equipados entre os 10 carros completos por até R$ 50 mil. Projeto sul-coreano para substituir o Renault Mégane, o Fluence também padeceu do mal de tentar brigar com a dupla Civic/Corolla. Obviamente não teve sucesso, mas é uma ótima opção de sedã usado espaçoso, confortável e bem recheado.
O motor 2.0 garante bom desempenho e rodar suave em conjunto com a caixa CVT – que tem marchas virtuais. Só não espere eficiência, principalmente com etanol no tanque. Também é preciso estar ciente de que a manutenção não é lá muito barata e a liquidez do modelo da marca francesa é um problema.
Para quem curte picape, a Strada pode ser uma opção de carros completos até R$ 50 mil. Ainda mais na configuração Adventure, uma das mais completas da linha, com visual cheio de apliques na carroceria, pneus de uso misto, estribos laterais e suspensão reforçada. As opções cabine estendida se encaixam na nossa régua de preço e ainda é possível encontrar exemplares com opcionais interessantes, como retrovisor eletrocrômico.
Outra boa nesta Fiat Strada é a função Locker. O bloqueio eletrônico do diferencial não vai permitir a você desbravar trilhas inóspitas, mas pode fazer a diferença em uma situação de atoleiro. O motor 1.8 E.torQ é beberrão e áspero, porém, tem força de sobra para mover a picape e ajudar a garantir uma capacidade de carga de 685 kg.
Se depender das nossas listas, as peruas jamais morrerão. Está aí a Toyota Fielder entre os carros completos até R$ 50 mil que não nos deixa mentir. Apesar de ter saído de linha exatamente neste ano de 2008, a station-wagon usufrui das mesmas virtudes do sedã Corolla: boa reputação mecânica, facilidade de peças e fama de manutenção que não dá dor de cabeça.
O motor 1.8 16V tem aquele comportamento pacato, contudo bastante confortável. O porta-malas é menor que o do sedã, mas assim mesmo leva bastante coisa e tem ótimo vão para colocação de bagagens. Boa liquidez e valorização também acompanham a Fielder no segmento de usados e é fácil achar modelos com bancos de couro, que era opcional na XEi.
O SUV já era montado em Goiás nesta época e passou a usar motor flex em 2013 – por isso, existem exemplares só movidos a gasolina anunciados também. O motor 2.0 da família Beta garante bom desempenho ao SUV médio, só que bebe bem. O câmbio automático de quatro marchas, apesar de garantir conforto, não contribui para a eficiência, com muitas imprecisões.
Porém, tem-se um utilitário esportivo com boa altura em relação ao solo e robustez na medida certa. Além disso, o espaço interno e o porta-malas o credenciam como um bom carro completo até R$ 50 mil e para uso familiar. Fique atento porque, apesar de ter vendido bem, é difícil encontrar peças específicas do Tucson.
Em 2014, o Chevrolet Onix ainda não era o automóvel de passeio mais emplacado do país, mas dava sinais de que assumiria o posto. O compacto já vendia bem graças ao custo/benefício interessante, manutenção com preços razoáveis e versões que o credenciam como um dos carros completos até R$ 50 mil.
A opção LTZ era a topo de linha e oferece bom recheio, mesmo para os dias de hoje. No conjunto mecânico, o velho e conhecido motor 1.4, que, apesar da idade e da aspereza no rodar, destaca-se pela robustez. Conforto, acabamento e isolamento acústico, porém, deixam a desejar no compacto da GM.
Um dos carros completos até R$ 50 mil mais equipados é esta versão topo de linha do saudoso New Fiesta – da época em que a Ford ainda tinha fábrica no Brasil. O compacto tem bastante itens de segurança e de conforto, e acerto dinâmico interessante dentro do segmento.
O motor 1.6 da família Sigma é girador e trabalha melhor em rotações altas. Mesmo assim, é um bom conjunto para a cidade, com consumo moderado – ainda mais para os padrões de 2015. Só não espere muito em termos de espaço interno e no porta-malas, nem do acabamento.
O Versa em questão é uma boa pedida para quem quer um carro mais novo, relativamente equipado e até R$ 50 mil. A configuração SV do sedã compacto que era produzido no Brasil vem com o mínimo para se sobreviver no trânsito com dignidade, mas ganha pontos mesmo é no generoso espaço interno e na capacidade do porta-malas.
Além disso, o Versa sempre se destacou por ter um dos custos das revisões mais baixos do segmento de compactos. O motor 1.6 é o suficiente para mover o modelo e também preza pela economia. Os bancos poderiam ser mais confortáveis e o acabamento, menos datado – mesmo para 2016.
Mais um SUV para fechar a nossa lista de carros completos até R$ 50 mil. E logo um com DNA 4×4 da Suzuki. O Grand Vitara é muito idolatrado por adeptos dos sport-utilities, tanto pela robustez, como pelas capacidades off-road e altura do solo de 20 cm.
O motor 2.0 apresenta um desempenho satisfatório, sem grandes arroubos de performance e um pouco limitado pela caixa de quatro velocidades. O modelo oferece conforto a bordo e ainda é possível levar as variantes com tração nas quatro rodas dentro da nossa régua de R$ 50 mil.