Autos Segredos apurou que a Honda está comprando unidades do Civic de 1998 a 2000, que atenderam o primeiro chamado para desabilitar o airbag, para destruí-los

O recall dos airbags da Takata é um dos maiores da história e segue dando dor de cabeça aos fabricantes. A Honda que o diga. Nossa reportagem apurou que a marca está recomprando algumas unidades do Civic 1998/1999, 1999/1999, 1999/2000.

Segundo apurações do Autos Segredos, a recompra é válida para os casos em que os primeiros proprietários levaram seus Honda Civic para o primeiro chamado de recall, em fevereiro de 2020,  para desabilitar o sistema de airbag. Na época, a convocação também afetava os modelos Accord, CR-V, Odyssey e Civic modelos 1996 a 2000.

E o motivo para a recompra é que na desativação dos airbags dos Civic modelos 1998 a 2000 os fios do sistema de airbag do condutor foi cortado. E é justamente isso que está impedindo o reparo. O conserto pode até ser feito, mas não é economicamente viável.

Civic e airbags mortais: Segundo chamado

A convocação para o reparo definitivo foi realizada em julho de 2020. Porém, apesar da resposta dizer que o corte dos fios não impede o reparo, nossas apurações indicam que ele é um impeditivo para o conserto. Tanto que nas unidades que não atenderam o primeiro chamado, nossa reportagem apurou que o recall é executado sem nenhum problema.

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Independentemente do estado do carro, a Honda está pagando valores de tabela Fipe nas unidades. Nossa reportagem apurou que a Honda já teria recompardo cerca de 300 unidades do Civic. Após os trâmites legais elas são baixadas e encaminhadas para a fábrica de Sumaré ou Itirapina (SP) para serem destruídas.

Os valores pagos pela marca aos donos do Honda Civic recolhidos pelo recall dos airbags mortais começa em R$ 14.673 para unidades 1998 e chega aos R$ 16.993 para modelos 2000. Mas os valores mudam de acordo com a versão e ano do carro em questão.

O Autos Segredos apurou que há carros bem conservados e com quilometragens bem baixas, alguns de um único dono.

Caso é grave

O recall da Takata envolve várias marcas e não é restrito aos modelos da Honda. Por conta do grave defeito, em caso de colisões frontais que demandem o acionamentos dos airbags, sejam elas moderadas ou severas, pode ocorrer o rompimento da estrutura do insuflador e, eventualmente, ocasionar a projeção de fragmentos metálicos no interior do veículo. Em alguns casos, a bolsa do airbag pode não ser inflada com eficiência, perdendo a sua funcionalidade. Em casos extremos, o defeito pode causar, além de danos materiais, lesões graves ou até mesmo fatais aos ocupantes e/ou terceiros.

Morte registrada

Em fevereiro de 2020, a Honda tornou público um caso de um acidente no Rio de Janeiro, envolvendo o veículo New Civic LXS 2008, que resultou na morte do motorista por conta dos airbags mortais. A perícia determinou que houve a ruptura anormal do insuflador do airbag Takata, causando ferimentos que levaram à morte do motorista.

Na época, a Honda afirmou que foi a primeira ocorrência fatal provocada por ruptura do insuflador de airbag Takata no Brasil. A Honda já comunicou as autoridades competentes e seguirá colaborando disponibilizando as informações sobre a ocorrência.

O fabricante também afirmou que unidade em questão foi convocada em 2015 para troca do insuflador, mas infelizmente, ela não foi levada para reparo.

Por conta da grave situação, a marca tem feito desde 2010 diversas campanhas de conscientização para que os proprietários de modelos afetados pelo grave recall dos airbags mortais atendam as campanhas de reparo.

Honda responde

“A Honda, pautada pelo princípio de respeito aos clientes, informa que o atendimento para o reparo de insufladores de airbag segue vigente e reforça que esse procedimento pode ser realizado mesmo quando, previamente, houve o corte da fiação do componente, uma vez que a peça é substituída por completo. A empresa realiza tratativas individualizadas com os consumidores e pode realizar a recompra em casos pontuais, e não confirma a informação de que 300 veículos já foram readquiridos. A Honda Automóveis possui um criterioso processo de controle de qualidade em sua linha de produção e executa, de forma constante, o monitoramento das unidades já vendidas como forma de assegurar que os seus produtos atendam aos mais rigorosos padrões de qualidade e segurança.”

(*) Texto alterado às 9h40 do dia 13 de julho de 2021 para inclusão da resposta da Honda.

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