[Primeira volta] Tracker 1.2 Premier anda bem, mas arranca devagar

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Sem lançamento presencial, Autos Segredos consegue uma degustação com o novo Tracker 1.2 Premier. Pacote de equipamentos agrada e conjunto mecânico tem desempenho honesto

O Autos Segredos conseguiu andar no Tracker 1.2 Premier, versão topo de linha do SUV compacto da Chevrolet. Nessa primeira degustação, fizemos uma pequena viagem com o lançamento mais importante da marca nos últimos anos. O motor 1.2 tem suas limitações, mas consegue empurrar o SUV e ser elástico quando necessário.

Com preço sugerido de R$ 112 mil, a versão que nossa reportagem teve o primeiro contato tem a carroceria na cor Azul Power que soma mais R$ 1.600 na conta. A lista de equipamentos do SUV é interessante desde a versão de entrada e a topo de linha se sobressai com muitos itens de conforto e segurança.

Como é o Tracker 1.2 Premier

Um dos pontos negativos da geração anterior do Tracker era o porta-malas pequeno e o espaço interno limitado. Apesar do entre-eixos de 2,57 metros, o aproveitamento do espaço interno é satisfatório, quatro adultos viajam confortavelmente. O porta-malas também cresceu para 393 litros – apesar da capacidade ter aumentado, o SUV só ganha do Jeep Renegade.

A sensação claustrofóbica na porção dianteira do Tracker mexicano não existe mais. O painel mais recuado contribui para melhorar o espaço dianteiro. Na largura, a situação melhorou bastante.

Diferentemente da linha Onix, os bancos dianteiros do Tracker oferecem melhor conforto, os assentos não são curtos e apoiam bem as pernas. O encosto segura bem o corpo e o apoio de cabeça não é integrado como no Onix.

Ponto negativo é o ajuste de altura manual do banco do motorista mesmo no Tracker 1.2 Premier, versão mais cara do SUV. Já a coluna de direção tem ajuste em altura e profundidade. Outro deslize é o freio de estacionamento ainda com acionamento por alavanca.

E no banco traseiro?

Na parte de trás, a segurança agora é completa com cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes. O espaço é ideal para dois adultos viajarem com conforto. Com três o espaço aperta, mas não é nada desesperador, principalmente se o trajeto não for longo. Assim como os assentos dianteiros, os traseiros apoiam bem as pernas.

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Mesmo com os bancos dianteiros completamente recuados para trás, o espaço para as pernas dos ocupantes ainda é bom.

Ainda atrás, o espaço para as cabeças é um pouco prejudicado pelo rebaixamento para abrigar o teto solar.

Acabamento

No quesito acabamento, o Renegade ainda é a referência entre os SUVs compactos pelo uso de materiais emborrachados. Mas o Tracker 1.2 Premier está na média da concorrência: apesar de rígidos os plásticos são de boa qualidade e nesse primeiro contato não notamos rebarbas. Aliás, observamos o cuidado no acabamento desde a versão de entrada com câmbio manual.

A versão Premier conta com uma faixa central no painel simulando material sensível ao toque. Nos apoios de braço das portas dianteiras, também uma forração com material levemente sensível ao toque. Mas como é de praxe em todos os fabricantes, as portas traseiras não tem o aplique e são completamente em plástico rígido.

Na versão Premier, os banco são revestidos em material sintético na tonalidade azul e, mesmo não sendo couro, o acabamento agrada aos olhos e no conforto.

Já o apoio de braço central é recuado e não cumpre sua função, servindo apenas como mais um porta-treco.

Painel é funcional

O desenho do painel segue as linhas do Onix com algumas pequenas alterações. O quadro de instrumentos é o mesmo com os mostradores analógicos nas extremidades e no centro uma tela em TFT de 3,5 polegadas que mostra as informações do computador de bordo e demais funções do carro. Na versão Premier, a tela é colorida.

Em termos de ergonomia, os comandos estão todos a mão. A central multimídia tem o mesmo desenho da gama Onix, mas a tela é de oito polegadas. Ponto positivo é seu posicionamento que não tem interferência dos raios solares e é visível o tempo inteiro.

Equipamentos

Além do preço menor que seu concorrente direto, o VW T-Cross, a lista de equipamentos do Tracker é bem mais atraente desde a versão de entrada. Com exceção do Tracker PcD, as demais são equipadas inclusive com o Wi-Fi nativo.

A lista inclui rodas de liga de 16 ou 17 polegadas, seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, MyLink 3 com tela de oito polegadas.

Na versão Premier, a lista ainda agrega faróis e lanternas em LED, teto solar panorâmico, maçanetas externas cromadas, ar-condicionado digital, carregador wireless, sistema de estacionamento automático, sensor de estacionamento dianteiro, entre outros.

No quesito segurança, o Tracker 1.2 Premier ainda agrega alerta de colisão, frenagem automática de emergência em baixa velocidade, indicador de distância do veículo da frente e sistema de monitoramento de pressão dos pneus.

Andando

Equipado com rodas de 17”, o Tracker 1.2 Premier tem rodar mais firme, mas ainda assim é confortável. A suspensão filtra bem as imperfeições do solo e pouco se sente os solavancos de piso irregulares. O centro de gravidade mais alto é compensando pelos controles eletrônicos.

O motor 1.2 Turbo e o câmbio automático tem casamento correto e as trocas de marcha são efetuadas no momento certo.

O Tracker 1.2 peca pela arrancada lenta, afinal até 2.000 rpm: não há mágica enquanto a turbina não “enche”. A partir desta rotação, quando turbo entra em ação, o SUV anda bem e chega a ser bem elástico e proporciona uma condução divertida.

O bom isolamento acústico também é ponto positivo, assim como a gama Onix, o Tracker tem manta acústica forrando a parte interna do capô.

Quando se fala em motor turbo, muitos ainda acham que a principal função é proporcionar um comportamento esportivo, mas não é o caso dos motores pequenos, cuja principal função é ser econômico e fornecer um desempenho adequado ao uso familiar como no caso do Tracker e demais modelos que fazem uso da tecnologia.

No Tracker 1.2 Premier, isso não é diferente: o comprador não deve esperar um desempenho extraordinário, pois não é o perfil do carro. Entretanto, tirando a arrancada mais lenta, em ultrapassagens o motor permite uma condução segura e enche rápido proporcionado o torque máximo quando se é necessário.

O desempenho final do motor 1.2 agrada e em certos momentos é bom até ficar atendo as placas de regulamentação de velocidade.

Conclusão

Tirando o péssimo momento no mercado brasileiro e mundial devido ao Covid-19 (Coronavírus), com o Tracker, a Chevrolet tem tudo para deixar de ser mera coadjuvante no segmento de SUVs compactos. O produto tem proposta interessante para quem é fã de SUVs, tem preço dentro da média e lista de equipamentos bem atraente. Agora, resta esperar receber o modelo para avaliação e aí sim, publicarmos uma avaliação mais detalhada.

Ficha técnica: Chevrolet Tracker 2021

Ficha técnica
Motores  3 cilindros em linha, 12 válvulas, flex
Potência116 cv (gasolina/etanol) a 5.500 rpm  / 1.2 turbo: 132 cv (g); 133 cv (e) a 5.500 rpm
Torque16,3 kgfm (g); 16,8 kgfm (e) a 2.000 rpm / 1.2 turbo: 19,4 kgfm (g)  e 21,4 kgfm (e) a 2.000 rpm
Câmbiomanual de 6 velocidades ou automático com 6 marchas
Rodas e pneusaço ou liga leve 215/60 R16;  liga leve 215/55 R17 (LTZ e Premier)
Suspensão dianteiraMcPherson com barra estabilizadora
Suspensão traseirabarra de torção sem barra estabilizadora
Freios do novo Tracker 2021discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Dimensõescomprimento: 4,270 m; entre-eixos: 2,570 m; altura: 1,62 m (com barras de teto); largura: 1,791 m (sem retrovisores)
Altura livre do solonão disponível
Ângulo de entradanão disponível
Ângulo de saídanão disponível
Peso em ordem de marcha1.196 kg  a 1271 kg (de acordo com a versão)
Carga útil410 kg
Porta-malas393 litros
Tanque44 litros

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