Primeira volta: Carroceria Sportback é a maior novidade do Audi Q5

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Q5 estreia uma leve reestilização, nova opção de carroceria e mais tecnologia de assistência ao motorista

Por Hairton Ponciano
Especial para o Autos Segredos

O Audi Q5 acaba de passar por uma leve reestilização, que atualizou o visual exterior. Porém, o mais importante é a chegada da carroceria Sportback, lançada mundialmente em novembro do ano passado. Outra novidade é que finalmente o Q5 recebeu tecnologias que já estavam há um bom tempo em outros carros da marca, como os dispositivos de auxílio ao motorista. É o caso de controlador de velocidade adaptativo e sistema de manutenção em faixa.

Em termos de pioneirismo, o Audi Q5 inaugura a tecnologia OLED, presente nas lanternas. A marca costuma ser protagonista quando o assunto é iluminação, e no SUV ela deu mais um pequeno passo nessa direção. A letra “O” é o indicativo de que os LEDs são orgânicos. Isso possibilita mais liberdade nos projetos, porque as luzes podem ter novos formatos. No Q5, há três possibilidades de iluminação, que a Audi chama de “assinaturas”. Elas são dotadas de sensores de presença, e acendem ao detectar por exemplo uma pessoa nas proximidades. Por enquanto, a novidade não muda nossa vida, até porque se trata de um opcional (R$ 7 mil) disponível somente na versão mais cara (S line Black). Mas representa um pequeno passo para uma montadora e um grande passo para a iluminação. É esperar para ver. Levamos o Audi Q5 e o Q5 Sportback para um longo roteiro de dois dias de ida e volta entre São Paulo e Poços de Caldas, no sul de Minas, para conhecer as novidades.

O Audi Q5 parte de R$ 309.990, enquanto o Sportback mais barato custa R$ 369.990. A diferença é grande (20%), mas há uma explicação. Enquanto o SUV oferece uma versão básica, Prestige, o Sportback parte da S line, que é a intermediária no modelo tradicional. É a partir da S line que o Q5 recebe novidades como controle de cruzeiro adaptativo, sistema de manutenção em faixa e faróis full LED Matrix. Isso significa que, apesar do nome, a versão Prestige não tem tanto prestígio assim. O Q5 S line custa R$ 344.990, R$ 25 mil a menos do que o Sportback. A versão mais cara, S line Black, tem preço sugerido de R$ 370.990 no Q5 e R$ 395.990 com a carroceria mais esportiva. A Audi divulga preços referentes à modalidade de venda direta.

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A reestilização serviu para dar ao SUV o mesmo padrão visual dos demais modelos da linha, que já haviam mudado. Ele ganhou a nova grade octogonal, mais volumosa, e novos para-choques na frente e atrás. As entradas de ar dianteiras estão maiores e têm formato trapezoidal.

Mecânica não mudou, mas agora trabalha com sistema híbrido “leve”

Motor e câmbio não passaram por alterações. Aparentemente, o velho conhecido 2.0 TFSI, com turbo de injeção direta, ainda tem lenha para queimar (ou gasolina, no caso). Gera 249 cv de potência e 37,7 mkgf. Na verdade, poderia render até mais, e só não o faz por questões de emissões. Como comparação, na Europa este mesmo motor tem 265 cv. Já o torque é o mesmo aqui e lá, e está presente a partir 1.600 rpm. Assim, nem dá para reclamar dos 16 cavalos que saíram do México (onde o Q5 é produzido) e foram para o velho continente. Falando em conhecidos, o Q5 também traz o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas (S tronic). É tão velho (no bom sentido) como eficiente. Ele se entende bem com o motor e faz seu trabalho de forma rápida, sem demora nas trocas.

O intruso sob o capô é o sistema híbrido leve de 12 volts. A Audi tem trilhado uma rota diferente no que diz respeito à hibridização. Em vez de acoplar um motor elétrico para ajudar a unidade a combustão na tração do veículo (como a maioria das marcas), a marca de Ingolstadt emprega um gerador que ao mesmo tempo é alternador e motor de partida. O sistema utiliza uma bateria de íons de lítio, que acumula energia durante desacelerações. Por meio de uma correia, o engenho permite que o automóvel ande com o motor desligado (portanto sem gastar um pingo de gasolina) em velocidades de cruzeiro, de 55 a 160 km/h.

De acordo com o Inmetro, o Q5 faz 7,8 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada. Apesar dos esforços tecnológicos, em consumo ele “tirou” nota D tanto em sua categoria como na geral.

Já em emissões ele é exemplar e obteve nota A.

A Audi informa que o desempenho é exatamente o mesmo no Q5 SUV e no Sportback. Ele faz 0 a 100 km/h em 6,3 s e chega a 237 km/h. As diferenças de dimensões também são desprezíveis: o Sportback é somente 2 mm mais baixo (1,66 m) e 7 mm mais longo (4,69 m).

Q5 é bom de estrada

Dirigir o Q5 continua a ser uma experiência agradável, especialmente em viagens. Embora o modelo não tenha aquele vigor de esportivo (afinal, estamos em um SUV de 1.835 kg), as respostas são satisfatórias. Acelerações e retomadas não decepcionam, especialmente no modo dinâmico. O motorista seleciona os modos de condução no painel. Além disso, na alavanca de câmbio também há opção de comutar entre o padrão (drive) e o esporte.

A tração integral Quattro ultra é de série em todas as versões, e mantém a tradição de garantir boa estabilidade. Em condições normais ela privilegia a força na dianteira, mas transfere torque para trás quando necessário (perda de tração na frente, por exemplo). Colabora também (e muito) a suspensão independente nas quatro rodas. O Q5 utiliza sistema de cinco braços na frente e atrás. Ela está bem acertada e combina conforto com pouca inclinação de carroceria em curvas. Direção elétrica bem calibrada e freios (disco nas quatro rodas) eficientes completam o pacote.

O resultado disso tudo é uma viagem confortável, tanto em retas como em circuitos mais sinuosos. O ar-condicionado digital tem três zonas de temperatura com regulagens independentes, e as superfícies de painel e portas são macias. Além disso, os materiais utilizados no acabamento transmitem sensação de boa qualidade. O quadro de instrumentos virtual de 12,3″ pode ser configurado, e a fina tela da central multimídia de 10,1″ é levemente voltada para o motorista. Aliás, finalmente a central multimídia MMI com tela de 10,1″ passa a ser sensível ao toque. O sistema de som da Bang & Olufsen (outro opcional) tem 19 alto-falantes e 755 Watts.

Sportback praticamente manteve o espaço do SUV

Até a coluna central, Q5 e Q5 Sportback são iguais. Isso significa que as portas dianteiras são compartilhadas. Mas da metade para trás a linha de teto no Sportback tem uma queda suave, que emenda com a tampa traseira. O curioso é que, embora pareça um pouco mais compacto (especialmente quando visto de traseira), e portanto mais leve, o Sportback é 15 kg mais pesado. São 1.850 kg (incluindo motorista). Também contrariando o senso comum, o SUV tem aerodinâmica melhor que o modelo “acupezado”. Segundo a Audi, o SUV tem Cx 0,30, enquanto o Sportback tem Cx 0,31. Quanto menor o número, melhor a aerodinâmica, e menos “briga” com o ar.

Além do vidro traseiro menor (que não chega a comprometer a visibilidade), SUV e Sportback têm para-choques diferentes atrás. O Q5 “normal” tem duas saídas de escape falsas nas extremidades (o cano de exaustão fica oculto sob o carro). Já o Sportback não tem saídas de escapamento aparentes, falsas ou reais. Além disso, o para-choque tem um difusor de ar na parte inferior.

A nova carroceria também praticamente não altera o conforto de quem vai atrás. Apesar da leve queda no teto, a distância do banco ao forro superior diminuiu apenas 16 mm no Q5 Sportback.

Mesmo assim, embora seja homologado para cinco pessoas, na prática o Audi Q5 é um carro para quatro ocupantes. Isso porque o túnel central muito alto elimina qualquer resquício de conforto a um eventual quinto elemento. Por outro lado, há saída de ar-condicionado com regulagem independente e bom espaço para as pernas, graças ao amplo entre-eixos, de 2,82 m. No porta-malas, a diferença é de apenas dez litros. Segundo a Audi, o SUV acomoda 520 litros, contra 510 l do Sportback.

Tecnologia mais avançada está apenas nas versões mais caras

Em termos de tecnologia, as maiores novidades estão a partir da versão S line (intermediária do SUV e básica no Audi Q5 Sportback). Como item de série, a versão Prestige (somente no SUV) vem com ar-condicionado de três zonas, quadro de instrumentos virtual, rodas de liga leve aro 19″, chave presencial e botão de partida, entre os principais itens.

A S line acrescenta sistema de navegação na central multimídia MMI, controle de cruzeiro adaptativo com aviso de saída de faixa, faróis full LED Matrix e teto solar panorâmico. Já a topo de linha S line Black vem ainda com memória para ajuste do banco do motorista, rodas aro 20″, acabamento preto no teto e um dispositivo que alerta o motorista caso ele esteja abrindo a porta e alguém esteja se aproximando, para evitar acidente.

Afora esses equipamentos, a Audi deixou outros itens apenas como opcionais. É o caso das lanternas OLED, que custam R$ 7 mil e são oferecidas somente na versão mais cara. O som da Bang & Olufsen também só pode equipar o modelo topo de linha, por R$ 8 mil. Já o head up display (que projeta informações no para-brisa) custa R$ 7.500 e está disponível nas versões S line e S line Black. O porta-malas com abertura por movimento do pé é item de série nas duas versões mais caras e sai por R$ 4 mil na Prestige.

Para finalizar, a Audi oferece um kit que inclui rodas aro 20″ e acabamento padrão fibra de carbono nas capas dos retrovisores e na parte inferior das portas, por R$ 12 mil.

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