SUV de sete lugares valoriza tecnologia e segurança. Surpreende a dirigibilidade pelas dimensões e peso. Motor turbodiesel tem mais torque e mesma potência de Compass e Renegade. Leia o teste

Por Paulo Eduardo

O Commander é o primeiro modelo da Jeep desenvolvido no Brasil. Será exportado para países latino-americanos. A versão avaliada é a Limited, que não tem itens opcionais assim como a topo de linha Overland.

As linhas da carroceria são sóbrias e retilíneas. Nenhuma ousadia de estilo que pudesse afugentar os conservadores. O estilo agrada e as dimensões chamam a atenção. O trunfo do modelo são os sete lugares. Faz frente ao Chevrolet TrailBlazer e ao Toyota SW4.

Os dois últimos são montados sobre chassi enquanto a carroceria do Commander é monobloco. Mantém a suspensão independente no eixo traseiro assim como Compass e Renegade, os ‘’irmãos’’ menores.

Os bancos da terceira fileira tiram bastante espaço do porta-malas, limitando o número de bagagens. Tem-se a opção de escamotear no assoalho um dos bancos e levar mais bagagem se forem apenas seis ocupantes.

Os dois bancos individuais e com encosto reclinável da terceira fileira têm acesso difícil e, por isso, apropriados às crianças. As portas têm bom ângulo de abertura. Quem compra carro de sete lugares, tem família numerosa e os pequenos se divertem com os assentos individuais.

Os bancos da segunda fileira têm encosto reclinável e regulagem longitudinal com 14 centímetros, podendo aumentar espaço para pernas ou bagagem. A cada um conforme sua necessidade.

Os bancos dianteiros têm boa anatomia e regulagens elétricas de assento, encosto e a importante lombar somente para o motorista. O passageiro não conta com a lombar e as demais regulagens do banco são manuais. Pelo preço e sofisticação, a lombar deveria estar lá.

O acabamento interno segue o padrão da Jeep e é benfeito. Há aplique de couro na parte frontal do painel central. Destoam as pontas de parafuso na dobradiça central das portas dianteiras. Nas portas traseiras, esse acabamento está correto.

Porém, o forro das portas traseiras é de polipropileno duro. Nas portas dianteiras, a forração é de polipropileno emborrachado. A qualidade percebida vale somente para os ocupantes da frente.

Comandos ao alcance das mãos como preza a boa ergonomia. Os senões em ergonomia são abaixar para acessar os bancos das segunda e terceira fileira; o volante forrado em material permite deslize acidental das mãos e concentra muitos comandos.

É como acessar a tela tátil de 10,1 polegadas com o veículo em movimento. Isso obriga o motorista a tirar os olhos da via, o que compromete a segurança que se destaca no Commander desde o material da carroceria aos itens de segurança autônoma.

Além dos sete airbags, incluindo para o joelho do motorista, o Commander Limited 380 TD tem frenagem automática de emergência contra pedestre, ciclista e veículo; farol alto automático; alerta de saída de faixa com interferência no volante; controle automático de velocidade adaptativo.

E também alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta de placas de velocidade e alerta de ponto cego nos retrovisores enormes que compensam um dos poucos pontos negativos do carro: a visibilidade traseira. Câmera de ré de ótima definição ajuda muito. Há o assistente de estacionamento automático.

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Os faróis em LED têm regulagem elétrica de altura do facho, que é muito importante em carro que leva sete ocupantes. Facho baixo tem bom alcance e os auxiliares de neblina são importantes na visibilidade próxima ao carro.

Limpadores eficientes e também os lavadores do para-brisa. No vidro traseiro, o limpador varre área somente na parte central. Isso restringe ainda mais a visibilidade.

O sistema multimídia tem navegação nativa, compatibilidade com Android e Apple. Carregamento de celular é por indução, há portas USB e tomada de 12 volts. O quadro de instrumentos com tela de 10,25 polegadas é digital e configurável.

Ar-condicionado de duas zonas com duto para as segunda e terceira fileira, partida e entrada sem chave, para-brisa e vidros laterais térmicos, além da abertura e fechamento da tampa do porta-malas por comando elétrico.

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Ao colocar o Commander Limited 380 TD em movimento, vem boa surpresa. O grandalhão de 4,80 metros de comprimento e quase 1,9 tonelada de peso surpreende pelo com comportamento dinâmico. Comportamento previsível em curva e freios a disco nos eixos muito eficientes para parar em espaço de segurança.

Imagina-se algo desajeitado. Ao contrário, tem direção bem calibrada e pouca movimentação da carroceria. Diâmetro de giro é grande (11,8 metros), mas o Commander manobra bem em espaço apertado.

Suspensão bem calibrada e confortável sobre imperfeições. Ocorre transferência das irregularidades com desconforto tolerável. Pneus são de uso misto e as rodas enormes de 18 polegadas tornam o rodar menos confortável.

 Por outro lado, a grande distância entre-eixos (2,79 metros) torna o rodar mais confortável. São 16 centímetros a mais em relação ao Compass.

A vocação para encarar o fora de estrada está mantida pela grande altura do solo (21,2 centímetros), os bons ângulos de ataque, saída e rampa. A tração é 4×4 com reduzida. Há seletor de terrenos (areia, barro, neve e automático) e controle de descida.

O motor turbodiesel teve o torque aumentado em 3 kgfm e a potência permanece inalterada (170 cv). Está adequado para as novas normas do Programa Nacional de Controle de Emissões (Proconve) L7 a partir de janeiro de 2022.

As alterações no motor foram: volante, conversor de torque e turbina, além da curva do pedal do acelerador. Isso permitiu aumentar torque e diminuir emissão.

Usa aditivo Arla32 na redução dos gases poluentes. O tanque tem capacidade para 10 litros e, segundo a Jeep, a autonomia do aditivo é para 10 mil quilômetros.

O desempenho do Commander Limited 380 TD é melhor na aceleração do que na retomada (ultrapassagem) quando a reação não é imediata. Porém, o desempenho é bom e o aumento no torque é fundamental para ter mais força em baixa rotação.

O consumo de diesel registrado no computador de bordo foi de 7 km/l na cidade e de 12 km/l na estrada.

O câmbio é o automático ZF de nove velocidades com conversor de torque. Ocorrem trancos leves nas trocas. As relações de transmissão são de economia a partir da sexta marcha. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem. Preço sugerido do Jeep Commander Limited 380 TD é de R$ 265.990.

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Ficha técnica Commander Limited 380

Motor
De quatro cilindros em linha, turbodiesel, 1.956 cm³ de cilindrada, com potência de 170 cv a 3.750 rpm e torque máximo de 38,7 kgfm a 1.750 rpm

Transmissão
Tração integral com reduzida e câmbio automático de nove marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 11,8 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira

Suspensão
Dianteira, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, McPherson com braços laterais/transversais e barra estabilizadora; altura do solo, 21,2 centímetros

Rodas/pneus
7,5×18” de liga de alumínio/235/55R18

Peso
1.885 kg

Carga útil (passageiros + bagagem)
540 kg

Capacidades (litro)
Tanque, 61; porta-malas, 661 (5 passageiros) / 233 (7 passageiros); ângulo de entrada/saída/rampa, 26,1/24,3/21,7 graus

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,769; largura, 1,859; altura, 1,702; distância entre-eixos, 2,794

Desempenho
Velocidade máxima, 197 km/h; aceleração até 100 km/h, 11,6 segundos

Consumo (km/l)
Urbano, 10,3; estrada, 12,9