SUV de sete lugares da chinesa BYD tem motor elétrico nos dois eixos, acabamento esmerado, muita tecnologia e linhas inconfundíveis, mas há excesso de funções na tela multimídia. Leia o teste

Por Paulo Eduardo

“Parece uma nave!”, foi a exclamação de uma jovem ao ver o SUV de sete lugares estacionado na rua. E ela tem razão, pois o estilo é inconfundível e não passa despercebido. A receita é ousadia sem extravagância, que resultou em linhas harmoniosas e incomuns.

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Com sete lugares, o BYD Tan tem dois motores elétricos, um no eixo dianteiro (245 cv) e outro no eixo traseiro (272 cv), totalizando 517 cv de potência combinada. A relação peso/potência é de 4,79 kg/cv.

Não é por acaso que o BYD Tan chega à velocidade de 100 km/h em apenas 4,6 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 186 km/h. Tanto aceleração quanto a retomada (ultrapassagem) são feitas rapidamente, proporcionando mais segurança.

Carro elétrico reage imediatamente. Não há retardo comum aos carros com motores de combustão interna. 

Segurança não falta ao chinês da BYD, que tem seis airbags e itens de direção autônoma: frenagem automática contra veículos, alerta de tráfego cruzado, de ponto cego, permanência na faixa com vibração e sem interferência no volante, e controle de velocidade adaptativo.

Há ainda controle automático de descida, de partida em rampa, alertas de colisão traseira e frontal, farol alto automático com luz de LED e cinco câmeras no modo 3D que monitoram o entorno do veículo.

A BYD (Build Your Dream/construa seu sonho) é um dos grandes fabricantes de veículos elétricos e baterias no mundo. A Bateria do Tan é denominada Blade Batery por ser mais fina do que as demais de lítio-ferro-fosfato e com 800 ampères de energia.

Ela é considerada mais segura por organizar as células em uma matriz e inseri-las em um pacote de bateria, criando espaço mais eficiente. Não explodiu em testes de fornalha e pregos, atingindo temperatura máxima de 60 graus, considerada baixa.

A bateria de 86,4 kWh pode ser carregada de 30% a 80% em 30 minutos em corrente contínua de 110 kWh; em 1h30 nas mesmas condições e numa tomada de corrente alternada de 7 kW em 15 horas.

A autonomia urbana é de 472 quilômetros; de 395 quilômetros na estrada e combinada, de 437 quilômetros. Os freios regenerativos ajudam na recuperação da energia no trânsito lento da cidade, mas na estrada a carga é consumida mais rapidamente.

A velocidade máxima é limitada eletronicamente para que a carga da bateria não seja consumida rapidamente.

Impressionam muito, além das linhas originais da carroceria, as enormes rodas de 22 polegadas com pneus muito largos (265). 

O interior é luxuoso e muito bem acabado, com bancos dianteiros ajustáveis em oito posições, incluindo o importante apoio lombar, além de aquecimento, ventilação e memória de posição. Os bancos da segunda fileira são ajustáveis em oito posições.

Os da terceira fila são mais apropriados às crianças por causa do contorcionismo no acesso. Os bancos da segunda fila têm ajuste longitudinal para aumentar espaço para pernas ou ampliar o já enorme porta-malas.

Chama atenção a tela enorme (15,6 polegadas) do sistema multimídia, que pode tanto ficar na horizontal quanto na vertical. Contrária à ergonomia, o excesso de funções concentradas nela. Há comandos físicos, mas mesmo assim é preciso parar o carro para acionar os comandos na tela ou correr risco de tirar os olhos da via nessa ação.

O que não faltam no Tan são os inúmeros itens de conforto e conveniência: ar digital de duas zonas, coluna de direção com regulagens elétricas de altura e distância, retrovisores com desembaçador, partida sem chave, iluminação de portas e painel com 30 opções de cores, entre muitos outros.

O quadro de instrumentos de 12,3 polegadas é configurável. A tela perfurada do teto solar panorâmico deixa passar a luz do sol. O interior é agradável, com materiais de qualidade e montagens benfeitas.

Em movimento, percebe-se que o Tan é rápido apesar das quase 2,5 toneladas. Respostas rápidas aos comandos do acelerador e pouca movimentação da carroceria em curva. Fica mais rápido no modo Sport.

É fácil encontrar a melhor posição de dirigir pelas regulagens dos bancos, incluindo o prolongador de assento, e regulagem elétrica da coluna. Volante tem boa pega, mas concentra muitos comandos e é revestido com material liso que permite deslize das mãos.

Nem a suspensão traseira multilink impede a transferência das imperfeições para dentro, principalmente as ondulações, por causa da altura do flanco do pneu de apenas 10,6 cm.

A direção também pode ser regulada nos modos conforto ou sport. Para isso, é preciso acionar a tela tátil. Tem peso em velocidade mais alta e leveza em manobra. O diâmetro de giro grande (11,8 metros) requer manobrar mais em espaço limitado.

Freios excelentes param o carro em espaço de segurança. Facho baixo dos faróis em LED deveria ter mais alcance. A regulagem elétrica de altura do facho é na tela tátil do sistema multimídia, que é pouco prático.

Limpadores eficientes, mas lavadores pobres demais para um carro que custa mais de meio milhão de reais. Porta-malas é gigante e pode ser aberto e fechado por movimento do pé ou por comando na tampa. Muito prático, mas sem cobertura de bagagem com cinco lugares.

O BYD Tan tem preço de R$ 529.890. A garantia do veículo é de 5 anos ou 500 mil quilômetros. Bateria tem garantia de oito anos.

Ficha técnica BYD Tan

Motor
Dois motores elétricos, um em cada eixo, com potência máxima combinada de 517 cv e torque máximo combinado de 69,3 kgfm; bateria, 86,4 kWh

Transmissão
Automática de uma marcha e tração integral 

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica; diâmetro de giro, 11,8 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira, e disco sólido na traseira

Suspensão
Dianteira, Mc Pherson; traseira, multilink; altura do solo, 15 centímetros; ângulos de ataque/saída (graus), 22/20

Rodas/pneus
9 x 22”de liga leve/265/40R22

Peso
2.479 kg

Carga útil (passageiros + bagagem)
571 quilos 

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,870; largura, 1,950; altura, 1,725; distância entre-eixos, 2,820

Capacidades (litro)
Porta-malas, 235 (sete lugares), 940 (cinco lugares)

Desempenho
Velocidade máxima (km/h), 186 (limitada eletronicamente); aceleração até 100 km/h (segundos), 4,6 

Autonomia (quilômetros)
Urbano (PBVE), 472; estrada (PBVE), 395; combinado, 437 (PBVE)   

Tempo de recarga da bateria
30 minutos (30% a 80% – DC); 1h30 (0 a 100% – DC – potência máxima de 110 kW); 15 h (0 a 100% – AC – potência máxima de 7 kW)

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