Por Paulo Eduardo
Tiguan somente está disponível no Brasil no modelo Allspace, que tem 21 centímetros a mais de comprimento e 11 centímetros também a mais de distância entre-eixos em relação ao modelo menor da geração atual. O de primeira geração tinha comprimento menor (4,43 metros) do que o atual (4,49 m), que foi descartado nesta geração. A estratégia se deve à maior capacidade do porta-malas e opção de sete lugares a partir da Comfortline, segunda versão da gama. A versão de entrada do Allspace não dispõe da terceira fileira de bancos.
Linhas sóbrias, elegantes e sem rebuscamento no estilo alemão. O Tiguan tem aspecto parrudo. No interior, acabamento esmerado da marca com material emborrachado no painel central, capricho nos arremates e encaixes. Construído na plataforma MQB (Matriz Modular Transversal), com aços de alta resistência, o Tiguan obteve nota máxima no teste de impacto do Euro NCAP, em 2016, obtendo 80% na proteção a adultos e criança, e 68% na de pedestre.
Quadro de instrumentos legível, com mostradores redondos, tela multimídia de oito polegadas no centro do painel. Muitos portaobjetos. Banco do motorista com regulagens elétricas, incluindo a lombar, que é manual no do passageiro da frente. O senão é a forração em couro, muito elegante, mas esse material não transpira, tornando compulsório climatizar o ambiente. Volante tem boa pega, com comandos de som, telefone e de velocidade sem prejudicar a ergonomia. O que complica a ergonomia é o material liso do volante, pois pode ocorrer deslizamento acidental das mãos. Coluna de direção tem regulagens de altura e distância. Encontra-se logo a posição ideal de dirigir.
Acesso ao interior é natural tanto na frente quanto na segunda fileira, que é confortável para dois ocupantes. Encostos da segunda fileira são reguláveis e o assento tem regulagem longitudinal com deslocamento de 18 centímetros. Acesso à terceira fileira exige sempre contorcionismo. Os bancos são individuais e apropriados para criança. Escamoteados deixam espaço enorme no portamalas. Na unidade cedida para avaliação não havia cobertura das bagagens. Tampa do portamalas tem apoio para fechamento apenas do lado direito, dificultando a tarefa para canhoto.
Ao volante sente-se logo a diferença entre o modelo atual maior e o menor da primeira geração, que tem dirigibilidade de Golf, enquanto o Allspace é SUV mesmo. Carroceria inclina mais nas curvas, rodar pesado, e agilidade limitada. A grande altura do solo não permite abusos mesmo com controles de estabilidade e tração em ação no início da perda de aderência. Bem-estar no habitáculo exige calibragem de conforto dos pneus. Com pressão maior, o rodar é duro. Mesmo assim, as rodas enormes de 18 polegadas e pneus largos formam conjunto pesado. Nos remendos do asfalto, o sobe e desce pesado delas provoca oscilação lateral gerando desconforto. A direção passa bem a sensação de aderência, com leveza em manobras, mas diâmetro de giro grande requer usar mais o volante. Freios eficientes em simulação de emergência. Faróis de LED iluminam bem no alto e no baixo com regulagem automática de altura. Limpadores eficientes de parabrisa.
Motor 1.4 turbo flex, que usa corrente em vez de correia, não brilha por causa do peso de 1.598 quilos do carro. E valores de torque e potência não mudam. São 10 cv a mais de potência em relação ao motor 1.4 a gasolina da primeira geração. Vantagem do flex é poder abastecer com álcool/gasolina, mas sem ganho de rendimento. Há sensação de mais vigor com álcool, e funcionamento do motor é mais áspero com o combustível derivado da cana. O desempenho é satisfatório para veículo familiar sem a sensação de elasticidade tanto na aceleração quanto na retomada. Não há reação imediata ao pisar fundo no acelerador (kick down). Ocorre ligeiro retardo antes do embalo.
A troca de marcha do câmbio automatizado DSG de dupla embreagem é imediata. Nesse tipo de câmbio, a marcha mais forte ou mais fraca fica sempre pré-engatada em uma subtransmissão. Por isso, a rapidez na troca. Em baixa velocidade, ouve-se ruído metálico vindo da caixa, que é característica de funcionamento. Nada de errado. As marchas podem ser trocadas manualmente pelas aletas no volante ou movimentando-se a alavanca. Computador de bordo registrou média de 7 km/l na cidade, trânsito pesado, e de 13,5 km/l na estrada. Ambos com gasolina.
Versão Comfortline é muito bem equipada com itens de segurança, conforto e conveniência, sendo desnecessário enumerá-los em carro desse valor. O Tiguan Allspace Comfortline tem preço sugerido de R$ 149.990 e o teto solar opcional custa R$ 4 mil. Garantia é de três anos.
Motor
De quatro cilindros em linha, 1.395 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, turbo, flex, de 150 cv (álcool/gasolina) de potência máxima a 5.000 rpm e torque máximo de 25,5 kgfm (a/g) de 1.400 a 3.500 rpm
Transmissão
Tração dianteira e câmbio automatizado de dupla embreagem de seis marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, 11,9 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira, e disco sólido na traseira, com ABS e controles de tração e estabilidade
Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, McPherson com mola integrada, barra estabilizadora; altura do solo, 20,1 centímetros
Rodas/pneus
7×18”de liga leve/235/55R18
Peso
1.598 kg
Carga útil (passageiros+ bagagem)
672 kg
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,701; largura, 1,839; altura, 1,658; distância entre-eixos, 2,79
Capacidades (litro)
Porta-malas, 686 (terceira fileira de banco rebatida)/216 (terceira fileira rebatida); tanque, 58; ângulos de entrada/saída/rampa (18,3/22,2/19,5 graus)
Desempenho
Velocidades máximas, 195 km/h (álcool/gasolina); aceleração até 100 km/h, 9,5 segundos (a/g)
Consumo (km/l)
Cidade, 11,4 (g)/8 (a); estrada, 14,2 (g)/10,2 (a)