O sedã da GM é voltado para quem quer dar o primeiro passo para fora do segmento de entrada. O modelo tem uma personalidade de altos e baixos, com qualidades e defeitos bem perceptíveis
Lembro-me da primeira propaganda do Prisma, na época do lançamento, em 2006. O slogan era “seu primeiro grande carro”. Persuasão publicitária à parte, a frase deixa transparecer o objetivo do modelo, que foi lançado para ser a primeira opção da linha Chevrolet para o consumidor que quer um automóvel com motor um pouco mais potente e porta-malas maior. Algum tempo depois da chegada ao mercado, veio também a opção pelo motor 1.0. Depois da permanência do sedã aqui no Autos Segredos, estou convencido de que ele cumpre exatamente essa função: conquistar quem quer ir um pouco além do segmento de entrada.
ESPERTO O motor 1.4 tem bom rendimento. São 95/97 cv de potencia e 13,2/13,7 mkgf de torque, com gasolina e etanol, na ordem. Junte esses números ao peso de menos de uma tonelada e a um câmbio com relações curtas e o resultado é um desempenho muito bom para a cilindrada. O propulsor rende melhor em rotações médias, entre 2.000 e 4.000 rpm. Não chega a ser fraco em regimes mais baixos, mas deixa um pouco a desejar nos altos. O resultado é uma performance que agrada bastante no uso urbano, chegando a lembrar um 1.6 em algumas situações. Nas estradas, o desempenho não é tão surpreendente, mas ainda assim é bom para a cilindrada. O nível de ruído é que desagrada, pois como já dissemos, as marchas são curtas, o que aumenta as rotações em alta velocidade, além de o isolamento acústico não ser muito caprichado.
MOTORISTA Porém, mesmo com toda a competência do propulsor, o Prisma não é um carro que cativa pelo prazer ao dirigir. A posição do motorista é ruim, com volante pendendo para a direita e acomodação desconfortável para a perna esquerda. O câmbio até que é macio, mas os engates não são precisos, enquanto a direção é excessivamente leve em altas velocidades. A suspensão joga no mesmo time dos demais componentes: pouco rígida, não demora a revelar os limites do carro em trechos sinuosos. Ainda por cima, a absorção de impactos não compensa o comportamento nas curvas, pois irregularidades como ondulações no asfalto são logo sentidas pelos ocupantes. O conjunto ressente-se da falta de um subchassi, que permitiria um acerto capaz de transmitir mais estabilidade e conforto simultaneamente.
FUTURO As alterações feitas no painel da linha Prisma 2012 visam a adoção de duplo airbag a partir de 2014, quando o mesmo será obrigatório em todos os carros vendidos no Brasil, além dos freios ABS. Bem que a Chevrolet poderia ter aproveitado a oportunidade e passado a oferecer os dois equipamentos, indisponíveis em todas as versões até como opcionais. Ainda entre os itens de segurança, não há encosto de cabeça no centro do banco traseiro, enquanto os dianteiros são fixos. Cinto de três pontos para o quinto passageiro, então, nem pensar. O pacote de proteção aos ocupantes deixa bastante a desejar.
BALANÇO FINAL A Chevrolet cobra R$ 31.626 pelo Prisma LS, equipado com motor 1.0, e R$ 32.439 pelo LT, 1.4. A proximidade entre os valores torna vantajosa a escolha pela versão mais potente. Os principais itens de conforto da versão top, como ar-condicionado, direção hidráulica, travas elétricas com acionamento automático a 15 km/h e vidros dianteiros elétricos com dispositivo de alívio de pressão, são vendidos opcionais. O pacote com todos esses equipamentos custa R$ 4.808, o que faz com que o preço do carro suba para R$ 37.247. Definitivamente, não são valores baixos, mas o fato é que estão na média da categoria, e as concessionárias costumam trabalhar com alguns descontos. O aparelho de som é um acessório disponível na rede autorizada, assim como as rodas de liga leve, frisos e o jogo de spóilers, que equipavam a versão avaliada pelo Autos Segredos
. Confira abaixo a ficha técnica e as notas, dadas por mim e pelo Marlos.Avaliação | Alexandre | Marlos |
Desempenho (acelerações e retomadas) | 8 | 8 |
Consumo (cidade e estrada) | 9 | 9 |
Estabilidade
| 6 | 7 |
Freios
| 7 | 6 |
Posição de dirigir
| 5 | 6 |
Espaço interno
| 6 | 5 |
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) | 8 | 9 |
Acabamento
| 6 | 6 |
Itens de segurança (de série e opcionais) | 4 | 5 |
Itens de conveniência (de série e opcionais) | 6 | 5 |
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) | 6 | 6 |
Relação custo/benefício
| 7 | 8 |
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linhac,8 válvulas, gasolina/etanol, 1.389 cm³ de cilindrada, 95 cv (g)/ 97 cv (e) de potência máxima a 6.000/6.200 rpm, 13,2 mkgf (g)/ 13,7 mkgf (e) de torque máximo a 2.800 rpm
TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco marchas
DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica (opcional)
FREIOS
Discos na dianteira e tambores na traseira
SUSPENSÃO
Dianteira: independente, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, semi-independente, eixo de torção
RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio (opcionais), 5,5 x 14 polegadas, pneus 175/65 R14
DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,127; largura, 1,645; altura, 1,463; distância entre-eixos, 2,443
CAPACIDADES
Tanque de combustível: 54 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 470 quilos; peso: 935 quilos
Galeria
Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos