Hatch compacto é o quinto modelo mais vendido no país no primeiro semestre. Kwid Outsider é a topo de linha e custa mais pelos adereços e apliques internos. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
O Kwid ganhou a pecha de SUV urbano pela grande altura do solo (18 cm) e os bons ângulos de ataque e saída (24 e 40 graus) para vencer os obstáculos na cidade. Foram emplacadas 40,5 mil unidades nos seis primeiros meses deste ano. O Kwid Outsider agrada pelas linhas harmônicas da carroceria, baixo consumo e agilidade no trânsito urbano. Além de ser um dos automóveis menos caros à venda no mercado nacional.
Acabamento decepciona
Se as linhas agradam, o acabamento decepciona até na aparência do plástico (polipropileno) do painel central. Ergonomia também não é destaque, com comandos elétricos dos vidros dianteiros na parte central do painel e acesso ruim ao banco traseiro. Uma vez acomodado é boa a altura interna. Kwid Outsider traz apliques na cor laranja nos forros de porta, alavanca de marchas, bancos e volante. Tecido dos bancos aparenta melhor qualidade em relação à Intense. Sistema multimídia é o mesmo da versão Intense com tecnologia para Android Auto e Apple Car Play e tela tátil. Definição de imagem da câmera de ré é apenas razoável.
Na carroceria, as novidades são as barras paralelas no teto, apliques na parte inferior dos para-choques dianteiro e traseiro, e proteção lateral. Calotas são pretas em vez do cinza na versão Intense. E molduras maiores nos faróis auxiliares.
Assentos são curtos
Assentos curtos não acomodam devidamente o motorista e os ocupantes mais altos. Coluna de direção sem regulagem. Volante tem boa pega e material rugoso evita deslize das mãos. Direção com assistência elétrica é levíssima e diâmetro de giro, pequeno. Isso facilita manobrar em espaço apertado.
Motor é ágil
Agrada a agilidade do motor 1.0 de três cilindros na cidade, que usa corrente de distribuição em vez de correia dentada. Por isso ouve-se o sibilar dele nas acelerações. A modernidade do motor contrasta com o obsoleto tanquinho de partida a frio. Passou da hora de trocá-lo por uma simples resistência no aquecimento do combustível. Alavanca tem curso longo, mas engates são fáceis.
Suspensão tem curso curto e não absorve totalmente as imperfeições do piso. A grande altura do solo desestimula arroubos em curvas, pois a roda levanta fácil. Acima de 100 km/h, o comportamento dinâmico do Kwid Outsider fica comprometido e provoca insegurança. Com quatro ocupantes, as retomadas de velocidade são lentas.
Faróis iluminam bem e os freios, agora com discos ventilados na dianteira, param bem os pouco mais de 800 quilos do carro. Conjunto limpador/lavador é eficiente. Computador de bordo registrou média de 16 km/l na estrada e 11 km/l na cidade com motorista e passageiro dianteiro. Kwid Outsider obteve três estrelas no teste de impacto do instituto Latin NCAP por causa dos airbags laterais de série em todas as versões.
Ficha técnica Kwid Ousider
Motor
De três cilindros em linha, 1.0, 12 válvulas, flex, de 70 cv (etanol)/ 66 cv (gasolina) de potências máximas a 6.300 rpm e torques máximos de 9,8 kgfm (ea) e 9,4 kgfm a 4.250 rpm
Transmissão
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica
Freios
Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira
Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson; traseira, eixo rígido; altura do solo, 18 cm; ângulos de ataque/saída (graus), 24/40
Rodas/pneus
5×14” de aço/165/70R14
Peso (kg)
806
Carga útil (passageiros+ bagagem)
375 kg
Dimensões (metro)
Comprimento, 3,68; largura, 1,57; altura, 1,48; distância entre-eixos, 2,42
Porta-malas
290 litros
Tanque
38 litros
Desempenho
Velocidade máxima, 156 km/h (e) / 152 km/h (g); aceleração até 100 km/h, 14,7 segundos (etanol) e 15,5 segundos (gasolina)
Consumo (km/l)
Urbano, 9,3 (e) e 13,8 (g); estrada, 10 (e) e 14,4 (g)