Os erros estratégicos da Renault no Brasil

No início da década de 1990, o pós-venda da Renault era caro e faltavam peças, mesmo para modelos compactos. Assim, a montadora ficou com a fama de pós-venda complicado.

Não vamos nem entrar no mérito dos primeiros R21 e Mégane argentinos. Vamos tratar já do novo milênio, quando a Renault naufragou em suas duas tentativas de vender sedãs médios no Brasil.

A Renault manteve o posicionamento do Duster depois de 2015, quando um número sem fim de crossovers chegou. Custo de manutenção e espaço (bem) melhor não funcionaram para encarar modelos como HR-V, Kicks, e Renegade.

A ideia era que o Symbol, lançado em 2009, disputasse mercado no subsegmento de compactos premium, com Honda City e VW Polo Sedan. Obviamente não deu muito certo: era um projeto velho e adaptado.

A Renault foi pioneira do segmento de picapes médio-compactas com a Oroch. O problema é que ela é muito arraigada à primeira geração do Duster. Não só no design controverso, como na concepção do projeto.

Em um momento em que hatches e sedãs já desidratavam frente ao crescimento dos SUVs, a marca ainda cometeu o erro estratégico de investir uma grana na renovação de Sandero e Logan, em 2019.

A Renault cometeu outro erro estratégico ao tardar em se mexer onde a rentabilidade estava. Com a avalanche de SUVs no mercado brasileiro, a marca manteve apenas o Duster e só lançou o Captur – feito sobre a base do... Duster.