Ora, mas um automóvel que se diz esportivo pode ter motor de apenas 1.800 cilindradas? Sim, e acredite, ele não fazia feio no que diz respeito à performance. A carroceria leve (pesava pouco mais de uma tonelada) e aerodinâmica, aliada um excelente câmbio manual, fazia com que fosse possível tirar bom proveito da potência do motor, que rendia100 cv na versão básica e 124 cv nos modelos top. A velocidade máxima ficava em cerca de 170 km/h, marca que não fazia do Volvo um supercarro, mas que estava acima da média para os padrões da época e assemelhava-se à de concorrentes mais potentes e caros.
O P1800 era revolucionário para um Volvo, mas não abria mão da característica mais marcante da marca, já naquela época: a segurança. O modelo tinha painel acolchoado, para amortecer impactos em caso de acidente, e cintos dianteiros de três pontos. Os freios dianteiros eram sempre a disco, inclusive na versão básica, em um período em que os tambores nas quatro rodas ainda marcavam presença nas ruas, mesmo na Europa.
ASTRO Em grande parte, a popularidade do P1800 deve-se à participação no seriado “O Santo”, produção britânica dos anos de 1960, que foi transmitida no Brasil no mesmo período. O personagem principal, Simon Templar, era interpretado por Roger Moore (foto ao lado), que frequentemente aparecia ao volante do P1800. Consta que o ator teve, por muitos anos, um carro idêntico na vida real. Os episódios serviram de base para um longa-metragem em 1997, mas os astros foram substituídos, com Val Kilmer no papel de protagonista e um Volvo C70 na posição de coadjuvante.
LITERATURA O jornalista britânico Quentin Willson, que ficou famoso por apresentar a primeira versão do programa Top Gear, fez duas definições sobre o P1800 em uma publicação intitulada “O Grande Livro dos Automóveis Clássicos”, que serviu de base para este post. Para ele, o cupê foi “a única extravagância dos sóbrios suecos” e “algo singular no mundo dos esportivos: um esportivo prático”. É difícil explicar o cinquentão da Volvo de outras maneiras.
Galeria
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Fontes | O Grande Livro dos Automóveis Clássicos, de Quentin Willson e Blog do Boris Feldman
Fotos | Volvo/Divulgação