InícioMatérias especiaisOs piores câmbios de automóveis

Os piores câmbios de automóveis

- publicidade -
- publicidade -

Apesar do apelo do conforto, transmissões automáticas e automatizadas também podem render dores de cabeça aos donos

Por Fernando Miragaya

As transmissões automáticas dos automóveis surgiram em 1939, inventadas por dois brasileiros, diga-se de passagem. Elas surgiram para entregar mais conforto ao dirigir e, obviamente, evoluíram desde então. Mesmo assim, muitos câmbios entregam até praticidade, mas ainda podem ser considerados entre os piores para uso.

São caixas que podem desagradar tanto pelo comportamento, com excessos de trancos e imprecisões, como pelo histórico de problemas e manutenção. E nesse balaio entram os piores câmbios automáticos e também os automatizados.

Antes, porém, é importante explicar a diferença básica entre os dois tipos de transmissão. No automático convencional não existe embreagem. Através de um sistema hidráulico, um conversor de torque e um conjunto de engrenagens planetárias enviam a força do motor e fazem as trocas de marchas automaticamente.

Já o automatizado de embreagem simples tem estrutura basicamente igual ao do câmbio manual. A diferença é que um sistema elétrico – ou eletro hidráulico – realiza o acionamento da embreagem e as trocas de marchas, sem a necessidade do pedal da esquerda. Por isso, também são conhecidos como transmissões robotizadas.

Confira agora os 7 piores câmbios automáticos e automatizados.

Volkswagen i-Motion

Em 2009 a Volkswagen estreou o i-Motion no Polo, a transmissão automatizada de embreagem simples – General Motors e Fiat começaram a usar as suas um pouco antes em seus carros. Apesar da promessa de conforto, o câmbio figura entre os piores pelo seu comportamento.

O i-Motion carece principalmente de “grip”. Sem o pedal da embreagem, falta aquela suavidade para dosar a aceleração na hora de manobrar em vagas apertadas ou mesmo subir um meio-fio, se necessário – mesmo em modo sequencial manual.

Para completar, também padecia nos trancos durante as acelerações, assim como na maioria das transmissões robotizadas rivais. Pior que a propaganda da Volks na época fazia brincadeira com soluços para falar que sua caixa não dava esses trancos… logo o câmbio ganhou o apelido de “ic-Motion”.

Mesmo assim a Volks aplicou à exaustão o câmbio automatizado. Fox, Gol, Voyage, Up! Também tiveram versões i-Motion. A transmissão deixou de ser oferecida em 2020.

PSA AL4

A transmissão automática de quatro velocidades é uma velha conhecida de quem tem carro francês dos anos 2000. Equipou diferentes modelos da então PSA Peugeot Citroën – hoje Stellantis. Carros como 206, 207, 307, C3, Xsara Picasso e C4 foram alguns a usar esse câmbio.

O drama da caixa automática é sua imprecisão em médios giros. Com apenas quatro marchas, surge um buraco mais ou menos na faixa entre 2.000 e 2.500 rpm, e a transmissão por vezes patina até encaixar a marcha correta. Isso também implica em consumo maior.

Nos anos 2010, a PSA começou a descontinuar a caixa AL4. No lugar, passou a usar a transmissão automática de seis velocidades que equipa muitos carros das marcas Peugeot e Citroën até hoje.

Renault Easy’R

Em 2014, os câmbios automatizados já eram amaldiçoados e considerados os piores disponíveis no mercado. Mesmo assim, naquele ano a Renault quis insistir nesta opção alternativa e mais barata de transmissão nas linhas Sandero e Logan.

Imprecisão e trancos também pontuam a caixa Easy’R. Pelo menos, a marca francesa foi rápida em descartar um dos piores câmbios que já colocou em seus carros. Na renovação de Sandero e Logan, em 2019, trocou a transmissão automatizada por uma bem melhor resolvida caixa CVT.

Fiat Dualogic/GSR

A Fiat também foi na onda dos automóveis no fim da década de 2000. Lançou o Dualogic e equipou praticamente toda a linha de veículos no Brasil com esta transmissão a partir de 2009. 

Idea, Grand Siena, Palio Weekend, Strada, Mobi, Argo foram alguns dos carros com o equipamento. Até modelos de segmentos mais caros, como 500, Bravo e Linea – que a Fiat acreditava brigar com Corolla e Civic – usavam o vacilante Dualogic. 

Os problemas eram parecidos com os das demais transmissões automatizadas. Falta de grip e excesso de trancos. Em 2018, a Fiat diz ter feito melhorias no câmbio e mudou seu nome para GSR. Em alguns carros, a alavanca deu lugar a um sistema de acionamento das marchas por teclas.

O funcionamento ruim permaneceu. Em 2018, foi feito um recall de quase 12 mil unidades dotadas do câmbio para substituição do sensor de seleção de marchas. Em 2020, a Fiat encerrou definitivamente a história do Dualogic/GSR no Brasil.

Toyota 4 marchas

Todo mundo falou mal do Etios, mas mecanicamente não havia o que reclamar do controverso compacto. A não ser do câmbio, um dos piores que a marca japonesa já usou em seus veículos. 

Pior: ele acaba por atrapalhar os motores 1.3 é 1.5 que estrearam com a linha Etios em 2013. A transmissão de quatro velocidades segura muito os giros em determinadas ocasiões e interfere no funcionamento do conjunto de propulsores. Tanto que, na linha Yaris, o motor maior rende bem melhor com o CVT de sete marchas.

GM Easytronic

A General Motors foi a primeira a apostar nos câmbios automatizados, e também uma das primeiras a desistir da ideia. Tudo começou em 2007 com a Meriva Easytronic. Depois, a fabricante lançou versões do Agile com a transmissão. E parou por aí.

A baixa aceitação do mercado e as frequentes queixas de funcionamento do câmbio fizeram a GM rever seus planos com o Easytronic, que logo recebeu o apelido de Easy Tranco. Para se ter ideia, o que você mais encontra é exemplar da minivan compacta que teve a caixa robotizada convertida para… manual.

Felizmente, a montadora foi sagaz e no restante da linha compacta passou a investir no câmbio automático com conversor de torque. Inclusive no Onix, que popularizou o automático “de verdade” no segmento dos hatches de entrada, o que contribuiu para o modelo ser o carro mais vendido do país por vários anos.

Ford PowerShift

Quando a Ford apresentou o Fiesta Powershift em 2013 o mercado se animou. Ao contrário dos câmbios automatizados dos rivais, com embreagem simples e considerados os piores em funcionamento por muitos clientes, a caixa Ford era de dupla embreagem. Logo, veio à mente a agilidade no desempenho de um DSG da vida.

Mas a euforia durou pouco. Os primeiros Fiesta equipados com a transmissão começaram a ir para a oficina com queixas de ruídos e trepidações excessivas, além de perda de desempenho, travamento e superaquecimento da caixa.

O câmbio depois estreou no EcoSport e até no Focus, mas os problemas continuaram, o que fez o Procon de São Paulo dar uma prensa na Ford na busca por uma solução. Em vez de um recall, a montadora optou por se comprometer a consertar eventuais problemas no câmbio – mesmo em veículos fora da garantia. Além disso, estendeu a cobertura de fábrica para a caixa para cinco anos – em vez de três.

Em 2017 a Ford começou a descontinuar o PowerShift no Brasil. Em 2018, a renovada linha Ka já optou por uma transmissão automática de seis marchas usual. Mas a fama ruim do câmbio não teve paz: em 2019, reportagem do jornal “Free Pass”, de Detroit (EUA), publicou uma série de documentos denunciando que a Ford tinha ciência dos problemas na transmissão.

Você conhece o canal do Autos Segredos no YouTube?

Confira os acessórios que a Chevrolet Montana pode receber:

Fique por dentro das novidades.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

- publicidade -
- publicidade -

ARTIGOS RELACIONADOS

- publicidade -

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

SEGREDOS

- publicidade -