Tem veículo que tem de ser quase desmontado para trocar uma transmissão. Conheça os casos mais famosos
Por Fernando Miragaya
Quando se pensa em carro com manutenção complicada, logo vem à mente o Fiat Marea. O sedã ficou com fama ruim – entre outras coisas – porque era preciso uma ferramenta específica para trocar a correia, caso contrário era necessário tirar o motor. Mas tem outros exemplos de automóveis cujos consertos demandam ainda mais complexidade.
Acredite: tem carro que precisa remover para-lamas e roda para trocar o farol. Em outros, é necessário desmontar parte considerável da carroceria para mexer em uma transmissão. E isso em modelos esportivos de uma marca famosa e emblemática.
Com a ajuda do engenheiro mecânico Renato Passos, desvendamos diversos, inusitados e diferentes casos de carros com manutenção bem complicada. Conheça.
Land Rover Discovery
Um dos casos mais clássicos de troca complexa de correia dentada da história da indústria diz respeito ao Discovery. Bota complexo nisso. Para substituir a peça é preciso separar a carroceria do chassi do SUV. Isso porque o motor fica tão apertado no cofre que não dá para acessá-lo por cima.
O carro da Land tem essa manutenção complicada não só em uma geração, mas em duas, nos Discovery 3 e 4. A “sorte” é que o SUV da marca britânica tem um monobloco integrado ao chassi do tipo escada, o que “facilita” a separação das partes.
Honda Fit
Quem precisou trocar o farol da primeira geração do monovolume vai se identificar. Apesar da boa reputação da Honda, o Fit figura entre os carros com manutenção mais complicada devido a um procedimento aparentemente simples, como deveria ser a substituição de qualquer lâmpada.
Mas no compacto produzido em Sumaré (SP), a tarefa é bem complexa – o próprio manual do proprietário sugere. Primeiro, é preciso ligar o motor do carro para esterçar o volante para o lado oposto do farol que precisa ser mexido.
Desligue o motor e, então, use uma chave de fenda para soltar as presilhas da capa interna do para-lama. A peça deve ser retirada para remover conector e borracha de vedação, para, então, puxar, soltar e afastar o fio e, só aí, remover a lâmpada.
É tão trabalhoso que o próprio manual recomenda testar a lâmpada depois de colocar a borracha e o conector, mas antes de pôr de volta o para-lama.
Mitsubishi Pajero TR4
Trocar a bomba de combustível nem é o mais complicado na manutenção de um carro como o SUV produzido por anos em Catalão (GO). O drama é que é preciso retirar o assento do banco traseiro do Pajero TR4 e remover a tampinha que tapa o acesso ao tanque e à peça.
Chrysler Stratus
Trocar bateria deveria ser um troço simples em qualquer automóvel de passeio. Mas essa parte teoricamente usual da rotina de manutenção em alguns carros é bastante complicada. Veja o exemplo do Chrysler Stratus, sedã médio-grande que foi importado para o Brasil entre 1995 e 2000.
Dentro do cofre do motor, a bateria fica bem para o canto esquerdo. Só que para acessá-la e retirá-la é preciso fazer o procedimento por baixo do carro. Bastaria retirar o para-barro do Stratus, porém, para remover esta peça é necessário pegar o macaco, levantar o sedã e retirar a roda esquerda…
Detalhe que outro carro bem mais moderno do Grupo Chrysler, e ainda mais conhecido do público brasileiro, padece do mesmo mal: o Dodge Journey.
Nissan Frontier
Mais uma correia que é uma novela para trocar. A atual geração da picape média da marca japonesa tem a bomba de combustível atrás do cabeçote e encostada no painel corta-fogo. Desta forma, há pouco espaço no cofre para o manuseio da peça.
Na concessionária, o procedimento é separar a cabine do chassi para executar o serviço. Isso mesmo. Na internet há alguns vídeos de pessoas tentando trocar a correia de outras formas, por baixo do veículo, mas há risco de danificar e quebrar outras peças do conjunto.
Chevrolet Camaro
O famoso muscle car estadunidense é outro exemplo de carro com manutenção complicada. Imagine que para trocar as velas de ignição do motor V8 dos Camaro produzidos até 2002 era necessário ter uma ferramenta específica.
Se você só tivesse chave de vela comum na hora trocar as referidas peças do quarto e oitavo cilindros só se tirasse o motor fora…
Ferrari F50
Tudo bem que quem compra uma Ferrari não imagina que vá ter revisões baratas. Mas a parte da manutenção da embreagem do carro esportivo não precisava ser tão complicada. Simplesmente é preciso tirar toda a parte de trás da carroceria da F50 para mexer no sistema.
“Como a seção traseira é presa no motor, que acaba sendo um componente estrutural, para trocar a embreagem tem que tirar a parte traseira toda”, conta o engenheiro Renato Passos
Audi A6
Outro projeto no qual a correia empresta fama ao carro de manutenção complicada. A segunda geração do sedã e da station-wagon da Audi, que duraram de 1997 a 2004, é mais um exemplo
O motor longitudinal à frente do eixo foi mantido nesta fase do A6, só que os blocos V6 e V8 acabam muito próximos à base do radiador. Com pouco espaço, não é possível acessar a correia diretamente pelo cofre.
Pior, é preciso desmontar parte da frente do belo A6, retirando-se o para-choque. Depois, desconectar o radiador, que deve ser esvaziado antes obviamente. Aí sim é possível substituir a correia.
Toyota Previa
Lembra dessa minivan exótica e futurista vendida aqui nos anos 1990? Ela é espaçosa pacas, só que seu motor é central. E para trocar um simples cabo de vela é necessário retirar o banco do carona fora.
Ford F-250 e F-350
A chamada Ford F-Series é o veículo mais vendido do mundo há anos. Mas também tem suas complicações na manutenção.
Mexer na bomba injetora dos modelos com motor turbodiesel é bem desafiador. Há vídeos de demonstrações de mecânicos praticamente dentro do cofre desmontado da picape para acessar o sistema. Ou tendo que desmontar parte da cabine!
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Participamos da montagem do Jeep Commander em Pernambuco:
