Durante a apresentação estática, foi possível avaliar aquele que provavelmente é o aspecto mais polêmico do Etios: o design. Assim como eu, outros jornalistas com os quais conversei acharam o modelo mais harmonioso pessoalmente que em fotos. Mas não espere um resultado exatamente positivo: o hatch até consegue exibir proporções razoavelmente equilibradas, porém a traseira do sedã parece bem desajeitada.
O Etios segue a escola de modelos como Renault Logan e Chevrolet Cobalt, que colocam a funcionalidade acima da estética. Olhando por esse lado, o resultado parece ser mais coerente. Tanto o sedã quanto o hatch têm bons coeficientes de penetração aerodinâmica para a categoria, de respectivamente 0,31 e 0,33. Além do mais, os habitáculos são muito espaçosos. Nas duas opções de carroceria, três adultos sentam-se com dignidade (mas não com folga) atrás. O passageiro do meio do banco conta com o conforto de um assoalho quase plano, graças ao rebaixamento do ressalto do túnel do câmbio.O três volumes é amplo também no porta-malas, que comporta 562 litros de bagagem. A capacidade anunciada do irmão menor é de 270 litros, porém a impressão é de que a Toyota é um tanto otimista com esse segundo valor, pois o compartimento parece ser reduzido mesmo quando comparado a outros compactos. Em ambos, as dimensões externas são contidas, evidenciando bom aproveitamento do projeto. O hatch tem 3,777 metros de comprimento e 2,46 m de distância entre-eixos. No sedã, os respectivos valores saltam para 4,260 m e 2,55 m. Os dois têm a mesma largura de 1,69 m5.
Porém, se não conquista em termos de design ou acabamento, o Etios começa a virar o jogo no que diz respeito à mecânica. O mercado de populares nacionais é dominado por motores com baixa tecnologia agregada. Quase todos os fabricantes seguem a fórmula de bloco de ferro, correia dentada tradicional e cabeçote 8V. O jogo começou a mudar há poucos dias, quando o rival HB20, da Hyundai, foi apresentado com um moderno 1.0 de três cilindros de 12V.
Os propulsores 1.3 e 1.5 da Toyota, embora não disponham de comandos de válvulas variáveis, abrem vantagem considerável sobre a grande maioria dos rivais em termos de concepção, uma vez que adotam corrente, confecção inteiramente em alumínio e 16V. O de menor cilindrada tem 84/90 cv de potência a 5.600 rpm e 11,9/12,8 mkgf de torque a 3.100 rpm. O maior dispõe de 92/96,5 cv de potência e torque único de 13,9 mkgf, nas mesmas rotações.
O motor 1.5 demonstrou esperteza nas estradas do interior de São Paulo. Entrega potência e torque de forma linear, atingindo rotações mais altas sem asperezas. O 1.3 tem funcionamento semelhante, mas as respostas, naturalmente, são mais lentas. Infelizmente, não tivermos como aferir o consumo durante o evento de apresentação à imprensa. Os freios transmitiram muita eficiência, mas vale lembrar que só andamos nas versões com ABS.
A suspensão privilegia o conforto: macia, faz com que o modelo enfrente buracos e ondulações na pista com disposição, mas deixa o motorista muito isolado do asfalto. Nas curvas, não chega a faltar segurança, mas o modelo passa longe de empolgar. A direção com assistência elétrica progressiva, também rara entre os populares, segue o mesmo caminho, deixando a movimentação do volante muito suave em manobras, porém mais leve que o desejável em alta velocidade. Melhor para quem não tem pretensões esportivas ao volante.
A visibilidade é muito boa, graças à ampla área envidraçada e aos retrovisores bem dimensionados. A posição de dirigir é correta e o acesso aos comandos do painel é fácil. Durante a coletiva que antecedeu o contato ao volante do Etios, os executivos da Toyota afirmaram que os instrumentos no centro do painel não prejudicam a visualização. A explicação é que o quadro está fixado em posição mais alta, enquanto tradicionalmente os mostradores ficam em frente ao motorista, porém em área mais baixa, dentro do aro do volante. Estranhei no início, mas a verdade é que ao fim do percurso já havia me habituado à solução.
Durante nosso contato, foi possível avaliar alguns detalhes, ainda que de forma breve. Só há um limpador no para-brisa, mas a varredura não deixou a desejar, graças a uma articulação da haste, que faz com que a palheta atinja uma área maior. Os faróis, de apenas uma parábola, também apresentaram luminosidade satisfatória durante um trecho do percurso realizado à noite. O ar-condicionado é que pareceu subdimensionado, uma vez que demorou demais para abaixar a temperatura do habitáculo. É verdade que a temperatura em Sorocaba ultrapassou os 30°C durante o evento de apresentação à imprensa, mas por outro lado, o veículo circulou apenas com o motorista durante todo o tempo.
Etos Hatch 1.3: com preços a partir de R$ 29.990, a versão de entrada traz airbags frontais, para-choques na cor da carroceria, porta-luvas ventilado e alertas sonoros.
Etios Hatch X 1.3: por R$ 33.490, o segundo catálogo acrescenta coluna de direção regulável, aerofólio traseiro, direção com assistência elétrica, freios ABS com EBD, desembaçador traseiro e filtro anti-pólen. O ar-condicionado é opcional e eleva o preço para R$ 36.190.
Etios Hatch XS 1.3: a terceira versão custa R$ 38.790 e oferece ar-condicionado de série, acrescido de maçanetas e retrovisores pintados na cor da carroceria, sistema de som com rádio AM-FM, CD player e entrada USB, conta giros, travas elétricas e vidros elétricos na quatro portas.
Etios Hatch XLS 1.5: a configuração top, tabelada em R$ 42.790, agrega todos os itens mencionados até agora, além do motor 1.5, adicionando ainda faróis de neblina, grade dianteira com moldura cromada, rodas em liga leve aro 15”, abertura do porta-malas por comando elétrico, travamento das portas por controle remoto e alarme.
Etios Sedã X 1.5: o sedã mais acessível tem preço fixado em R$ 36.190. Assim como hatch da mesma configuração, traz direção regulável, aerofólio traseiro, direção com assistência elétrica, freios ABS com EBD, desembaçador traseiro e filtro anti-pólen. Com ar-condicionado, opcional, o valor vai para R$ 38.890.
Etios Sedã XS 1.5: preço de R$ 41.490. Também repete os equipamentos da versão equivalente com carroceria hatch: vem de série com ar-condicionado, maçanetas e retrovisores pintados na cor da carroceria, sistema de som com rádio AM-FM, CD player e entrada USB, conta giros, travas elétricas e vidros elétricos na quatro portas.
Etios Sedã XLS 1.5: o membro mais caro da nova linha nacional da Toyota custa R$ 44.690. Disponibiliza faróis de neblina, grade dianteira com moldura cromada, rodas em liga leve aro 15”, abertura do porta-malas por comando elétrico, travamento das portas por controle remoto e alarme.
Fotos: Alexandre Soares/Autos Segredos
(*) Jornalista viajou a convite da Toyota do Brasil
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