É preciso entrar na fila para comprar esse modelo, mas ele vale o preço de R$ 25.490

Por Roberto Dutra

A estrada do XMax 250 no mercado brasileiro começou acidentada. O scooter foi exibido no Salão Duas Rodas de São Paulo de 2019 e logo depois entrou em pré-venda no site da marca. Mas aí o ano virou, veio a pandemia e as fábricas de motocicletas e afins foram parando no mundo todo. A Yamaha brasileira ficou sem peças para montá-lo em Manaus e, findos os primeiros lotes, o XMax 250 praticamente sumiu das lojas.

A situação ainda não está totalmente normalizada e ainda é preciso entrar em filas e esperar um bocado para comprá-lo. Mas, acredite: vale a pena. Trata-se de um produto de alto nível, que entrega o que promete.

O design é moderno e harmonioso. Junta frente agressiva e sem exageros, traseira meio futurista, painel completinho e rodas de liga leve com aros de 15 polegadas na frente e 14 polegadas atrás, que lhe dão imponência e reduzem sua vulnerabilidade a buracos e afins. E as cores na linha 2021 são de extremo bom gosto: azul fosco com cinza, vermelho fosco com cinza e preto com detalhes dourados – esta última é linda! Quer mais? A garantia é de quatro anos, coisa raríssima no segmento.

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Bem equipado, o XMax 250 tem chave presencial, faróis e lanterna de LEDs, dois porta-objetos no escudo frontal (um com tomada 12V) e bom espaço sob o banco (leva facilmente um capacete e uma mochila). O banco, aliás, tem duas alturas, o que permite ao garupa enxergar além do capacete do piloto.

O motor monocilíndrico tem 250cm³, quatro válvulas e refrigeração líquida. Seus 22,8cv de potência a 7.000rpm e os 2,5kgfm de torque a 5.500 rpm podem não impressionar à primeira vista, mas no mundo real resolvem quase tudo.

Hora de acelerar

Subo no XMax 250 e encontro uma posição de pilotagem que me agrada: braços e pernas posicionados naturalmente, sem nada esticado ou dobrado demais. O banco é mais macio do que anatômico, mas num primeiro momento me parece satisfatório. Veremos, pois minha referência é simples: fico com dor nas costas em qualquer scooter, depois de uns 40km rodados. É a soma de veículos com suspensão sempre de curso curto (aqui, 11 cm na frente e 9,2 cm atrás) com meu problema de DNA (data de nascimento antiga).

A partida é rápida e muito silenciosa. Esse scooter não precisa gritar para mostrar a que veio. Em âmbito urbano, ele se desvencilha dos carros com relativa eficiência. Claro que não é tão ágil quanto o irmão menor NMax 160, por exemplo, mas raramente fica preso nos corredores. É bom de esterço e parece pesar menos que seus 179 quilos (em ordem de marcha). Mas sofre um pouco no asfalto malhado, nas valetas e na buraqueira – e o piloto sofre junto.

Nas acelerações mais severas, o scooter dá aquelas “patinadas” inerentes ao câmbio CVT. Mas as respostas são rápidas. Nos semáforos, saio junto com a maioria das motocicletas, inclusive causando surpresa ao redor. Hora de fugir da cidade e pegar a estrada.

Aí, as surpresas vêm em série: consigo manter com muita facilidade os 100km/h, e ainda há força para ultrapassagens. A estabilidade é ótima – o scooter parece rodar sobre trilhos. Nada de ruídos, vibração e balanços excessivos. Aerodinâmica bem acertada é isso. Nesse ponto, já passei da barreira psicológica dos 40km de distância e nada de dor nas costas. Sobre asfalto bom, o XMax 250 é bem confortável.

Nas frenagens, mesmo aquelas mais severas, o modelo mantém seu comportamento seguro. Nas curvas, continua transmitindo segurança. Mas não é veículo para abusar: os cantos do assoalho vão raspar para quem der uma de piloto de MotoGP. Todo esse equilíbrio vem também por termos ABS e controle de tração na roda traseira, para evitar patinadas. Gostei!

A disposição do Yamaha XMax 250 em uma pista expressa como a Rodovia Anhanguera, em São Paulo, me lembra outro scooter da Yamaha: o TMax 530, que pilotei muitos anos atrás e até hoje é considerado uma espécie de “Fórmula Um” dos scooters. Claro que o XMax 250 não chega a tanto, mas aqui já estamos mantendo os 120km/h (velocidade permitida no trecho) e ainda há algum acelerador!

Porém, nada é perfeito. os retrovisores do XMax 250 têm desenho modernoso, mas as hastes são curtas. Assim, pouco se vê além dos próprios cotovelos. Além disso, a abertura do banco e dos porta-luvas pelo botão giratório no escudo exige um cursinho intensivo. É prático depois que você aprende, mas não é intuitivo.

Ao fim de nosso test-ride, registro um consumo médio de 27,8 km/l. Como acelerei forte boa parte do tempo, em estrada livre, certamente essa média melhora bastante sob condução mais civilizada, predominantemente urbana – onde, afinal, é o lugar de um scooter.

O tanque do XMax leva 13,2 litros de combustível. Logo, a autonomia estimada é de ótimos 360 quilômetros. E assim, uns 200km rodados depois, minha coluna está intacta e posso afirmar sem dúvidas que o XMax 250 é um dos melhores scooters que já pilotei na vida.

Ficha técnica Yamaha XMax 250

Motor
Monocilíndrico, injetado, refrigerado a água, 250cm³, quatro válvulas, potência de 22,8cv a 7.000rpm e torque de 2,5 kgfm a 5.500rpm

Transmissão
Câmbio automático CVT

Suspensões
Dianteira com garfos telescópicos e 11cm de curso, e traseira bichoque com 9,2cm de curso e ajuste na pré-carga da mola

Dimensões
2,18m de comprimento, 1,54m de entre-eixos, 1,46m de altura, 77,5cm de largura, 79,5cm de altura do banco e 13,5cm de vão livre

Freios
A disco na frente e atrás, com ABS. Controle de tração na roda traseira

Pneus
120/70 R15 na frente e 140/70 R14 atrás

Tanque e consumo
13,2 litros e 27,8km/l (misto)

Peso
179 kg (ordem de marcha)

Preço
R$ 25.490

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