Avaliação
| em 6 anos ago

Avaliação: Renault Duster 1.6 CVT – Eletrônica não faz milagre

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Câmbio CVT, controles de estabilidade e tração, e assistente de partida em rampa são as novidades do Renault Duster 1.6 CVT, que se destaca no espaço interno, mas SUV francês precisa evoluir em alguns quesitos

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Por Paulo Eduardo

O adesivo fixado na parte externa do parassol não deixa dúvida, o Renault Duster 1.6 CVT pode capotar se houver abuso nas curvas devido à grande altura em relação ao solo mesmo equipado com controle eletrônico de estabilidade e de tração na linha 2018. Carroceria inclina bastante nas curvas. Grande altura do solo (21 cm) e bons ângulos de ataque e saída contribuem para bom desempenho em caminhos ruins. Outra novidade é o assistente de partida em rampa, além do câmbio CVT de infinitas relações de transmissão. Motor é 1.6 da Nissan de segunda geração com comandos variáveis nas válvulas de admissão e de escape. Usa corrente em vez de correia de distribuição. Totalmente de alumínio é 30 quilos mais leve que o anterior, segundo o fabricante.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Linhas

 Linhas do Renault Duster 1.6 CVT evocam robustez e o carro é parrudo, mas trata-se um projeto mais simples com fixação aparente do capô com a carroceria e folgas maiores entre as partes móveis (capô, portas, tampa traseira). Plástico duro predomina no interior com encaixes benfeitos e aparência pouco convincente. Precisa evoluir em muitos quesitos, pois o preço supera R$ 80 mil. Difícil aceitar o obsoleto tanquinho de partida a frio que exige verificação constante para não ressecar e trincar se permanecer muito tempo vazio.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
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Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Direção

Direção eletro-hidráulica tem a vantagem de não tirar potência do motor, mas exige manutenção e é pesada em manobra. Ouve-se dentro do carro o zunido constante do motor elétrico acionamento o mecanismo hidráulico. Melhor seria se a assistência fosse totalmente elétrica. Há pouca sensibilidade em alta e a regulagem da coluna é apenas em altura. Além disso, o mecanismo de acionamento não tem amortecimento e cai pesadamente até a posição mais baixa. Falta refinamento. Em compensação, o diâmetro de giro de 10,7 metros permite manobras mais fáceis em espaço reduzido. O Renault Duster 1.6 CVT tem comprimento de hatch médio, apesar do aspecto parrudo em largura e altura.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Bancos

Assentos são curtos nos bancos dianteiros e traseiro, e não há apoio devido para pernas, causando desconforto em viagens longas. A forração em couro sintético bicolor, chamado de napa em outros tempos, incrementa o visual no habitáculo. Entretanto, não permite transpiração exigindo ligar o ar-condicionado em dias de calor não muito forte. É o único opcional do Renault Duster 1.6 CVTna versão Dynamique, e custa R$ 1.700.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
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Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Espaço interno

Espaço interno avantajado, com acesso fácil para entrar e sair, e porta-malas de 500 litros de capacidade são o melhor do Renault Duster 1.6 CVT. Pega central da tampa do porta-malas facilita fechamento para destros e canhotos. O estepe fica sob o porta-malas, exige esforço para ser retirado e está quase sempre sujo. Um das poucas falhas em ergonomia, que é boa, com a maioria dos comandos ao alcance do motorista. Comandos dos vidros elétricos têm um toque para abrir e fechar em todas as portas, e ficam sobre a caixa do alto-falante fixada no painel da porta. Não raramente o motorista esbarra a perna ali.

Painel

Quadro de instrumentos é legível, mas falta indicador de temperatura do motor. Tela do sistema multimídia Media Nav fica bem posicionada no centro do painel. Nele estão contidos rádio, telefone, GPS e o desempenho do motorista ao volante. Controle de velocidade é o único comando no volante, facilitando a ergonomia. Porém, revestimento liso do volante permite deslize acidental. Comandos do rádio ficam em unidade satélite de fácil acesso.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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Freios param em espaço razoável os 1.240 quilos dessa versão. Faróis com facho baixo de bom alcance iluminam bem. Incomodam o ruído do motor do limpador do para-brisa e as palhetas muito simples nesta faixa de preço.

Motor 1.6

Mesmo equipado com motor 1.6, o Renault Duster 1.6 CVT gosta de frequentar posto de combustíveis. Computador de bordo registrou média de 6,3 km/l com gasolina na cidade e 12 km/l na estrada. O modo de direção driving Eco acionado por meio de tecla na parte inferior do painel troca as marchas em rotações mais baixas para diminuir consumo. É desativado momentaneamente com o acelerador totalmente pressionado, voltando ao normal em seguida. O desempenho não é o melhor dos mundos, mas o Duster não faz feio. Faz-se necessário ser precavido na ultrapassagem pelo maior tempo para realizá-la.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Transmissão

O câmbio CVT, de infinitas relações de transmissão, não responde imediatamente. Hesita um pouco em rotações mais altas. São seis marchas marcadas para os que gostam de trocá-las. A diferença de potência entre álcool e gasolina é de apenas dois cv. O torque declarado (16,2 kgfm) é o mesmo para álcool e gasolina.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Suspensão

Calibragem da suspensão do Renault Duster 1.6 CVT estava um pouco áspera na unidade avaliada mesmo com a pressão dos pneus aferida. Interessante que o conforto do sistema de suspensão sempre foi um dos destaques do Duster que usa pneus de perfil mais alto justamente para absorver melhor as imperfeições do solo, principalmente sobre remendos e ondulações do asfalto.

Preço

Renault precisa dar atenção ao ocupante do assento central traseiro que tem disponível o cinto abdominal em vez do de três pontos. Em um carro com preço sugerido de R$ 83.190 é pura economia de palito e descaso com a segurança. Incoerência frente aos controles de tração e estabilidade. Pelo menos há apoio de cabeça para todos no banco traseiro. O Duster tem garantia total de três anos. Mesmo muito bem equipada a versão Dynamique tem preço elevado como a maioria quase absoluta dos carros vendidos no Brasil.

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
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Ficha técnica Renault Duster1.6 CVT

Motor
De quatro cilindros em linha, 1.597 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, de 120 cv (álcool) e 118 cv (gasolina) de potências máximas a 5.500 rpm e torque máximo de 16,2 kgfm (a/g) a 4.000 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio CVT de infinitas relações

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletro-hidráulica

Freios
Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira; ESP (controle de estabilidade) e HSA (assistente de partida em rampa)

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson; traseira, eixo de torção e barra estabilizadora

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Rodas/pneus
6×16” de liga leve /215/65R16

Peso
1.240 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
500 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,32; largura, 1,81; altura, 1,62; distância entre-eixos, 2,67

Altura do solo
21 centímetros/ângulos de ataque/saída, 30/34,5

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Capacidades (litro)
Porta-malas, 475; tanque, 50

Desempenho
Velocidade máxima, não disponível; aceleração até 100 km/h, 13,2 segundos (álcool) e 13,9 segundos (gasolina)

Consumo (km/l)
Urbano, 7,1 (a) e 10,3 (g); estrada, 7,9 (a) e 10,8 (g)

Foto | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
Redação

Redator do Autos Segredos.