Por Marcelo Iglesias
O Jeep Compass se firmou como líder do segmento de utilitários-esportivos (SUV’s) no Brasil e só este ano acumula 44 mil unidades licenciadas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). São 9 mil carros a mais que o Honda HR-V, que figura na segunda posição.
O que chama atenção é que o Jeep Compass é um automóvel bem mais caro que o rival japonês, que lidera num segmento inferior. O norte-americano parte de R$ 110 mil, enquanto o japonesinho parte de R$ 83 mil (na versão “espiritual” LX, com caixa manual). Ou seja, são quase R$ 30 mil de diferença entre as opções de entrada e mesmo assim o Jeep segue na frente.
Uma das razões do bom desempenho do Jeep Compass está na combinação de bom espaço, conjunto mecânico bem acertado e claro, o lastro que a grade de sete grelhas oferece ao seu proprietário. Não seria exagero dizer que o SUV pernambucano é o Hyundai Tucson dessa década.
Testamos a versão Longitude 2.0 flex, que parte de R$ 120.990. Não é um carro barato, mas trata-se de uma das opções mais indicadas (e equilibradas) para quem está fitando o Compass e não faz questão de pagar bem mais caro para levar um sistema de tração integral e motor turbodiesel.
A versão vem de série com um pacote farto de conteúdos como:
Como opcional ele pode ser equipado com:
A versão testada continha praticamente todos os opcionais, com exceção do teto solar. O que fez seu preço saltar para R$ 127.560. Com acréscimo do teto solar e pintura especial, o valor poderia subir para R$ 136.670.
O Jeep Compass é um SUV que oferece bom espaço interno para quatro ocupantes. Um quinto passageiro rouba espaço, mas não chega a ser persona non grata a bordo. Já o volume do porta-malas é de 410 litros. O volume poderia ser maior, mas o estepe rouba muitos litros do bagageiro.
A qualidade de acabamento do Jeep Compass segue o bom padrão inaugurado pelo irmão Renegade, com painéis emborrachados, forração em couro nas portas que elevam a percepção de refinamento. O carro testado vinha com acabamento em tom cinza claro, que chama a atenção pela sofisticação. Mas o jipão com pouco mais de 10 mil quilômetros já dá indícios que a tonalidade enches os olhos, mas encarde fácil, o que demanda uma atenção redobrada com a limpeza do estofamento.
O Compass com motor flex é um típico SUV citadino. A saia sob o para-choque dianteiro reduz propositalmente o ângulo de ataque da versão. Bem diferente das opções 4×4 que têm para-choques com maior altura do solo, ganchos e desenho que privilegiam o acesso a terrenos acidentados.
O pacote de comodidades faz dele um carro prático para se rodar na cidade mesmo com seus quase 4,5 metros de comprimento. Itens como a boa leitura da câmera de ré, assim como o assistente de partida em rampa, tornam a vida a bordo mais prática. A posição elevada garante boa visibilidade, mesmo que a larga coluna D roube um pouco da visão.
Seu motor Tiger Shark 2.0 de 166 cv e 20,5 mkgf de torque, combinado com a transmissão automática de seis marchas, cumpre bem seu papel na cidade. Ele é ágil e tem consumo moderado. Abastecido com etanol registrou 7,2 km/l no combinado entre trajeto rodoviário e urbano. Para um carro desse porte e com quatro pneus largos que se agarram como lagartas no asfalto, está mais que bom.
Na estrada o Compass se mostra bem à vontade, apesar de oscilar um pouco nas curvas mais rápidas. Apesar da eletrônica, o centro de gravidade elevado não recomenda que o motorista abuse demais da sorte. As retomadas, por sua vez, são rápidas, graças ao bom funcionamento da caixa japonesa Aisin.
O Jeep Compass faz jus ao título de SUV mais vendido do país. O utilitário agrega atributos de conforto e comodidade que carecem em boa parte dos jipinhos de menor porte. São conteúdos que se somam ao belo design do utilitário e também pelo lastro que a marca conquistou no mercado brasileiro (em grande parte) graças ao Renegade, que abriu o caminho para o irmão maior.
Como já foi dito, a versão Longitude 2.0 flex é um carro para quem busca espaço e conforto para o cotidiano. Mas, se a ideia é ir além de onde o asfalto termina, é bom pensar na versão diesel com sua pujança de torque e um sistema de tração sofisticado que literalmente faz ele subir em rochas.
»MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha com 88 mm de diâmetro e 82 mm de curso, 1.995 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, 159 cv (g)/166 cv (e) de potência máxima a 6.200 rpm, 19,9 kgfm (g)/20,5 kgfm (e) de torque máximo a 4.000 rpm
»TRANSMISSÃO
Câmbio automático de seis marchas, tração dianteira
»ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
10,9 segundos com gasolina e 10,6 segundos com etanol
»VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
188 km/h com gasolina e 192 km/h com etanol
»DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
»FREIOS
Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, com ABS
»SUSPENSÃO
Independente do tipo McPherson na dianteira e na traseira
»RODAS E PNEUS
Rodas em liga leve 18″ x 7J, pneus 225/55 R18
»DIMENSÕES
Comprimento, 4,416 m; largura, 1,819 m; altura, 1,638 m; distância entre-eixos, 2,636 m; altura em relação ao solo: 20,9 cm; peso, 1.541 quilos
»CAPACIDADES
Tanque de combustível: 60 litros; porta-malas: 410 litros; carga útil (passageiros e bagagem), 400 quilos