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| em 13 anos ago

Ao Volante: Palio como sempre, esperto como nunca

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O desempenho proporcionado pelo motor E.torQ fica evidente já nas primeiras aceleradas. É pena que o propulsor tenha chegado tarde:  a nova geração do hatch estreará ainda em 2011

Ao ver o emblema “1.6 16V” fixado na traseira do Palio, logo vem à cabeça a primeira geração do modelo, lançada em 1996. Naquele ano já distante, a versão top do hatch contava com um propulsor de configuração semelhante, que oferecia bons números para os padrões da época: 106 cv a 5.500 rpm e 15,4 mkgf a 4.500 rpm. Derivado da linha Fiasa produzida pela Fiat, esse motor permaneceu na família até 2003. No ano passado, surgiu o E.torQ, um bloco nunca antes oferecido pela marca italiana, fabricado no Paraná em uma planta construída pela Tritec, que fornecia componentes para o Mini.

As coincidências quanto à cilindrada e ao número de válvulas podem sugerir rendimento parelho entre os dois motores, mas o E.torQ supera os números do antigo Fiasa com facilidade. A potência é de 115 cv com gasolina e 117 com etanol, ambos os valores alcançadas às 5.500 rpm, enquanto o torque é de 16,2 e 16,8 mkgf às 4.500 rpm com os respectivos combustíveis. O fabricante informa que 93% da força total já está disponível às 2.500 rpm. Bloco e cabeçote são dotados de recursos atuais, como distribuição por corrente (no lugar da temida correia dentada) e bielas sinterizadas. Trata-se do propulsor mais potente já disponibilizado para o Palio e a grande novidade oferecida para a linha desde 2008, quando foi feita uma leve reestilização que introduziu os faróis de bloco elíptico no modelo. O 1.6 16V está vinculado à versão Essence, que parte dos R$ 36,9 mil.

VELHO CONHECIDO Dirigir um Palio está longe de ser uma experiência nova: depois de 15 anos no mercado, as qualidades e defeitos do hatch são de conhecimento geral. A novidade fica mesmo por conta da performance proporcionada pelo motor E-torQ. Graças aos bons números de potência e torque, aliados ao peso de apenas 1.032 kg, o desempenho é muito bom. Abaixo de 2.000 rpm o motorista percebe alguma letargia, mas a partir daí, as acelerações e retomadas são rápidas. Além do mais, o propulsor é silencioso e suave mesmo em altas rotações.

Ocorre que, apesar do fôlego do motor E.torQ, o conjunto mecânico instiga a uma condução mais tranqüila. A suspensão não transmite confiança em velocidades elevadas, e está mais voltada para a absorção das irregularidades do piso. O modelo não chega a ser instável, mas a carroceria inclina bastante nas curvas e os pneus não demoram a perder aderência. O câmbio tem engates macios, enquanto o curso da alavanca é longo e o escalonamento das marchas poderia ser melhor. A direção está bem acertada, e concilia firmeza em alta velocidade com conforto em manobras.

A posição ao volante é boa e tanto o motorista quanto o passageiro desfrutam de espaço razoável. Quem se senta atrás, por outro lado, não consegue se acomodar com conforto, pois o vão para as pernas é pequeno, devido ao entre eixos curto, de apenas 2,37 metros. O porta-malas, com capacidade para 290 litros, está um pouco acima da média da categoria. A visibilidade é boa para todos os lados, e os espelhos retrovisores cobrem uma área satisfatória.

NA PONTA DO LÁPIS O consumo foi fornecido pelo próprio computador de bordo, que é item de série na versão Essence. Os números revelaram disparidade. Com gasolina no tanque, a média na cidade ficou em 10,8 km/l. Quando foi abastecido com etanol, o veículo registrou 6,8 km/l. Tamanha diferença é difícil de explicar, e pode ser decisiva mesmo nos momentos em que o preço do combustível vegetal estiver mais vantajoso.

A unidade avaliada tinha bancos e painéis de portas revestidos em veludo, um item opcional incluído no chamado Kit Emotion, que melhora consideravelmente o aspecto do interior. No mais, o acabamento merece ressalvas, pois algumas peças, confeccionadas em plástico rígido, possuem rebarbas e não se encaixam perfeitamente. Airbags e freios ABS também são itens vendidos à parte, mas pelo menos os três apoios de cabeça no banco traseiro são de série.

CARREIRA AVANÇADA O motor E.torQ é uma novidade bem-vinda, mas que chegou no fim do ciclo de vida do Palio. A nova geração do modelo segue em testes intensivos para ser lançada ainda em 2011 (veja aqui), e promete oferecer mais espaço, melhor ergonomia e dirigibilidade mais esportiva. Com os dias contados, a versão Essence só vale a pena se for adquirida por valores abaixo dos sugeridos pelo fabricante.

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina/etanol, 1.598 cm³ de cilindrada, 115cv (g)/117cv (e) de potência máxima a 5.500 rpm, 16,2 kgfm (g)/ 16,8 kgfm (e) de torque máximo a 4.500 rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco marchas

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS opcional

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com braços oscilantes inferiores transversais; traseira, semi-independente, com eixo de torção e barra estabilizadora

RODAS E PNEUS
Rodas em liga-leve opcionais, 5,0 x 15 polegadas, pneus 185/60 R15

DIMENSÕES (metros)
Comprimento: 3,847; largura: 1,640; altura: 1,447; distância entre-eixos: 2,373

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 48 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 400 quilos; peso: 1.032 quilos

Fotos | Fiat/Divulgação

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Redação

Redator do Autos Segredos.