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Cuidados ao comprar carro usado a diesel

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Conjunto mais robusto também tem manutenção mais cara que pode ser negligenciada por antigos proprietários

Por Fernando Miragaya

Recentemente você deve ter visto o vídeo do ator Lima Duarte com sua F1000 com mais de 1 milhão de quilômetros rodados com seu motorzão MWM. Realmente, os motores diesel são conhecidos por sua robustez e durabilidade, mas isso não quer dizer que é possível comprar carro usado movido por esse combustível de olhos fechados. 

Pelo contrário. Um veiculo de segunda mão, por si só, requer bastante pesquisa sobre seu histórico. No caso do carro usado diesel, a chegada da eletrônica, de motores mais modernos e até do combustível melhor (S10) demandam atenção extra.

“Ao mesmo tempo em que o motor diesel tem durabilidade maior, também tem um custo de manutenção maior. O carro de um proprietário um pouco displicente, que usou de meios, talvez, de baixa qualidade para baratear a manutenção, cedo ou tarde vai cobrar seu preço”, alerta o engenheiro Renato Passos, especialistas em motores diesel.

Sistema de injeção de carro usado diesel

Um dos componentes mais duradouros, porém mais críticos de um carro usado com motor diesel é a injeção. Com a popularização das injeções diretas do tipo common rail, o sistema trabalha sob pressão mais alta, o que exigiu peças mais robustas.

“Os injetores dos motores diesel mais modernos são resistentes, e costumam durar até 200 mil quilômetros. Porém, demandam manutenção específica e dentro dos prazos”, explica Passos.

Desta forma, o engenheiro recomenda observar logo de cara o comportamento do carro diesel usado. Inicialmente, o motor tem de pegar de primeira. Depois de 20 segundos após dada a partida, com o veículo parado e em ponto morto, acelere até o fim de curso do pedal e observe pelo retrovisor se há sinais de fumaça do escapamento.

“É o que chama-se de teste de opacidade. Se soltar muita fumaça significa que tem algum problema na injeção ou o carro foi modificado”, explica Renato Passos.

Ainda em relação à injeção, outra dica é observar o carro em situações de retomadas. Seja em uma ultrapassagem ou em mesmo em uma ladeira, onde é preciso acelerar mais forte. Se o automóvel engasgar ou demorar a responder, pode ser algo também relacionado ao sistema.

Óleo correto

Troca de óleo
Foto | Petronas/Divulgação – Seguir usando o óleo recomendado é fundamental

Aqui no Autos Segredos a gente chama muito a atenção para o uso do óleo certo para cada motor, movido por qual combustível for. E o perigo está justamente nos lubrificantes recomendados pelas fabricantes para modelos com motores a diesel mais modernos.

Calma, explicamos: isso porque muitos óleos são caros – alguns, inclusive, são importados. E ainda existe gente que acha que pode por qualquer lubrificante no motor.

“Não é qualquer diesel que roda 15W40 ou com óleo mineral. Inclusive, muitos comerciais leves já pedem óleo sintético. O lubrificante errado pode ocasionar falhas no turbo, na bomba de óleo, além de perda de desempenho, aumento do consumo e formação de borra”, destaca o engenheiro mecânico.

Por esta razão, é importante verificar o histórico de troca de óleo do carro diesel usado, se o dono seguiu as especificações de produto e respeitou os prazos. E manter as recomendações da montadora depois da compra.

Correias e correntes

Se os motores diesel mais tradicionais eram compostos por várias engrenagens, o que colaborava para sua durabilidade, hoje os conjuntos usam mais correias e correntes. E são itens que devem ser observados com atenção, se foram trocados dentro dos prazos e se receberam a manutenção devida.

“Importante observar muito bem essa questão do que está movendo o quê dentro do conjunto, e o respeito aos prazos de manutenção. Para não estourar bomba d’água e pegar o motor superaquecendo, o que deixará um estrago”, observa Passos.

Cuidado com os carros diesel usados mexidos

A eletrônica trouxe modernidade aos motores diesel e também facilidades para serem mexidos. Renato Passos não recomenda carros usados que foram remapeados e tiveram a potência aumentada.

Principalmente porque os propulsores diesel têm muita força em baixas rotações. O ganho de potência pode sobrecarregar o conjunto da transmissão. 

“Eu não compraria um diesel que teve um remapeamento, pois alguns modelos são mais suscetíveis. Tirar 20 cv de uma Amarok V6 é uma coisa, mas 20 cv no Renegade vão fazer o câmbio operar no limite de torque. O remapeamento é no motor, mas quem sofre é a transmissão”, exemplifica o especialista.

Cuidado com os aventureiros de shopping

A popularização dos utilitários esportivos e picapes, e o perfil mais urbano de seus compradores também implica em outros cuidados na hora de procurar um seminovo. Isso porque muitas vezes o carro usado diesel pode ter muita de suas aptidões off-road usadas de forma errada – ou acima de suas capacidades.

Uma dessas questões diz respeito ao uso da tração integral. Criou-se um mito de que acionar o 4×4 no asfalto traz uma estabilidade extra ao veículo.

“Se o veículo não tem diferencial central, o uso contínuo em asfalto vai fazer o sistema quebrar”, diz Renato Passos. 

O engenheiro ressalta que os modelos 4×4 têm jogos de engrenagens que atuam nos dois eixos de formas distintas, e quem “compensa” e “corrige” as diferenças de velocidade entre um e outro é justamente o diferencial.

“No caso do carro sem diferencial, o que segura essa diferença é o trecho escorregadio. Mas quando rodo no asfalto com o 4×4, mesmo molhado, não tem coeficiente de atrito para fazer esse equilíbrio”, esclarece.

Ou seja, se o carro usado diesel apresentar barulhos metálicos, folgas e trancos em manobras, pode ser sinal de que o sistema de tração foi judiado. Além disso, leve o automóvel para um terreno de baixa aderência, ligue o 4×4 e acione a reduzida. 

“Se apresentar qualquer tranco anormal, ou na hora de virar fazer aquele ‘clec clec clec’, é indicativo de problema”, completa.

Por fim, dê aquela checada na parte inferior do carro usado diesel. Muitos donos inexperientes acreditam que por ser um SUV com tração nas quatro rodas, ele está apto a encarar trechos nos moldes de um Paris-Dakar e desrespeitam as capacidades do modelo.

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