Mas eu ainda acredito que, diante das vendas dos últimos meses, as concessionárias estejam oferecendo bons descontos para o comprador ter a impressão de estar saindo no lucro.
E o preço nem chega a ser o maior problema. Era esperado o aumento do IPI cheio e, certamente, há um montante para compensar a queda nas vendas este ano – e o que se perde sem vender na escala projetada inicialmente. Mas nem sempre os modelos mais caros acompanham estes aumentos na mesma velocidade, justamente por não terem nascido como carros de muita escala. A diferença de preço dos compactos diminui e, equipando-se o carro, o resultado é uma grande distorção.
A distância entre os compactos de entrada, os “premium” e os médios está cada vez menor. E a diferença entre os equipamentos oferecidos, também. Sistemas multimídia, ar-condicionado digital, câmbio automático e bancos em couro não estão mais restritos aos médios. Isso é bom, mesmo que o resultado seja um Peugeot 208 ou Hyundai HB20 de R$ 60 mil ou um Ford Fiesta de R$ 64 mil. Em tempos de pacotes de equipamentos fechados, ter opção sempre é bom.
Up!, Gol e Fox custam praticamente o mesmo. Porém, enquanto R$ 15 mil reais separam um Fox Highline equipado de um Golf Highline, R$ 10 mil separam o SpaceFox Highline completo do Golf Variant Comfortline. Para o Space Cross a distância é de R$ 6 mil. É muito pouco para o abismo técnico que há entre um modelo e outro.
Mas qual seria, então, a distância correta entre cada segmento?
Fotos | Volkswagen, Renault e Peugeot/Divulgação