A justificativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é econômica, tendo como objetivo equilibrar a balança comercial, que pende mais para o lado das importações que para o das exportações, situação para a qual contribui fortemente a valorização do real frente ao dólar. Contudo, por coincidência ou não, a barreira foi imposta depois de várias semanas de negociações infrutíferas com a Argentina, que desde março mantém cerca de 2,5 mil máquinas agrícolas e 870 mil pares de calçados brasileiros retidos em seus portos. O país vizinho é responsável por aproximadamente 44% dos automóveis trazidos para cá.
Na última sexta-feira, a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), divulgou uma carta aberta apoiando a adoção da barreira burocrática. A entidade reúne 30 marcas estrangeiras de países fora do Mercosul, que não gozam de acordo comercial com o Brasil e pagam 35% de impostos alfandegários. O documento destacou que os carros desses fabricantes correspondem a 4,92% das vendas do mercado interno. O comunicado também destaca a importância dos produtos provenientes do exterior para o mercado local, com conseqüências como geração de empregos e movimentação do mercado.
Segundo a jornalista Marina Guimarães, da Agência Estado, Mercedes-Benz, Toyota e GM já estariam sendo atingidas pelo procedimento. Ao todo, 79,85% dos veículos importados são trazidos por empresas que possuem fábricas no Brasil. Cabe ressaltar que a nova regra de importação vale só para automóveis prontos. Autopeças, como pneus e transmissões, estão isentas da vistoria.
Fotos | Appa (Administração dos portos de Paranaguá e Antonina)/Divulgação