Autos Segredos lista cinco dicas para você economizar combustível do seu carro em tempos de preços altíssimos e assim sobre uns trocados a mais no seu bolso no fim do mês
Gasolina
Foto | Tomaz Silva/Agência Brasil

Por Marcelo Jabulas

Automóveis híbridos, elétricos e movidos a célula combustível já são uma realidade. Não ter que visitar o frentista, ou espaçar as idas ao posto, é a promessa de muitos desses carros ecologicamente corretos. Mas fato é que são tecnologias caras e para poucos bolsos. As opções mais baratas não saem por menos de R$ 120 mil. Mesmo assim, é possível fazer com que seu carro se torne mais econômico. Para isso basta se mudar alguns hábitos e ficar vigilante em relação à boa conservação de seu automóvel. São cinco dicas que, não te livraram dos encontros com o frentistas, mas certamente farão bem para o seu bolso.

Olho no posto

Parece até bobagem, mas a qualidade do combustível está diretamente ligada ao consumo. Muitos postos têm o hábito desonesto de adulterar combustível com solventes, água e toda sorte de fluidos para fazer render mais o líquido em seus reservatórios.

Durante a greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio de 2018, muita gente resolveu estocar combustível em galões e percebeu que haviam dois líquidos nas embalagens. Isso porque a água e gasolina não se misturam. O derivado do petróleo tem menor densidade que o H2O e flutua sobre ela.

Com combustível adulterado, o motor terá mais dificuldade para funcionar e instintivamente o condutor irá pressionar mais o pedal para tentar compensar a falta de fôlego.

Trabalho braçal

O motor a combustão funciona pelo princípio da detonação a mistura ar-combustível nas câmara de combustão. A cada explosão o pistão é empurrado para baixo, girando a árvore de manivela, que por sua vez gira a transmissão, que faz com as rodas se movam. Esse processo é repetido milhares de vezes por minuto. E cada vez que acontece, um pouquinho de combustível é injetado e queimado.

Assim, quanto maior for a rotação do motor, maior será o gasto de combustível. A dica aqui é para o motorista evitar manter a rotação elevada quando não há necessidade. No trânsito, quando estiver trafegando na velocidade limite de via, eleve a marcha a ponto que seja possível manter a velocidade, mas com um giro baixo.

Por exemplo, numa via de 60 km/h, trafegue nessa velocidade de quinta marcha. Certamente a rotação ficará abaixo dos 2 mil rpm. Caso estivesse de terceira, ela estaria perto do 4 mil giros. Ou seja, o dobro de injeções para rodar na mesma velocidade.

Para economizar combustível, o ideal é rodar com o giro baixo, o que certamente fará sua autonomia crescer.

Pedais
Foto | Fiat/Divulgação –

Pé leve

O acelerador funciona da seguinte forma. Quando você pisa, há um cabo que abre a borboleta de admissão. Quanto mais você pisa, maior será o ângulo de abertura da borboleta e também a sucção de ar e, consequentemente, também de combustível injetado para as câmaras.

Assim, quando o amigo estiver num trânsito pesado e lento, evite pisar com força. Dê pé apenas para deslocar o carro, sem deixar ele morrer, troque para uma segunda. Acelerar demais para andar pouco é gastar combustível sem necessidade.

Outra dica, evite de deixar o pé sobre o acelerador, pois qualquer pressão eleva a rotação e o consumo. E por último, numa ladeira evite de segurar o carro no controle de embreagem, pois para manter o motor acesso é preciso dar pedal, e manter uma rotação acima do ponto morto. Além de gastar combustível, também reduz a vida útil da sua embreagem.

Pneus são aliados para economizar combustível
Foto | Fiat/Divulgação – Para economizar combustível, os pneus devem ter calibração recomendada pelo fabricante

Pressão dos pneus

O motor, em seu funcionamento, utiliza sua força para deslocar a massa do automóvel. Além do peso do carro e dos ocupantes, ele também precisa vencer o atrito dos pneus com o piso.

Pneus com calibração abaixo da recomendação do fabricante são um vilão para a economia de combustível. A razão é simples. O pneu tem seu desenho de banda de rodagem (a superfície que toca na pista) elaborado para rodar com uma pressão determinada pelos fabricante. Quando a pressão está abaixo do recomendável, os ombros do pneu (as laterais) se deformam e a área de contato com o solo aumenta.

A consequência disso é que o motor fará mais força para colocar o carro em movimento. E dessa forma consumir mais combustível. O ideal é verificar a pressão dos pneus a cada 10 dias, ou pelo menos a cada duas semanas.

Saiba mais:
Economia de combustível vai muito além do motor.

Mas não adianta fazer isso após rodar longas distâncias, pois o atrito do pneu com o solo gera calor e consequentemente dilatação do ar dentro dele, o que eleva a pressão e dará uma leitura errada na hora de conferir a calibração. É preciso fazer com os pneus frios, de preferência pela manhã, no posto mais perto de casa.

Velas, cabos e filtros

O processo de funcionamento do motor a gasolina (e também a etanol, ou flex) se dá pela compressão e detonação da mistura ar-combustível nas câmaras de combustão. Para que isso aconteça se faz necessário uma faísca produzida pela vela de ignição. Essa vela é conectada por um cabo a um sistema de distribuição sincronizado com o movimento dos pistões, que emite um pulso elétrico amplificado pela bobina.

Acontece que as velas e cabos têm vida útil. Fabricantes recomendam sua troca a cada 10 mil quilômetros. Isso porque, com o passar do tempo, as velas apresentam oxidação e acúmulo de impurezas que comprometem a produção da centelha. Isso ocasiona numa queima irregular, que se traduz em perda de potência. O motorista, intuitivamente, tentará compensar essa falta de fôlego pisando mais fundo. Assim, há um aumento considerável no consumo.

Para economizar combustível é ideal tirar o peso extra
Foto | Fiat/Divulgação

Quinquilharia

Precisamos reconhecer que passamos muito tempo dentro de nossos carros. Eles se tornam extensão de nossas casas. Assim, é comum acumularmos bugigangas dentro deles. Sapatos, roupas, livros, tralhas sem lugar de casa, tudo vai parar no porta-malas. Pode parecer bobagem, mas esse “lastro” demanda mais força do motor, e consequentemente, mais consumo de combustível.

Então, a dica é: sempre faça uma faxina no carro para economizar combustível. Retire o que não realmente essencial, assim como você faz com sua mochila e bolsa regularmente.

Para passar a régua

Tente seguir esses passos, certamente seu consumo deverá cair em pelo menos 10%. Para economizar combustível, comece com os pneus, as velas e faxina no interior. Depois procure reeducar sua forma de conduzir o carro. Faça um comparativo de antes e depois. Certamente seu encontro com o frentista demorará mais.

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