Autos Segredos lista cinco dicas para você economizar combustível do seu carro em tempos de preços altíssimos e assim sobre uns trocados a mais no seu bolso no fim do mês
Por Marcelo Jabulas
Automóveis híbridos, elétricos e movidos a célula combustível já são uma realidade. Não ter que visitar o frentista, ou espaçar as idas ao posto, é a promessa de muitos desses carros ecologicamente corretos. Mas fato é que são tecnologias caras e para poucos bolsos. As opções mais baratas não saem por menos de R$ 120 mil. Mesmo assim, é possível fazer com que seu carro se torne mais econômico. Para isso basta se mudar alguns hábitos e ficar vigilante em relação à boa conservação de seu automóvel. São cinco dicas que, não te livraram dos encontros com o frentistas, mas certamente farão bem para o seu bolso.
Olho no posto
Parece até bobagem, mas a qualidade do combustível está diretamente ligada ao consumo. Muitos postos têm o hábito desonesto de adulterar combustível com solventes, água e toda sorte de fluidos para fazer render mais o líquido em seus reservatórios.
Durante a greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio de 2018, muita gente resolveu estocar combustível em galões e percebeu que haviam dois líquidos nas embalagens. Isso porque a água e gasolina não se misturam. O derivado do petróleo tem menor densidade que o H2O e flutua sobre ela.
Com combustível adulterado, o motor terá mais dificuldade para funcionar e instintivamente o condutor irá pressionar mais o pedal para tentar compensar a falta de fôlego.
Trabalho braçal
O motor a combustão funciona pelo princípio da detonação a mistura ar-combustível nas câmara de combustão. A cada explosão o pistão é empurrado para baixo, girando a árvore de manivela, que por sua vez gira a transmissão, que faz com as rodas se movam. Esse processo é repetido milhares de vezes por minuto. E cada vez que acontece, um pouquinho de combustível é injetado e queimado.
Assim, quanto maior for a rotação do motor, maior será o gasto de combustível. A dica aqui é para o motorista evitar manter a rotação elevada quando não há necessidade. No trânsito, quando estiver trafegando na velocidade limite de via, eleve a marcha a ponto que seja possível manter a velocidade, mas com um giro baixo.
Por exemplo, numa via de 60 km/h, trafegue nessa velocidade de quinta marcha. Certamente a rotação ficará abaixo dos 2 mil rpm. Caso estivesse de terceira, ela estaria perto do 4 mil giros. Ou seja, o dobro de injeções para rodar na mesma velocidade.
Para economizar combustível, o ideal é rodar com o giro baixo, o que certamente fará sua autonomia crescer.
Pé leve
O acelerador funciona da seguinte forma. Quando você pisa, há um cabo que abre a borboleta de admissão. Quanto mais você pisa, maior será o ângulo de abertura da borboleta e também a sucção de ar e, consequentemente, também de combustível injetado para as câmaras.
Assim, quando o amigo estiver num trânsito pesado e lento, evite pisar com força. Dê pé apenas para deslocar o carro, sem deixar ele morrer, troque para uma segunda. Acelerar demais para andar pouco é gastar combustível sem necessidade.
Outra dica, evite de deixar o pé sobre o acelerador, pois qualquer pressão eleva a rotação e o consumo. E por último, numa ladeira evite de segurar o carro no controle de embreagem, pois para manter o motor acesso é preciso dar pedal, e manter uma rotação acima do ponto morto. Além de gastar combustível, também reduz a vida útil da sua embreagem.
Pressão dos pneus
O motor, em seu funcionamento, utiliza sua força para deslocar a massa do automóvel. Além do peso do carro e dos ocupantes, ele também precisa vencer o atrito dos pneus com o piso.
Pneus com calibração abaixo da recomendação do fabricante são um vilão para a economia de combustível. A razão é simples. O pneu tem seu desenho de banda de rodagem (a superfície que toca na pista) elaborado para rodar com uma pressão determinada pelos fabricante. Quando a pressão está abaixo do recomendável, os ombros do pneu (as laterais) se deformam e a área de contato com o solo aumenta.
A consequência disso é que o motor fará mais força para colocar o carro em movimento. E dessa forma consumir mais combustível. O ideal é verificar a pressão dos pneus a cada 10 dias, ou pelo menos a cada duas semanas.
Saiba mais:
Economia de combustível vai muito além do motor.
Mas não adianta fazer isso após rodar longas distâncias, pois o atrito do pneu com o solo gera calor e consequentemente dilatação do ar dentro dele, o que eleva a pressão e dará uma leitura errada na hora de conferir a calibração. É preciso fazer com os pneus frios, de preferência pela manhã, no posto mais perto de casa.
Velas, cabos e filtros
O processo de funcionamento do motor a gasolina (e também a etanol, ou flex) se dá pela compressão e detonação da mistura ar-combustível nas câmaras de combustão. Para que isso aconteça se faz necessário uma faísca produzida pela vela de ignição. Essa vela é conectada por um cabo a um sistema de distribuição sincronizado com o movimento dos pistões, que emite um pulso elétrico amplificado pela bobina.
Acontece que as velas e cabos têm vida útil. Fabricantes recomendam sua troca a cada 10 mil quilômetros. Isso porque, com o passar do tempo, as velas apresentam oxidação e acúmulo de impurezas que comprometem a produção da centelha. Isso ocasiona numa queima irregular, que se traduz em perda de potência. O motorista, intuitivamente, tentará compensar essa falta de fôlego pisando mais fundo. Assim, há um aumento considerável no consumo.
Quinquilharia
Precisamos reconhecer que passamos muito tempo dentro de nossos carros. Eles se tornam extensão de nossas casas. Assim, é comum acumularmos bugigangas dentro deles. Sapatos, roupas, livros, tralhas sem lugar de casa, tudo vai parar no porta-malas. Pode parecer bobagem, mas esse “lastro” demanda mais força do motor, e consequentemente, mais consumo de combustível.
Então, a dica é: sempre faça uma faxina no carro para economizar combustível. Retire o que não realmente essencial, assim como você faz com sua mochila e bolsa regularmente.
Para passar a régua
Tente seguir esses passos, certamente seu consumo deverá cair em pelo menos 10%. Para economizar combustível, comece com os pneus, as velas e faxina no interior. Depois procure reeducar sua forma de conduzir o carro. Faça um comparativo de antes e depois. Certamente seu encontro com o frentista demorará mais.