Honda Civic EXS usado pode ser a saída para quem procura um sedã médio sem gastar muito
Honda Civic EXS
Foto | Honda/divulgação
Por Marcelo Iglesias

O segmento de sedãs médios foi duramente impactado pela ascensão dos utilitários-esportivos (SUV) que hoje representam cerca de 20% de todo o mercado. Já os sedãs correspondem a 6% dos emplacamentos segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Mesmo assim, os sedãs médios ainda são cobiçados por sua qualidade de acabamento, farta lista de equipamentos e conjuntos mecânicos mais sofisticados.

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Status de luxo

O grande problema é que o sedã médio ficou caro demais no Brasil. Hoje as versões mais baratas não saem por menos de R$ 95 mil. E entre os modelos mais cobiçados, o Honda Civic ganhou status de carro de luxo desde a chegada da décima geração. Para se ter uma ideia, a versão topo de linha, Touring, é ofertada por assustadores R$ 126.600.

Mais barata parte de R$ 90 mil

A versão mais barata do Civic é a Sport 2.0 (manual) que é oferecida por R$ 90.900. No entanto, é mais fácil encontrar o helicóptero de Ulisses Guimarães que achar esse carro para pronta-entrega. E a razão é simples, o cliente Honda faz questão de carros automáticos e a marca praticamente produz a versão a partir de pedidos. Dessa forma, o Civic mais em conta para pronta-entrega é a versão Sport 2.0 (automática) que custa nada modestos 98 mil.

Mercado de usados

Ou seja, comprar um Civic zero quilômetro exige nada menos que 100 meses de salário mínimo. Grana que se economiza em oito anos e quatro meses. Outra opção é partir para o mercado de usados. O Civic tem bom volume de vendas nesse varejo. Só em agosto, trocaram de mãos 17.324, de acordo com o balanço da Fenabrave.

Geração atual

A atual geração do Civic chegou em meados de 2016. Trata-se de um modelo com pouco tempo de mercado e, a julgar por sua excelente fama, tem baixa desvalorização. Para um consumidor que espera gastar entre R$ 45 mil e R$ 55 mil, o jeito é descer um degrau e focar na nona geração, fabricada entre 2012 e 2016.

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A nona

As gerações do Civic são substituídas em intervalos que variam de cinco a seis anos, bem diferente de modelos populares que perpetuam com a mesma carroceria por mais de uma década. Essa troca de pele é um fator positivo para quem busca um usado, pois ajuda a jogar os preços para baixo. No entanto, o Civic (assim como o Toyota Corolla) tem excelente aceitação de mercado, o que mantém seus preços elevados, mesmo depois de ter virado a geração.

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Civic “Nove” tem valores que giram entre R$ 46.600 a R$ 75.600. Como é de praxe as alterações se dão pelo ano de fabricação, versão de acabamento, motor e transmissão.

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A escolha

Devemos ser muito sinceros que o consumidor que busca um sedã médio usado quer prioritariamente o conforto e comodidade que não existem em nos compactos. Daí é de se esperar que ele busque por um sedã com transmissão automática. Dessa forma, a sugestão é o Honda Civic EXS 1.8 (automática), ano 2013. De acordo com a Fipe, esse carro é avaliado em R$ 56.800. Não é exatamente uma pechincha, mas é o mesmo que é cobrado por um sedã compacto de entrada como o Volkswagen Virtus.

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Conteúdos

A versão EXS se destaca pelo generoso pacote de conteúdos que contam com itens como:

  • Banco do motorista com ajuste de altura e revestimento em couro
  • Volante multifuncional com ajuste de altura, profundidade e borboletas para trocas de marcha
  • Computador de Bordo
  • Direção assistida
  • Ajuste automático de velocidade
  • Central multimídia (Com GPS, câmera de ré, CD, USB e Bluetooth)
  • Ar-Condicionado digital
  • Vidros elétricos
  • Travas elétricas
  • Retrovisores elétricos
  • Acendimento automático dos faróis
  • Abertura interna do porta-malas
  • Teto solar
  • Banco traseiro bipartido
  • Airbags frontais
  • Airbags laterais
  • Freios Abs
  • Controle de tração (TC)
  • Controle de estabilidade (ESP)
  • Isofix
  • Alarme
  • Rodas de liga leve aro 16
  • Faróis de neblina
Honda Civic EXS
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Por fora

A nona geração é apontada como uma das que tiveram menor tempo de mercado na história do Civic. Uma das razões foram as críticas de estilo no mercado norte-americano. Lá, o sedã foi visto como uma atualização da oitava geração, que aqui até hoje é conhecida como New Civic. E como na terra do Tio Sam, o Civic figura no segmento de entrada com apelo junto ao público jovem, a marca resolveu apostar num visual mais arrojado e tratou de apresentar seu substituto já em 2015.

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Por dentro

O Civic é um automóvel que tem montagem e acabamento esmerados, o que contribui significativamente para o conforto acústico. Por dentro o sedã oferece bom espaço interno para quatro adultos. A posição de dirigir é baixa, mas não tanto como da atual geração, e o sedã oferece todos os comandos ao alcance das mãos. Um dos charmes do sedã é seu quadro de instrumentos de dois andares, assim como o computador de bordo destacado e o console central voltado para o motorista.

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Porta-malas

Já o porta-malas oferece 450 litros de volume, que é um grande salto em relação ao seu antecessor que pecava com seus parcos 340 litros.  Não chega a ser um volume formidável como os 500 e poucos litros de compactos como Virtus e Cronos, mas permite bom quantidade de bagagem.

Motor

A versão EXS é equipada com motor 1.8 16v de 144 cv e 17,7 mkgf de torque. Ele não figura com exemplo de vigor, mas cumpre bem seu papel. Já a transmissão automática de cinco marchas oferece trocas suaves e tem relações que privilegiam a eficiência, com média de consumo na casa dos 7,5 km/h, com uso de álcool. Para um sedã médio, é um média mais que justa.

Ao volante

O Civic é um carro gostoso de dirigir. O bom acabamento e a fartura de equipamentos fazem a vida a bordo bastante confortável. O sedã tem bom isolamento acústico e os bancos revestidos em couro afagam bem os ocupantes. Seu comportamento não sugere esportividade, como nenhum dos sedãs de sua geração (Corolla, Cruze e Sentra), mas não desaponta quando é necessário encher o motor para uma ultrapassagem. Basta cutucar a borboleta da esquerda para que o motor encha e o torque apareça.

O acerto de suspensão é bem equilibrado. Seu conjunto independente nas quatro rodas garante excelente estabilidade e boa absorção das irregularidades do piso. Um ponto positivo é que a versão conta com controles de estabilidade (ESP) e tração (TC), que contribuem de forma significativa para a segurança.

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Olho aberto

O Civic como o qualquer sedã médio tem grande procura no transporte executivo. Isso significa que encontrar unidades com baixa quilometragem demanda muita pesquisa, pois carros usados nesse tipo de serviço costumam rodar bastante, podendo ultrapassar sem grande esforço os 5 mil quilômetros por mês, dependendo da aplicação.

É preciso ficar atento, pois um Civic bem rodado demandará uma revisão completa e troca de praticamente todos os itens de desgaste, o que pode chegar a uma conta bem salgada. Isso, se não for necessário reparos em motor e caixa. Assim, é fundamental o aval de um especialista, para o amigo não comprar gato por lebre.

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Tomando os devidos cuidados, o Civic é um carro exemplar e que sempre é uma boa opção de compra. Ele oferece todas as comodidades esperadas de um médio, muito conforto e pacote de segurança que ainda é ficção em muitos automóveis atuais, inclusive o irmão City, que chegou à linha 2019 sem ter ESP nem como opcional.

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