| em 3 anos ago

10 motivos para ter um Chevrolet Onix 2015

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Veja aspectos que fazem do compacto da General Motors líder de mercado uma boa opção entre automóveis usados

Por Fernando Miragaya

Quem tem mais de 40 lembra bem da propaganda: “Tostines vende mais porque está sempre fresquinho, ou está sempre fresquinho porque vende mais?”. A campanha publicitária da marca de biscoitos poderia se adequar ao Chevrolet Onix. A despeito dos problemas na produção deste ano, por que o compacto da GM vende tanto para ser o carro mais emplacado do país desde 2014?

São vários os fatores que fazem do hatch um fenômeno de mercado, mas a questão é que essa popularidade torna o modelo uma boa opção de carro usado. E mesmo da geração passada, um Onix 2015 é uma alternativa para quem não quer gastar muito e ter um automóvel “pau para toda obra”.

Como em todo modelo usado, sempre reforçamos as dicas e atenções. É preciso pesquisar bastante o Onix 2015, observar atentamente seu estado de conservação e levantar o histórico de manutenção. Também veja se o preço está compatível com o praticado pelo mercado e jamais faça depósitos em nome de terceiros e antes de ver o veículo para evitar cair em golpes da bandidagem.

* preços coletados na terceira semana de setembro de 2021

Robustez

O Chevrolet Onix 2015 está longe de ter motores modernos eficientes. Porém, as opções da veterana Família I da General Motors dão conta do recado, principalmente para andar na cidade. O 1.0 gera 80/78 cv, desenvolve bem em médios giros, mas pena um pouco nas retomadas devido à pouca força em baixas rotações.

Já o 1.4 de 106/98 cv é levemente mais esperto. As acelerações são melhores e encara de forma um pouco melhor as ladeiras. De qualquer forma, como são propulsores de longa data, têm pouco histórico de problemas crônicos e manutenção simples – como veremos adiante.

Manutenção

Como dito, os motores são mais que manjados no mercado e, se não oferecem baixo nível de vibração e de consumo de combustível como os propulsores mais modernos, pelo menos acenam com manutenção fácil. Segundo mecânicos independentes, são conjuntos simples e rápidos de mexer na maioria dos casos, mas é preciso ficar atento pois há muitas queixas de falhas no motor de arranque.

Para quem prefere manter as manutenções na concessionária, a Chevrolet tem política de preço fixo de revisões após a garantia e acima dos 60.000 km. Os preços são os mesmos para o Onix 2015 1.0 ou 1.4. Confira:

  • 70.000 km: R$ 564
  • 80.000 km: R$ 584
  • 90.000 km: R$ 964

A rede também oferece troca de óleo original da AC Delco e de filtro por R$ 159. Lembre-se que é imprescindível manter os prazos de substituição do lubrificante e do filtro a cada 10 mil km ou menos, e com produtos dentro das especificações de fábrica.

Facilidade de peças

Carro que vende muito tem a vantagem de ter muita oferta no pedaço não só de carro, como de peças. Com o Onix 2015 não é diferente. Há bastante disponibilidade de componentes internos e externos no mercado de reposição, inclusive no e-commerce.

Como a oferta de peças é grande, geralmente os preços são mais baixos do que em modelos mais recentes ou que venderam pouco. Confira o custo médio de alguns destes itens:

  • Jogo de velas: de R$ 60 a R$ 90
  • Kit correia dentada: de R$ 120 a R$ 200
  • Farol: de R$ 600 a R$ 1.200
  • Bomba de combustível: de R$ 375 a R$ 650
  • Jogo dos amortecedores traseiros: de R$ 900 a R$ 1.500

Suspensão

Uma das grandes virtudes do Onix 2015 desde a primeira geração é a suspensão. Com McPherson e sub-chassi na dianteira, e eixo de torção na traseira, o hatch da GM tem um dos melhores acertos da categoria de compactos.

O modelo lida bem com os buracos e tem rodar macio nesse aspecto. Quem vai atrás, sente muito pouco das imperfeições da pista. Na frente, o volante reflete o mínimo das irregularidades do asfalto. Além disso, é quase neutro nas curvas.

MyLink

O Chevrolet Onix 2015 estava longe de ser referência em equipamentos e oferecia o básico para se viver com dignidade no tráfego. A partir da LT, recebia apenas ar, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos, computador de bordo, comando interno de abertura da tampa do tanque e banco do motorista e volante com ajustes de altura.

Mas tinha o MyLink. Dê preferência a modelos usados que sejam equipados com a central, que já estava disponível como opcional nas versões de entrada e era de série na LTZ 1.4. O sistema multimídia é simples, porém sempre foi um dos mais funcionais e intuitivos do mercado. Tinha entradas USB, conectividade Bluetooth e comandos no volante.

Lembrando que os modelos LTZ do Onix 2015 também agregavam itens como retrovisores e vidros traseiros elétricos, banco traseiro bipartido, abertura interna da tampa do porta-malas e rodas de liga-leve.

Versões automáticas do Chevrolet Onix 2015

Pode-se dizer que a linha Onix foi uma das pioneiras em trazer o conforto do câmbio automático para o segmento de compactos. As versões com motor 1.4 tinham variantes com a transmissão de seis velocidades, que tem bom escalonamento, apesar de uma imprecisão em médias rotações.

Leia também: Confira a avaliação do Chevrolet Onix 1.4 com transmissão automática

A caixa também oferece opção de mudanças sequenciais, porém, em uma tecla bem pouco funcional no pomo da alavanca. Que, aliás, costuma se soltar com o tempo.

Ressaca do 7×1

Apesar do vexame da Seleção Brasileira diante da Alemanha nas semifinais da Copa de 2014, a GM quis ostentar o seu patrocínio à CBF. Em 2015, lançou o Onix Seleção, uma série limitada a 3 mil unidades. Apesar dos 7 a 1, se tornou um modelo bem apreciado no mercado de usados.

A edição traz o escudo da confederação na altura dos para-lamas dianteiros e capas dos retrovisores na cor cinza. Foi vendida apenas com motor 1.0 e era baseada na versão LT, com a vantagem de receber a central MyLink e rodas de liga leve aro 15” de série.

Chevrolet Onix 2015: Liquidez

A rotatividade do Chevrolet Onix 2015 no mercado de usados é parecida com o seu histórico de vendas quando 0 km. Como há muitas ofertas do hatch, os preços costumam ser atraentes e o carro gira rápido.

Em um levantamento em sites especializados em compra e venda de veículos, como Webmotors, Mobiauto e KBB Brasil, o Onix 2015 é negociado entre R$ 35 mil e R$ 50 mil. Lojistas dizem que o compacto – quando em bom estado – não é de parar mais de um mês na vitrine.

Desvalorização do Chevrolet Onix 2015

Qualquer carro compacto com seis anos de uso tende a ter uma desvalorização baixa e com o modelo feito em Gravataí (SP) não é diferente. Pesa a favor o fato de o carro ser líder de vendas há cinco anos e de a antiga geração perdurar com o nome Joy. Além disso, a ampla rede da marca, com mais de 500 revendas, é outro ponto que ajuda na baixa depreciação.

Para se ter ideia, em 2020, levantamento do site AutoAvaliar apontou que o Onix 2015 foi o carro que menos desvalorizou na comparação 2020-2019. O índice de perda ficou abaixo de 1%.

Custo/benefício do Chevrolet Onix 2015

É um dos motivos que explicam a liderança do Onix até os dias atuais. O exemplar da Chevrolet tem fama de robustez, motores competentes e um portfólio bem definido. Aliado a isso, preços agressivos no varejo, manutenção com custo regular e boa liquidez.

Um conjunto que faz do Onix 2015 uma opção atraente para quem quer um compacto razoavelmente equipado para fugir do transporte público sem ter de gastar muito.

Bônus: mas nem tudo são flores

Como todo carro de entrada, o Onix 2015 tem seus defeitos de projeto. Para começar, lembre-se que é um compacto e o espaço traseiro é bastante limitado, assim como o porta-malas acanhado com 280 litros. A posição de dirigir é ruim e o acabamento interno deixa a desejar.

Como todo modelo usado, também tem alguns problemas recorrentes que merecem a atenção. Em grupos com donos do carro e queixas no site Reclame Aqui são comuns os relatos de trocas prematuras de pastilhas de freio e de correias dentadas. Queimas de lâmpadas dos faróis e dos freios, falhas no motor de arranque e mal funcionamento do compressor do ar-condicionado são outras reclamações frequentes em relação ao Onix 2015.

Redação

Redator do Autos Segredos.