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Fatia da Nissan em sedãs de luxo promete ser… Altima!

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NovoNissanAltima17Por Gustavo Henrique Ruffo
Especial para o Autos Segredos

Guararema (SP) – Quando um bolo é bom, não tem quem não queira comer sua fatia. Quanto maior ela for, melhor. Foi de olho no bolo dos sedãs médio-grandes que a Nissan decidiu começar a importar dos EUA o Altima. E com um preço muito competitivo diante do que o líder deste mercado, o Fusion, oferece. Questão de origem dos ingredientes. Vindo do México, sem pagar impostos, o sedã Ford vende hoje uma média de 800 unidades por mês. Foi algo que a GM não conseguiu com o Malibu, que nunca foi competitivo. E também vinha dos EUA. Mas a Nissan, com o Altima, mostra ter um plano para chegar lá.

NovoNissanAltima20Primeiro, pelo preço de seu sedã. Bem recheado, com teto solar de série, espaçoso e moderno, ele sai por R$ 99.800. O Ford Fusion com teto solar custa R$ 99.900. Ou a Ford está cobrando muito pelo Fusion ou a Nissan está bancando um preço mais baixo para o Altima. Faz sentido: ele será fabricado em Aguascalientes, no México, de onde também saem Sentra, March e Versa. O anúncio deve acontecer em breve, mas já está no Wikipedia.  E é aí que todo o plano da empresa para o Brasil vai se desenhando. Com o Altima mais do que incluído.

NovoNissanAltima16No começo do ano que vem a Nissan inaugura sua fábrica no Brasil, com capacidade para  200 mil carros por ano. March e Versa sairão de Resende, mas ainda haverá versões importadas do March. Nada que comprometa tanto a cota de importação. Isso permitirá trazer mais Sentra. Com o Altima feito por lá, ele também pode entrar no pacote. Importá-lo dos EUA custa caro e diminui as margens. A Nissan não fala sobre planos futuros, mas só a possibilidade de importação do México explica um preço tão competitivo. Vendê-lo ao preço que a importação dos EUA exige o tornaria pouco competitivo. Mesmo que o preço fosse reduzido depois, o estrago já estaria feito. E a Nissan não quer errar a mão com o Altima.

Parentesco com o Versa

Este Nissan é nada menos que o quarto carro mais vendido nos EUA, atrá de Toyota Camry, Honda Accord e Civic. E não é à toa. O Altima é saboroso. Quem reclamava de falta de identidade nos carros da marca japonesa verá que Sentra, Versa e Altima podem facilmente ser identificados como modelos de uma mesma fabricante, mas o desenho do irmão maior se mantém harmônico do começo ao fim, ao contrário das críticas que o Versa sofre. Em todo caso, há algo a mais que une os dois extremos da linha: a oferta de espaço.

NovoNissanAltima8Se a maior qualidade do Versa é o conforto interno, o Altima não fica atrás. Tenho 1,85 m. Normalmente, não cabe ninguém atrás de mim quando dirijo. Gosto de colocar o banco baixo, perto do assoalho, o que exige que o banco fique bem para trás. No Altima, sobra espaço para alguém com a mesma altura que a minha. Só o teto é que é relativamente baixo, para garantir o bom índice aerodinâmico, de 0,31, mas não chega a incomodar. O entre-eixos, de 2,78 m, é 7 cm menor que o do Fusion, que tem 2,85 m, mas não se nota. O porta-malas, de declarados 436 litros, parece muito maior que o do Versa, que tem 460 litros.

Adaptado ao gosto brasileiro

Para vir para o Brasil, o Altima rodou 150 mil quilômetros. Foi o suficiente para a Nissan notar que não poderia servir o carro como estava. Era preciso adaptá-lo aos gostos e estradas brasileiras. Barras estabilizadoras, coxins e buchas foram substituídas por outras mais adequadas. O carro é 6 mm mais alto que o vendido nos EUA. Além disso, todas as peças que entram em contato com nosso combustível receberam um revestimento para resistir ao efeito corrosivo do nosso álcool. Como se o bolo tivesse de resistir mais ao calor dos trópicos. Só não espere motor flex. O volume de vendas inicial esperado, de 250 unidades, não justifica o investimento. Essa é a maior desvantagem do Nissan em relação ao Ford, mas não é a única.

A suspensão é do tipo McPherson na dianteira e multibraço na traseira, mas não se trata de duplo A invertido. Ela seria mais sofisticada, segundo a Nissan, com buchas direcionais, que ajudam o carro a manter a trajetória. No test-drive do carro, com chuva, achei mais prudente não colocar a suspensão à prova, ainda que o Altima conte com um pacote de itens de segurança. Seis airbags, controle de tração, de estabilidade, sensor de pressão dos pneus, Isofix, cintos de três pontos retráteis para todos os passageiros e um sistema que é chamado de “Escudo de Segurança”, ou Safety Shield. Ele reúne monitoramento de ponto cego, detector de objetos em movimento e de mudança de faixa. Como segurança também é proteção contra gente mal intencionada, há um botão dentro do porta-luvas que permite trancar o porta-malas ao deixar o carro em estacionamentos. Quem já teve um estepe roubado sabe bem para que isso serve. Em suma, quem comprá-lo não corre o risco de ter azia.

NovoNissanAltima12Nas adaptações, só faltou incluir português nas configurações do computador de bordo. Se fosse um bolo de aniversário, as velinhas do Altima viriam com “Happy Birthday” ou, no máximo, “Feliz cumpleaños”, já que o próximo do português, entre as línguas disponíveis, é o espanhol. As medidas, em compensação, são as mesmas usadas no Brasil. E são configuráveis. É possível escolher até a cor do Altima que aparece no visor atrás do volante, que fica bem no meio do painel e fornece informações muito interessantes. A pressão dos quatro pneus, por exemplo. No test-drive, de 60 e poucos quilômetros, pudemos ver a pressão aumentar por conta do calor. O Altima, aliás, avisa se a pressão na hora de calibrar está correta ou não. Você sabe se o sapato está apertado ou confortável rapidamente.

Feito para ser requintado, o Altima é feito com ingredientes de alta qualidade, como sistema de som Bose e amortecedores de carga variável ZF Sachs. Também vem com acabamento sóbrio, assim como suas opções de cores: prata, preto e branco. O acabamento passa solidez e qualidade, mas, comparado com as linhas ousadas do exterior, o interior de estilo quase conservador destoa um pouco, mas não prejudica. Especialmente depois de dirigi-lo.

NovoNissanAltima

Saboroso de guiar

Segundo Ana Serra, gerente de produto do Altima, seu maior cliente será o grupo de homens acima dos 45 anos, de classe A. E esse cara não quer saber de SUV. Ele gosta de fazer curva. De dirigir perto do chão. Em suma, ele gosta de dirigir. No Altima, ele vai se sentir ótimo.

Volante regulável em distância e altura, bancos “Zero Gravity”, que apóiam as costas de forma programada, com regulagem elétrica de altura, distância e inclinação (tanto do encosto quanto do assento). Você só não se ajeita se não quiser. Mas faltam coisas, como retrovisores externos maiores (que mania é essa que a Nissan tem de fazer retrovisor pequeno?), memómias de banco (o Fusion tem duas) e uma visibilidade traseira um pouco melhor.

NovoNissanAltima10O motor 2.5 tem 24,8 mkgf a 4.000 rpm e 182 cv a 6.000 rpm, aliado a uma CVT. Essa transmissão, sem marchas, tem quatro modos: D, DS, D Sport e DS Sport. A D é a comum. Quando você acelera, o giro tende a se manter estável enquanto você ganha velocidade. No modo DS, o câmbio simula ter sete marchas. Ambos são relativamente mansos sem o modo Sport. Com ele acionado, o mais interessante é o DS. O D fica constantemente em 4.000 giros, uma rotação incômoda quando se quer simplesmente curtir o ótimo som. Talvez seja de propósito, para você só acionar o modo Sport quando realmente precisar dele, desativando-o assim que possível. Vai economizar combustível, assim. E nem precisava: o Altima é nota A no Conpet, ou seja, dentre os concorrentes, é o mais light e o que menos corre o risco de engordar a conta do dono do posto. Como o modo DS simula marchas, o motor cai de giro, mas responde com muita agilidade sempre que se exige mais do pedal do acelerador.

 

NovoNissanAltima3Apesar de ter quase cinco metros de comprimento (4,87 m), o Altima é fácil de manobrar e ágil. Não tive a oportunidade de testá-lo em circuito urbano, mas ele tem aquela característica que todo carro realmente bom possui: o de parecer menor do que realmente é. Controlável, previsível e obediente. Se o preço não é baixo, também não é absurdo. É meio caminho andado para o sucesso, já que quem quiser provar dessa fatia de segurança e conforto que a Nissan oferece não terá de pagar nada a mais por isso. Parece que a Nissan realmente vai garfar um bom teco deste apetitoso segmento de mercado…

Confira nas imagens abaixo as informações técnicas e a lista de equipamentos:

fichaltima

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Fotos | Marcus Camargo/Nissan/Divulgação

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