Projeto da década de 1980, o caminhão “bicudo” Mercedes-Benz chegou em 1988 com o nome L1618. O batismo de Atron veio em 2012. Com o fim de sua produção, a marca alemã encerra sua história de caminhões “bicudo” no Brasil

A história do último caminhão “bicudo” do Brasil chegou ao fim no dia 15 de junho, quando a Mercedes-Benz fabricou a última unidade do Atron. A unidade na cor branca encerra uma jornada que começou em 1989 quando ele estreou com o batismo L1618. Em 2011, na apresentação da linha 2012, o caminhão recebeu a nome atual usado até o fim dos seus dias.

Na história da Mercedes-Benz mundial, o Atron era o penúltimo caminhão “bicudo” em produção. Na Alemanha, a linha ainda é representada pelo Zetros que a partir de agora é o único modelo “bicudo” em produção da Mercedes-Benz.

Menos vantajoso

O Mercedes-Benz Atron é menos vantajoso na distribuição de carga. No Brasil, existe a regulamentação de dimensões máximas e de distribuição de carga por eixo. Deste modo, quando se calcula a distribuição, a área ocupada pelo capô “bicudo” acaba sendo uma área perdida na carroceria. E foi justamente a frente bicuda que decretou o seu fim.

Outro fator que também contribui para seu declínio foi o fato do mercado brasileiro ter aceitado bem os modelos de “cara chata”.

Projeto antigo

Mesmo sendo um projeto desenvolvido na década de 1980 e apesar de perder espaço de carga, o seu preço mais baixo em relação a concorrência era um dos fatores que contribuíam para sua aceitação no mercado. Apesar da idade, o caminhão mais antigo da Mercedes-Benz ainda tinha uma legião de fãs.

O veterano caminhão ainda tinha a seu favor o custo de manutenção extremamente baixo, a facilidade no acesso ao compartimento do motor e a menor altura da cabine em relação ao solo

Estreia em 1989

O Mercedes-Benz L1618 estreou no modelo plataforma em 1988 e em 1989 ele recebeu a linha recebeu os cavalos mecânicos 1935 e 1941.

O Mercedes-Benz LS 1941 vinha com carenagem lateral e calotas.

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Renascimento em 2012

Em setembro de 2012, a Mercedes-Benz rebatizou sua linha caminhões antigos para Atron composta pelos modelos 1319, 1635, 1719, 2324 e 2729.

A linha Atron 2012 também seu modelo “cara chata” entre as opções tinham o 1719 e 2729 que acabaram sendo substituídos pela linha Atego entre 2016 e 2017.

Na época, a linha foi redesenhada e o modelo recebeu ao padrão visual internacional da Mercedes-Benz.  E não foi só no visual que a linha recebeu novidades, o caminhão “bicudo” recebeu motores eletrônicos Euro 5 e catalisadores SCR.

Além da mudança visual, o interior também foi renovado na época com os bancos e interior recebendo novos revestimentos da cabine padronizados com os demais veículos da linha de caminhões da Mercedes-Benz. O volante também ficou mais ergonômico para o motorista e o painel com novas grafias passou a contar com computador de bordo de série.

Série especial

Em 2016, o Mercedes-Benz Atron 2324 ganhou a série limitada para marcar os 60 anos da Mercedes-Benz no Brasil.

A edição limitada contava com 60 unidades, das quais 59 tinham um selo de identificação da edição comemorativa e seus proprietários receberam uma placa personalizada. O 60° Atron da edição limitada foi customizado com itens e acessórios da Alliance Truck Parts e leiloada em setembro de 2016.

A edição também marcou o encerramento da produção dos modelos plataforma do caminhão “bicudo”.

Começo do fim

A estratégia da Mercedes-Benz para retirar o caminhão de cena vem de longa data. Aos poucos a marca foi reduzindo seu portfólio.

Na linha média, o Mercedes-Benz Atron foi sendo substituído pelo Atego. Já na linha dos pesados, os caminhões Axor e Actros foram ocupando seu espaço.

Mas seu fim foi sacramentado com a chegada da nova geração do Actros.

Assim como o fim de vida dos Volkswagen Fusca e Kombi ou do Fiat Uno de primeira geração, o fim de produção do Atron é um fato histórico na indústria automotiva brasileira.

Mercedes-Benz Atron 1635 4×2

Em 2016 com o fim da oferta do modelo plataforma, o Mercedes-Benz Atron passou a ser ofertado no modelo cavalo mecânico 1635 4×2 até o fim de sua produção em 15 de junho de 2020.

Ele era equipado com o motor MB OM 457 LA, BlueTec 5, de seis cilindros em linha. O propulsor tem potência de 345 cv a 1.900 rpm e torque de 148 kgfm a 1.100 rpm. O motor é ligado a transmissão ZF 16S-1650 manual de 16 marchas.

O modelo 1635 4×2 atendia o segmento de extrapesados com capacidade máxima de tração de 50 Ton, que o credenciava para puxar semirreboques de até 3 eixos, seja qual for o tipo de carga transportada.

Curiosidades

A opção 1635 era o favorito das empresas transportadoras de valores. O caminhão tinha a cabine blindada e sua capacidade era ampliada para até 5 ocupantes.

Já a versão 1735 plataforma para o mercado argentino oferecia cabine leito.

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