Honda embarca na preferência mundial pelos utilitários-esportivos e dá aparência de SUV ao monovolume Fit. Capô quase paralelo ao chão e suspensão traseira de HR-V diferem os carros

Por Paulo Eduardo

A carroceria de utilitário-esportivo é a nova febre mundial no mundo do automóvel. Trata-se da preferida pelos proprietários de automóvel em todo o mundo. Por isso a Honda, que tem dois SUVs à venda no Brasil – HR-V e CR-V  –  não teve dúvidas quando as vendas do Fit começaram a declinar: criar versão aventureira do monovolume. E foi além dos apliques de plástico nas caixas de rodas e para-choque robusto. A estratégia foi deixar o capô, que é em forma de cunha no Fit, quase paralelo ao chão pela elevação dos para-lamas dianteiros; colocar suspensão traseira semelhante à do HR-V e aumentar a altura do solo. Está pronto o utilitário-esportivo derivado do Fit. Além disso, a falsa lanterna colocada verticalmente no vidro traseiro do Fit passa a ter iluminação. No Honda WR-V, ela está na horizontal como prolongamento da lanterna maior e a placa de licença passou para a parte de baixo. E há iluminação diurna dianteira permanente com LED.

Espaço interno

O Fit é o modelo mais prático à venda no mercado nacional. Amplo espaço interno, três adultos sem aperto no banco traseiro, direção levíssima e agradável, portas leves e fáceis de abrir e fechar, facilitando acesso ao interior, além do sistema inédito de rebatimento de encosto e assento do banco traseiro que o transforma num furgão em segundos sem esforço físico. Acabamento interno é bom, com encaixes benfeitos e plástico de boa aparência sem rebarbas, além de vários porta-objetos no habitáculo. O Honda WR-V tem apenas um centímetro a mais de comprimento do que o Fit e mais 2,5 centímetros na distância entre-eixos, obtidos pelo deslocamento da suspensão traseira. Não houve interferência na carroceria.

O senão do Fit sempre foi o eixo traseiro mais duro, que transfere as imperfeições do piso para dentro do carro. No Honda WR-V, o rodar é mais macio pela adoção da nova suspensão, pneus de perfil mais alto (60 diante do 55 do Fit) e maior altura do solo (20,7cm). O ângulo de ataque é de 21 graus e o de saída de 33 graus. O WR-V contorna bem as curvas, mas abusos devem ser evitados pelo grande altura em relação ao solo.

Motor e câmbio

Motor 1.5 proporciona bom desempenho. Dá conta do recado, nem lerdo nem rápido. O suficiente para ultrapassar com segurança. O câmbio CVT de infinitas relações de transmissão tem opção da tecla S (modo Sport) em que a rotação do motor fica mais elevada. Pode ser usada tanto para ultrapassar mais rápido quanto freio motor em descida. A opção L (low, em inglês) pode ser usada para poupar freio na descida ao manter o motor em marchas mais fortes, primeira ou segunda. Quando se pisa fundo no acelerador, o ruído de funcionamento do motor aumenta, característica do CVT. Aliás, ruído bem menor do que de motores de maior cilindrada acoplados a esse tipo de transmissão. O diâmetro de giro pequeno facilita manobra em espaço reduzido.

Conteúdo

Avaliamos a versão EXL Honda WR-V que vem com seis airbags, entre muitos outros itens de conforto, conveniência e segurança. Multimídia com tela de 7 polegadas com GPS, navegador de internet via hotspot, Bluetooth, cartão SD e duas entradas USB. Bancos têm boa anatomia. Porém, assentos são curtos. Talvez pelo biotipo japonês. O consumo do Inmetro é de 8,2 km/l na cidade com álcool e de 11,2 km/l com gasolina. Na estrada, 8,7 km/l com álcool e 12,4 km/l com gasolina.

Mercado

A receita ficou ótima. O WR-V reúne toda a excelência do Fit na roupagem predileta mundo afora. E os japoneses vão faturar mais em vez de clamar pela queda nas vendas da carroceria monovolume. Foram além ao colocar à venda dois produtos iguais com roupagem um pouco diferente. A fórmula parece ter dado resultado. Em março, foram vendidas 2.482 unidades do Fit contra 692 do WR-V. Em abril, o WR-V vendeu 1.854 unidades contra 1.846 do Fit. Em março, foram vendidas 3.184 unidades dos dois contra 3.700 em abril. A lógica japonesa resultou em crescimento nas vendas. A migração do movolume para o SUV é evidente. Resta conferir o bom desempenho de vendas durante o ano. O preço sugerido é da versão é de R$ 83.400.

Ficha técnica

Motor
De quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.4967 cm³ de cilindrada, flex, de 116cv (álcool)/115cv (gasolina) de potências máximas a 6.000rpm e torques máximos de 15,3 kgfm (a) e 15,2 kgfm (g) a 4.800 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio automático CVT

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica

Freios
Disco ventilado na dianteira e a tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, independente; traseira, eixo de torção

Rodas/pneus
6×16”de liga leve/195/60R16

Peso
1.130 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
460 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,00; largura, 1,73; altura, 1,60; distância entre-eixos, 2,55,5

Porta-malas
363 litros

Desempenho
Não divulgado

Consumo (km/l)
Urbano, 8,2 (a) e 11,2 (g); estrada, 8,7 (a) e 12,4 (g)

Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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