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| em 13 anos ago

Avaliação técnica do Fiat Bravo Absolute 1.8 16V Dualogic

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A Fiat demorou tanto para lançar o Bravo no Brasil e com isso o modelo de belas linhas acabou por perde o status de novidade, apesar de ainda estar em sintonia com o modelo europeu pelo menos por enquanto. Isso já em um ponto positivo ao seu favor, já que a maior parte de seus concorrentes diretos estão fora de sintonia com os similares produzidos fora do Brasil.

O hatch-médio da Fiat tem bagagem para conquistar uma fatia do disputado segmento, mas, para isto tem que melhorar em alguns aspectos, o câmbio Dualogic é um deles. Não dá para comparar com um automático de verdade, o dualogic é lento e em alguns momentos da desespero de dirigir o modelo. Aliás, na minha opinião esse tipo de câmbio é uma opção para carros compactos por conta do baixo custo. Já modelos de categoria superior como Bravo e Linea merecem um câmbio automático de fato. Confira abaixo a avaliação técnica da versão Absolute com o famigerado Dualogic.

Daniel Ribeiro Filho (*)
Especial para o Autos Segredos

ACABAMENTO DA CARROCERIA A qualidade do acabamento final da pintura não é boa, devido conter alguns pontos com impurezas e imperfeições, apesar de ter a tonalidade da tinta homogênea entre as partes plásticas e de aço. As quatro portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria, além de folgas fixas diferentes entre os dois lados. A tampa traseira está descentralizada em relação às lanternas, colunas C e pára-choque. O capô tem montagem razoável e as portas não tem friso protetor. Obs.: O veículo em prova é o de chassi nº: 141. NEGATIVO

VÃO DO MOTOR O capô tem bom ângulo de abertura e é sustentado quando aberto por mola a gás. O acesso à manutenção é razoável e a sistematização dos vários componentes está bem feita, deixando um aspecto organizado e limpo. As mangueiras, chicotes, e tubulações estão muito bem protegidas contra interferência estática e dinâmica. Os itens de verificação constante têm fácil identificação e manuseio. O resultado da insonorização do vão em relação ao habitáculo é aceitável. POSITIVO

ALTURA DO SOLO Numa condução normal, cautelosa, quando sobre piso irregular usual, não ocorreram interferências significativas com o solo. A carga útil homologada é de 400kg (5 pessoas de 70kg + 50kg de bagagem). O defletor instalado na base inferior do pára-choque dianteiro toca o solo em saídas de garagem com desnível. Por prevenção tem chapa em aço que engloba toda a zona inferior do motopropulsor e parte do agregado da suspensão dianteira. REGULAR

CLIMATIZAÇÃO É automático digital. São 11 as opções de velocidade da caixa de ar e 3 as de direcionamento do fluxo de ar (pés, pára-brisa e zona do peito condutor/ passageiro). No display tem a informação da temperatura externa ambiente. Ao selecionar a vazão de ar somente para a zona do peito do condutor e passageiro, o fluxo de ar é satisfatório nos quatro difusores do painel (tem mais um no final do console central para os passageiros de trás), mas ao programar para a zona dos pés em conjunto, a velocidade do ar que sai pelos difusores do painel se torna muito fraca, mesmo colocando na máxima velocidade, fato que não ocorre quando selecionado para a base do para-brisa. Além disso, a rumorosidade de funcionamento é agravada no lado esquerdo do painel ao programar com somente recírculo interno de ar, com fácil percepção auditiva. REGULAR

FREIOS Apresentaram um bom comportamento dinâmico no uso em geral. O pedal de freio tem boa sensibilidade e relação. O ABS atuou com eficiência e tem boa resposta. Após uso severo com frenagens fortes seqüenciais antes de curvas em longa descida sinuosa com o veículo em velocidade, a resistência térmica foi satisfatória. A desaceleração é muito boa, sem afundamento exagerado do eixo dianteiro, e com boa manutenção da trajetória imposta. O freio de estacionamento atuou normal. POSITIVO

CÂMBIO Tem cinco marchas com sistema automatizado Dualogic. O ganho no comportamento dinâmico na utilização deste tipo de câmbio, que não tem pedal de embreagem, é somente em conforto para o condutor em relação a um câmbio manual tradicional. Mesmo com software atualizado, ocorrem várias incertezas, falta de rapidez nas trocas e excesso de reduções ao menor pressionamento do acelerador numa topografia como BH. O pomo da alavanca tem o seu acabamento pobre e simplório em relação ao do painel, volante e console central. As relações de marchas/ diferencial atendem razoavelmente a proposta da dinâmica desta versão, mas teria ganhos significativos em dirigibilidade com um câmbio manual convencional com um escalonamento mais próximo das marchas (que poderiam ser 6 com um novo diferencial), para minimizar o peso do veículo (1.355kg em ordem de marcha) e a do cabeçote multi-válvulas que tem torque máximo em alta rotação (4.500rpm), muito pouco utilizada no uso misto numa condução normal e dentro da lei. REGULAR

MOTOR A sua performance é normal, mas sem brilho para sua cilindrada e arquitetura do cabeçote. Os valores de potência e torque máximos gerados nas suas respectivas faixas de rotação são satisfatórias, mas na prática para empurrar a massa do veículo e estar acoplado a este câmbio automatizado não tem o rendimento esperado. O motor tem um projeto novo, com soluções de engenharia muito práticas. O seu funcionamento é silencioso para um 16V e tem boa elasticidade. POSITIVO

VEDAÇÃO Boa contra água e poeira nos testes padrão realizados. POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS Ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto ruim, surgem vários pequenos ruídos no habitáculo. O efeito aerodinâmico é razoável até 110km/h, sendo crescente e de fácil percepção auditiva, principalmente pelas portas traseiras. NEGATIVO

SUSPENSÃO A estabilidade é boa pela precisão que contorna curvas de raios variados (asfalto liso/ seco), estando o veículo em velocidade, onde a inclinação da carroceria é moderada. O conforto de marcha é apenas aceitável, mas as imperfeições do solo são bem transferidas para dentro, onde os pneus da série 45 não contribuem.  REGULAR

DIREÇÃO Os pneus homologados na medida (215/ 45 R 17 91V Goodyear) para esta versão com motor 1.8 de 132cv (álcool) tem mais sentido estético do que técnico funcional. O diâmetro de giro com 10,7 metros é aceitável, favorecido pelo conforto/ leveza da assistência elétrica no modo City. A velocidade do efeito-retorno é boa. Apresentou uma boa precisão na reta e em curvas com reações sinceras, seguras e ótima rapidez de resposta. O volante tem boa pega e a coluna de direção tem ajuste manual em altura e profundidade. Obs.: Os pneus que equipam o veículo de prova são extremamente vulneráveis a buracos, que são muito comuns em algumas ruas urbanas e rodovias, além de ter altíssimo custo de reposição. POSITIVO

ILUMINAÇÃO Possui luz de cortesia nos pára-sóis, porta-malas e porta-luvas. Na zona do teto tem dupla lanterna/ spots fixos em plafonier junto ao retrovisor e duas lanternas nas laterais traseiras com resultado positivo em iluminação. O sistema tem regulagem elétrica em altura em função da carga transportada, mas as teclas de ajuste estão mal posicionadas. O grupo óptico dianteiro tem construção com dupla parábola e conta com auxilio de faróis de neblina embutidos no pára-choque. Apresentaram uma boa eficiência no baixo e no alto com boa qualidade em abertura, alcance e claridade. POSITIVO

LIMPADOR DE PARA-BRISA A qualidade das palhetas (dianteiras e traseira) é boa, varrem uma ótima área no para-brisa/ vidro traseiro, e a vazão dos esguichos satisfazem. O sistema tem sensor de chuva, e é fácil o acesso ao reservatório d`água instalado dentro do vão motor. POSITIVO

ESTEPE/MACACO O estepe está instalado na bunha do assoalho dentro do porta-malas. A roda é em aço e o pneu diferente dos de uso em medidas e fabricante (205/55 R 16 91V Pirelli), onde a fabrica indica pneu temporário com velocidade máxima de 80km/h. O kit de troca está abaixo do aro em base plástica. Tem porca auto-adaptadora antifurto, e é necessário retirar a calota central para se ter acesso aos parafusos (4) de roda. A operação de troca é normal, mas essa solução de pneu reserva diferente dos de uso não é pratica e funcional no Brasil, principalmente em viagens mais longas, pela alteração do handling, apesar de ter o mesmo índice de velocidade e de carga dos de uso. REGULAR

FERRAMENTAS Possui uma chave de fenda combinada com Philips. POSITIVO

ALARME O sistema é completo, com chave de ignição do tipo canivete codificada, proteção volumétrica dentro do habitáculo, e perimétrica das partes móveis. A função anti-esmagamento dos vidros atuou com precisão. POSITIVO

VOLUME DO PORTA-MALAS O declarado é 400 litros e o encontrado foi 360 litros, com a tampa do bagagito fechada, triângulo de segurança dentro do porta-malas e prejudicada pela caixa de som subwoofer instalada.

(*) O autor do texto é engenheiro formado pela PUC Minas. Para contatos danielribeirofilho@hotmail.com. (veja aqui o perfil profissional do Daniel)

Fotos | Fiat/divulgação

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Marlos Ney Vidal

Marlos Ney Vidal, jornalista profissional e repórter-fotográfico que atua no setor automotivo desde 2003. Já foi colaborador das principais publicações do Brasil. Em 2009 criou o site Autos Segredos.