Hyundai Creta
Impressiona a diferença de desempenho entre etanol e gasolina. O Hyundai Creta Sport parece outro carro quando abastecido com o álcool. Rodar macio e espaço interno se destacam

Hyundai Creta Sport

Por Paulo Eduardo

O Hyundai Creta Sport é SUV compacto fabricado no Brasil de dimensões adequadas aos grandes centros e registrou boas vendas em 2017, seu primeiro ano no mercado nacional. O que mais impressiona é a diferença de desempenho com álcool e gasolina. São 10 cv de potência e 1,4 kgfm de torque a mais com etanol no tanque. Essa diferença é percebida na prática. Com gasolina, o desempenho é chocho para um motor 2.0, principalmente nas ultrapassagens quando o câmbio automático convencional de seis marchas com conversor de torque reage com se fosse CVT. Parece patinar e a reação lenta nessa situação decepciona bastante. Porém, trocas são suaves e redução imediata na diminuição de velocidade.

Hyundai Creta SportEtanol

Abastecido com etanol, a decepção deu lugar ao que se esperava inicialmente. Reação é imediata e vivacidade incrível seja nas acelerações ou nas retomadas (ultrapassagens). O câmbio não passa a sensação de patinar. Além disso, o consumo com álcool foi bem mais eficiente. O computador de bordo registrou média de 4,1 km/l com gasolina na cidade e na melhor condição atingiu 7 km/l. Com etanol, o pior desempenho foi de 3,5 km/l e 5,7 km/l, o melhor. Na estrada, a média com etanol foi de 10 km/l e 13 km/l com gasolina. Difícil entender por que o fabricante entrega o carro para avaliação abastecido com gasolina.

Hyundai Creta SportSe o desempenho com etanol agrada em todas as situações, ruído vindo do motor invade o habitáculo no kick down – quando se pressiona totalmente o acelerador -, seja com gasolina ou álcool. Falta caprichar na insonorização. Há apenas material antirruído na parede de fogo que separa o motor do habitáculo. A parte interna do capô não foi contemplada.

Linhas

As linhas do Creta são retilíneas com laterais vincadas e cintura alta ascendente no sentido da traseira deixando pouca área envidraçada nas janelas traseiras. Lanternas e faróis são salientes no tradicional estilo da marca. Espaço interno muito bom e confortável para dois no banco traseiro, que tem saída de ar-condicionado. O ocupante central somente em carona.

Comandos

A maioria dos comandos está posicionada corretamente, exceto os dos vidros recuados na porta. Tampa traseira pesada exige força para fechar. Há espaço suficiente no porta-malas para levar bagagem de quatro pessoas. Acabamento interno é bom, apesar do plástico duro no painel central e forrações de porta. Passa sensação de qualidade. Entretanto, as janelas não são estampadas com as portas. São formadas por hastes interligadas por soldas cujo acabamento é grosseiro. Modelos de outros fabricantes usam mesmo recurso. O banco apoia bem e são forrados em tear, que ameniza o calor, com couro nas extremidades. Falta regulagem de apoio lombar nos bancos dianteiros.

Andando

Melhor do Creta é colocá-lo em movimento. Tem apenas um centímetro a mais de comprimento do que o Golf. Roda na cidade com desenvoltura. Diâmetro de giro pequeno facilita manobras em espaço apertado. Volante tem boa pega e agrupa alguns comandos, mas revestimento liso permite deslize acidental. Posição de dirigir tem mais a ver com automóvel do que com SUV. Direção leve facilita condução na cidade e tem peso em velocidades altas, mas sem sensibilidade suficiente para informar ao motorista que o carro está sob controle. Pneus de perfil mais alto (60) filtram bem as imperfeições do solo e as transferências para o interior são pouco sentidas. A carroceria inclina em curvas, mas sem sustos. O Creta vai bem nas curvas, apesar da maior altura do solo. Há controles de tração, estabilidade e assistente de partida em rampa.

Hyundai Creta Sport

Freios

Freios estavam bem calibrados na unidade testada e cumprem bem a função em situação de emergência. O facho baixo dos faróis deveria ter maior alcance para evitar acionar o alto em algumas situações e evitar ofuscamento dos motoristas que trafegam no sentido contrário. Entretanto, iluminam bem. O Creta é comercializado somente em países emergentes e obteve apenas quatro estrelas de cinco possíveis no teste de impacto do instituto LatinNCap realizado em 2015. E apenas três para crianças. Precisa melhorar.

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A garantia é de cinco anos. A versão Sport, sem pintura metálica, tem preço sugerido de R$ 96.350. A central multimídia tem tela tátil de 7 polegadas com Apple CarPlay, Google Android, Bluetooth com streaming de áudio, mp3, conexões USB/iPod e Aux.

Ficha técnica Hyundai Creta Sport

Motor
De quatro cilindros em linha, 1.999 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, de 166 cv (álcool) e 156 cv (gasolina) de potências máximas a 6.200 rpm e torques máximos de 20,5 kgfm (álcool) e 19,1 kgfm (gasolina) a 4.700 rpm

Hyundai Creta SportTransmissão
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica

Freios
Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira; ESP (controle de estabilidade), TC (controle de traça) e HSA (assistente de partida em rampa)

Suspensão
Dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, eixo de torção

Rodas/pneus
6,5×17”de liga leve /215/60R17

Peso
1.399 kg

Carga útil (passageiros+ bagagem)
415 kg

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,27; largura, 1,78; altura, 1,64; distância entre-eixos, 2,59

Altura do solo
19 centímetros/ângulos de ataque/saída, 21/28

Hyundai Creta SportCapacidades (litro)
Porta-malas, 431; tanque, 55

Desempenho
Velocidade máxima, 188 km/h (álcool/gasolina); aceleração até 100 km/h, 9,7 segundos (a/g)

Consumo (km/l)
Urbano, 6,9 (a) e 10 (g); estrada, 8,2 (a) e 11,4 (g)

Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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