Nova geração da picape compacta tem estrutura reforçada, novos itens de segurança e conforto, motor de cilindrada menor, e ficou bonita. Leia o teste da Strada 1.3 Volcano

Por Paulo Eduardo

Líder do segmento há 20 anos, a nova geração da Strada representa, de fato, evolução. A picape compacta está bonita e equipada com novos itens de segurança e conforto. Motor de menor cilindrada é mais moderno que o antigo 1.8, mas com menores valores de potência e torque. Não será surpresa equipá-la futuramente com motor turbo de menor cilindrada, mas com valores maiores de potência e torque.

Nova plataforma denominada MPP é mais resistente a impacto. Segundo a Fiat, a rigidez de torção aumentou em 10%. Cerca de 90% da estrutura inferior usa aços de altíssima resistência. Habitáculo mais resistente a impactos, conforme testes realizados na fábrica, mas ainda não revelados.

São quatro airbags dianteiros: dois frontais obrigatórios por lei e dois laterais. Controle de estabilidade e tração, e assistente de partida em rampa. Farol em LED, que ilumina mais e dá mais segurança, somente nessa versão. Facho baixo tem bom alcance. Os faróis auxiliares são halógenos.

Linhas agradam

Item motivador de venda são as linhas da carroceria. Inspirada na picape média Toro, o desenho da compacta agrada. Difícil encontrar quem não goste. Portas traseiras dos dois lados têm abertura em 80 graus. Porém, é preciso abaixar no acesso à cabine. Espaço justo atrás para pernas de ocupantes de estatura maior e bom para cabeça. Encosto verticalizado compromete conforto em percurso longo.

Acabamento interno simples com material de polipropileno duro. Parafusos aparentes nas dobradiças que unem portas à carroceria da Strada 1.3 Volcano destoam da montagem e encaixes corretos dos plásticos. A cabine é totalmente revestida de preto: teto, portas, colunas. Porta-luvas com iluminação, luzes de leitura e diversos porta-objeto, que deveriam ser maiores.

Tela tátil de sete polegadas do sistema multimídia fica no local do sistema de som tradicional. Sistema sem fio compatível com Apple e Android pode parear dois telefones para funções diversas. Há duas portas USB, sendo uma para a turma de trás e uma tomada de 12 volts.

Bancos forrados em tecido e material sintético da Strada 1.3 Volcano têm capricho no acabamento. Incomodam assentos curtos. Motorista precisa abaixar para enxergar o semáforo por causa da altura elevada do banco. Vidros de acionamento elétrico nas quatro portas estão bem posicionados. Volante revestido corretamente em material rugoso tem boa pega e contém poucos comandos: áudio, computador, voz e telefone. Coluna de direção mantém regulagem somente em altura. Falta a regulagem de distância.

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Destoa também em ergonomia o pedal da embreagem recuado, forçando a musculatura da perna. A caçamba maior em relação à geração anterior ganha ponto em ergonomia com a leveza para abrir e, principalmente, fechar a tampa. Sistema simples e funcional de amortecimento. Tem iluminação e 844 litros de capacidade.

Direção elétrica é boa

Novidade também é a assistência elétrica da direção, leve em manobra e com boa sensibilidade em alta. Diâmetro de giro de 10,7 metros facilita manobra em garagem. Câmera de ré, também de série na versão, dá segurança na manobra. Infelizmente, escurece com faróis ligados. Retrovisores grandes herdados do Argo têm amplo campo de visão. Visibilidade através do vidro traseiro melhorou.

Alterações nas suspensões resultaram em evolução na dirigibilidade. Há novas molas, amortecedores e geometria diferente. Percebe-se a evolução no rodar, que se aproxima do de automóvel. Mesmo sobre remendos de asfalto e ondulações no piso, ocorre pouca transferência. Controle de estabilidade atua em situação extrema de perda de aderência.

Altura do solo de 21,4 centímetros, aliada aos bons ângulos de ataque (24 graus) e de saída (28 graus), permite rodar sobre terrenos acidentados sem esbarrar a parte inferior. O controle de tração E-Locker desativa o controle de estabilidade e transfere força para a roda que não patina. É ativado automaticamente nessa situação ou por comando.

O motor 1.3 de alumínio, que usa corrente em vez de correia de distribuição, tem 5 kgfm de torque a menos e 30 cv a menos (109 cv diante de 139 cv) em relação ao 1.8. Para compensar, foram adotadas relações mais curtas de transmissão, que elevam rapidamente a rotação até a faixa ideal de torque. Motor trabalha em alta rotação. Atinge 3.100 rpm a 100 km/h em quinta marcha, e 3.900 rpm a 120 km/h na mesma marcha.

Falta manta acústica

Motor funciona em alta rotação sem aspereza e vibração. Material antirruído sob o capô evitaria ouvir o som de funcionamento na cabine. Falta elasticidade em rotação alta por que o cabeçote tem somente duas válvulas por cilindro. A primeira marcha muito curta ajuda na arrancada em subida. O assistente de partida em rampa evita recuo. Desempenho é razoável para 1.174 quilos de peso da picape. Relação peso/potência é de 10,7 kg/cv com etanol.

Sente-se a falta de um novo câmbio na Strada 1.3 Volcano. O atual tem curso longo de alavanca e engates nem sempre precisos. Freios eficientes em simulação de emergência sem abaixar muito a frente. Limpador não varre totalmente o canto superior esquerdo, deixando uma faixa sem limpar no lado do motorista. Lavador é muito bom. Computador de bordo registrou média de 6,8 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada. Ambos com ar desligado e etanol.

Quanto custa?

A Strada 1.3 Volcano tem preço sugerido de R$ 79.990. Cara como todos os carros vendidos no país. Opcional único são as rodas aro 16 com pneus de perfil 55 somente de asfalto. Custam R$ 2.500 e não valem a pena. Os de série aro 15 e perfil 60 de mesma largura (205) são de uso misto. Mais adequados à picape, com um centímetro a mais de altura de borracha. Pintura metálica custa caro: R$ 2.300. Somente a pintura sólida na cor vermelha não é cobrada. Garantia sem limite de quilometragem passou a ser de três anos.

Ficha técnica Strada 1.3 Volcano

Motor
De quatro cilindros em linha, oito válvulas, flex, 1.332 cm³ de cilindrada, 109 cv (etanol) de potência máxima a 6.250 rpm e de 101 cv (gasolina) a 6.000 rpm e torques máximos de 14,2 kgfm (e) e de 13,7 kgfm (g) a 3.500 rpm

Transmissão
Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas

Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 10,7 metros

Freios
Disco ventilado na dianteira; tambor na traseira

Suspensão
Dianteira, independente, tipo McPherson, com barra estabilizadora; traseira, eixo rígido, com molas parabólicas longitudinais; altura do solo, 21,4 centímetros

Rodas/pneus
6 x 15”, de liga leve/205/60 R15

Peso
1.174 kg

Carga útil (passageiros + bagagem)
650 kg

Tanque
55 litros; caçamba, 844 litros

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,48; largura, 1,732; altura, 1,595; distância entre-eixos, 2,732

Capacidades
Ângulo de ataque/saída/rampa, 23,2 graus/28,4 graus, 21,6 graus

Desempenho
Velocidade máxima, 168,4 km/h (e)/165 km/h (g); aceleração até 100 km/h, 11,2 (e) segundos/12,4 (g) segundos

Consumo (km/l)
Cidade, 8,4 (e)/12,1 (g); estrada, 9,4 (e)/ 13,3 (g) 

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