Audi RS3 sedã tem motor de cinco cilindros de 400 cv, direção com diversos modos de condução, tração integral, alto desempenho, segurança e é puro prazer de dirigir. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
Se os adereços esportivos chamam a atenção por onde o Audi RS3 sedã passa, o conjunto mecânico corresponde plenamente. Grade frontal enorme na cor preta, com a inscrição Quattro do sistema Audi de tração integral, faróis de LED em formato geométrico, luz diurna (DRL) e minissaias nas laterais. Saída dupla de escape oval e um discreto spoiler na tampa do porta-malas completam o conjunto esportivo.
Interior
Por dentro, forração em couro (napa) nos bancos, material emborrachado no painel central e nos forros de porta. Quadro de instrumentos digital configurável a gosto; tela multimídia central pode ser escamoteada, e abaixo dela estão os controles da climatização digital de duas zonas. Acesso ao interior demanda abaixar a cabeça, inclusive para ocupantes de baixa estatura. Altura é limitada para os passageiros do banco traseiro. Inevitável esbarrar a cabeça no teto. No console central está o controle rotativo de diversas funções, incluindo rádio, navegação, mídia, telefone. Não há controles táteis, que estão na moda.
Bancos cumprem função
Banco do motorista tem apenas um único controle elétrico, o da lombar. Os demais são manuais. Bancos esportivos têm boa anatomia e prendem bem o corpo. O volante do Audi RS3 sedã é forrado em tecido nos locais da pega e em couro liso nas bases inferior e superior. Assim, as mãos não deslizam como preza a boa ergonomia. Manobrar mais é inevitável pelo diâmetro de giro grande. Regulagens de altura e distância da coluna de direção são manuais. Há diversos comandos no volante sem complicar a ergonomia. Faróis de LED iluminam muito bem e têm regulagem automática de altura. Limpadores e lavadores do para-brisa são muito eficientes.
Onde a mágica acontece
O Audi RS3 sedã esconde sob o capô o segredo do alto desempenho: motor turbo 2.5 de cinco cilindros conjugado com câmbio automático de dupla embreagem de sete marchas. Bitola dianteira é mais larga (2 centímetros) em relação ao A3 padrão e suspensão rebaixada em 2,5 cm. Sistema dinâmico de direção permite diversos ajustes conforme a necessidade: auto, conforto e dinâmico. Nesse último, os controles de tração e de estabilidade atuam de maneira mais discreta, permitindo estripulia. E o som produzido é de carro de corrida. Acionamento é por meio de tecla no painel central e ajustado pelo controle rotativo no console.
Ao dar a partida por meio de comando no console e ouvir o som do motor, cujo volume é aumentado pelo sistema de som, o motorista se dá conta do que tem nas mãos. Um carro extremamente ágil, colado no chão e não dá mostras de que vai desgarrar. O sistema de tração integral Quattro da Audi é permanente e a força (torque) distribuída igualmente entre as rodas por meio da embreagem eletro-hidráulica multi-plate. A tração Quattro está integrada ao sistema de direção Audi Drive Select, com os diversos modos de condução, da mesma maneira que a direção, o câmbio, o gerenciamento de motor e as abas de escapes ajustáveis.
Trocas imperceptíveis
As trocas de marchas são muito rápidas e quase imperceptíveis. As reduções em descida sinuosa de serra ocorrem juntamente com a diminuição da velocidade. E o som do escapamento aberto empolga. As marchas podem ser trocadas manualmente por meio de aletas no volante ou movimentando-se a alavanca. Está tudo interligado, incluindo o som do motor conforme o modo de condução escolhido. Detalhe: nos remendos e recortes de asfalto nem o modo conforto evita a transferência das imperfeições para dentro. As rodas enormes de 19 polegadas sobem e descem pesadamente. Pneus de perfil muito baixo não filtram as imperfeições do piso. É muito desconfortável. Carro feito para rodar em asfalto liso. Pneus dianteiros são mais largos do que os traseiros para facilitar a saída de traseira. Assim, o motorista tem a sensação de estar pilotando.
Freios são excelentes
Para parar, freios muito eficientes com discos de 310 milímetros. E param imediatamente. Não há retardo como nos carros comuns. A direção é direta e indica a aderência do carro. Puro prazer de dirigir. O único elemento presente de direção autônoma é o controle de velocidade adaptativo, que aciona os freios em caso de colisão iminente. E também o único opcional do carro.
Porta-malas é bom
Porta-malas de bom tamanho leva a bagagem de quatro ocupantes. Consumo médio de gasolina registrado no computador de bordo foi de 6 km/l na cidade e de 10 km/l na estrada dentro dos limites permitidos por lei. Entre os muitos itens de conforto e conveniência destaque para o sistema de som Bang&Olufsen com 705 watts de potência, teto panorâmico elétrico, cuja cortina não filtra totalmente a insolação, interface com smartphone e acabamento interno de carbono. Preço sugerido é de R$ 357.990.
Ficha técnica Audi RS3
Motor
De cinco cilindros em linha, 2.480 cm³ de cilindrada, 20 válvulas, turbo, gasolina, de 400 cv de potência máxima de 5.850 a 7.000 rpm e torque máximo de 48,9 kgfm de 1.700 a 5.850 rpm
Transmissão
Tração integral e câmbio automático de dupla embreagem de sete marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência eletromecânica; diâmetro de giro, não divulgado
Freios
Discos ventilados na dianteira e traseira
Suspensão
Dianteira, independente, braços transversais, barra estabilizadora; traseira, multibraços, barra estabilizadora
Rodas/pneus
8 x 19” de liga leve/255/30 R19 na dianteira e 235/35 R19 na traseira
Peso
1.590 kg
Carga útil (passageiros + bagagem)
415 kg
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,479; largura, 1,80; altura, 1,41; distância entre-eixos, 2,63
Capacidades (litro)
Porta-malas, 390; tanque, 55
Desempenho
Velocidade máxima (km/h), 250; aceleração até 100 km/h (segundos), 4,1
Consumo (km/l)
Cidade, 7,6 (g)/ estrada, 9,9
