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Ao volante: Nissan Versa S 1.0 dá conta do recado

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Dentro de sua proposta, motor tricilíndrico consegue proporcionar desempenho coerente ao sedã; só não espere por grandes emoções a bordo  

teste_nissan_versa_19Alexandre Soares
Especial para o Autos Segredos

É impressionante a evolução que os motores 1.0 têm sofrido nos últimos anos. O Versa equipado com o novo propulsor tricilíndrico da Nissan, lançado junto com uma leve reestilização, que marcou a nacionalização do modelo, é um bom exemplo disso: há cerca de uma década, é pouco provável que um sedã de 1.056 kg e praticamente 4,5 metros de comprimento oferecesse desempenho minimamente razoável com esse tipo de arquitetura mecânica. Porém, o que se vê é um carro que, se por um lado está longe de empolgar em termos de performance, por outro consegue encarar deslocamentos urbanos e até rodoviários sem grandes sacrifícios.

teste_nissan_versa_3O 1.0 de três cilindros da Nissan não é exatamente um desconhecido: pouco antes de equipar o Versa, ele já se fazia presente sob o capô do March. Ele tem três cilindros e 12 válvulas com comando variável na ignição, e é capaz de gerar 77 cv de potência a 6.200 rpm e 10 kgfm de torque a 4.000 rpm. Os valores são os mesmos tanto com etanol quanto com gasolina. Bloco e cabeçote são confeccionados em alumínio, há corrente de distribuição (mais durável que a correia dentada) e contrapesos externos ao volante e à polia de amortecimento (para minimizar as vibrações). Por fim, o sistema de partida a frio dispensa o ultrapassado tanquinho de gasolina. O propulsor trabalha em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas (único oferecido para todas as versões do sedã da Nissan), com uma direção com assistência elétrica e com um conjunto de suspensões do tipo McPherson, independente, na dianteira, e semi-independente, por barra de torção, na traseira.

É verdade que o Versa não é tão ágil quanto o March. Em subidas, por exemplo, ele perde fôlego mais rapidamente, exigindo reduções de marchas. Tudo bem: essa diferença de comportamento é facilmente explicável pela diferença de peso de quase 100 kg entre os dois modelos, e ademais, ainda assim o desempenho é apropriado. Bem-distribuído, o torque faz com que o sedã não tenha grandes dificuldades no trânsito do dia-a-dia. Em rodovias, entretanto, a ausência de um motor de maior cilindrada é sentida. Se só o motorista ou, no máximo, um passageiro estiverem a bordo, o comportamento não é muito diferente do que se encontra em outros veículos 1.0. Porém, com lotação máxima, é preciso calcular bem as ultrapassagens. Ao menos o motor gira suave, de modo que manter as rotações mais elevadas não implica em ruídos ou vibrações dentro do habitáculo.

teste_nissan_versa_34PERSONALIDADE PACATA

O motor contribui para que o motorista do Versa 1.0 não espere arroubos de esportividade, mas não só ele é assim. Todo o conjunto mecânico induz a uma condução tranquila. A suspensão, por exemplo, tem acerto macio, que absorve bem as irregularidades do piso, mas faz com que a carroceria role consideravelmente em curvas. Quando o motorista não reduz em trechos sinuosos, o carro logo subesterça. A direção elétrica, por sua vez, é um tanto indireta e mostra-se leve em alta velocidade; e olha que a Nissan recalibrou esse sistema para o modelo nacional, tornando-o mais progressivo. Por fim, os engates do câmbio são longos, barulhentos e um tanto imprecisos, ainda que o escalonamento das marchas seja correto.

Como convém a um tricilíndrico, o Versa 1.0 se saiu bem em consumo. Abastecido com etanol, ele obteve médias de 9,1 km/l na cidade e de 10,7 km/l na estrada. As aferições foram tomadas apenas com o motorista a bordo e com o ar-condicionado ligado. O tanque, de 41 litros, é um tanto acanhado e limita a autonomia a aproximadamente 438  km com o combustível vegetal. Como de costume, o Autos Segredos lembra que uma série de variáveis, como as condições do tráfego, as características das vias e o estilo de condução do motorista, influenciam diretamente no gasto de combustível dos automóveis.

teste_nissan_versa_25SIMPLICIDADE A BORDO

O interior do Versa mudou pouco. Há difusores de ar centrais em formato quadrado e um novo volante. Curiosamente, a troca desse último componente não corrigiu o principal defeito do anterior: o aro muito fino. Isso acaba prejudicando a pegada e gerando desconforto, especialmente durante longos períodos dirigindo. Outra característica que acaba cansando o corpo é o tamanho dos assentos dos bancos: muito curtos, deixam parte das coxas sem apoio. Ao menos o banco do motorista e o volante são ajustáveis em altura, ainda que o segundo fique devendo a regulagem em profundidade. Também merecem ressalvas os comandos elétricos dos retrovisores de difícil acesso, o quadro de instrumentos sem termômetro do fluido de arrefecimento, o porta-luvas sem iluminação e os vidros elétricos com função um-toque apenas para o motorista.

Uma vez acomodado, o motorista do Versa contará com boa visibilidade para frente e para os lados. Para trás, o resultado é razoável, mas ainda satisfatório, uma vez que, devido ao terceiro volume da carroceria, os sedãs costumem ter grande área envidraçada atrás. Os faróis, apesar de monoparabólicos, iluminam bem, mas não há repetidores de seta laterais, restritos às versões mais caras. O espaço no habitáculo não mudou. Há vãos muito generosos para as pernas de todos, e no banco traseiro, é possível até estica-las, caso os dianteiros não estejam muito recuados. Mas nem tudo é perfeito: a caída acentuada da capota, característica mais marcante no estilo do Versa, rouba espaço da cabeça dos ocupantes traseiros. Quem tiver estatura mais elevada certamente baterá a cabeça no forro do teto. Outra falha é a ausência de cinto de três pontos e encosto de cabeça para o quinto ocupante.

teste_nissan_versa_27Na versão S 1.0, não há apliques cromados nas maçanetas internas ou brilho na parte central do painel. Todo o interior é confeccionado em plástico fosco. Isso não chega a ser um grande problema, afinal, trata-se de uma configuração de entrada, e é natural que o fabricante restrinja esses caprichos às configurações mais caras, e além do mais, o acabamento mostra arremates corretos. O problema é que as economias não param por aí: é duro notar que até o mecanismo de rebatimento do banco traseiro foi suprimido. Assim, não existe a possibilidade de ampliar a capacidade do porta-malas. Não que ele seja pequeno, pois o volume é de 460 litros. Porém, em um veículo com proposta familiar, a impossibilidade de ter de transportar objetos maiores desagrada bastante.

PREÇO E CONTEÚDO

O Versa é vendido em cinco versões, das quais duas têm motor 1.0. Entre essas, a S é a mais completinha: a lista de equipamentos de série, além dos já citados ao longo do texto, inclui ar-condicionado manual, vidros elétricos nas portas dianteiras, travas elétricas com acionamento à distância, retrovisores elétricos, computador de bordo, alarme,  rodas de liga leve aro 15, volante multifuncional e rádio/CD player com entrada para iPod, porta USB e conexão via bluetooth. O pacote de segurança traz apenas os obrigatórios freios ABS e airbags frontais. A garantia é de três anos, sem limite de quilometragem, e as revisões têm intervalos de 10 mil quilômetros.

teste_nissan_versa_6Por esse conjunto, a Nissan cobra R$ 44.990. Trata-se de um preço competitivo, uma vez que, com os tradicionais reajustes de indústria automotiva e a inflação, outros sedãs com motor 1.0 já bateram na casa dos R$ 50 mil. O maior motivo para não escolher o Versa S 1.0 talvez esteja dentro do próprio portfólio do fabricante: a versão SV 1.6 custa R$ 46.490 (só R$ 1.500 a mais). Embora o motor tricilíndrico da marca japonesa seja competente e tenha casado bem com o sedã, o quatro cilindros de maior capacidade cúbica traz benefícios muito consideráveis em termos de desempenho e custa pouco mais.

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho(acelerações e retomadas) 6 7
Consumo(cidade e estrada) 9 9
Estabilidade 7 8
Freios 7 7
Posição de dirigir/ergonomia 7 8
Espaço interno 9 9
Porta-malas(espaço, acessibilidade e versatilidade) 7 8
Acabamento 6 6
Itens de segurança(de série e opcionais) 6 6
Itens de conveniência(de série e opcionais) 7 7
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 7 8
Relação custo/benefício 7 8

teste_nissan_versa_32FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, gasolina/etanol, 999cm³ de cilindrada, 77 cv de potência máxima a 6.200 rpm (com ambos os combustíveis), 10 kgfm de torque máximo a 4.000 rpm (com ambos os combustíveis)

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco marchas

ACELERAÇÃO  ATÉ 100 km/h
16 segundos (dados de fábrica)

VELOCIDADE MÁXIMA
162 km/h (dado de fábrica)

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, semi-independente, eixo de torção, com barra estabilizadora

RODAS E PNEUS
Rodas em liga leve aro 15, pneus 185/65 R15

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,492; largura, 1,695; altura, 1,506; distância entre-eixos, 2,600

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 41 litros; porta malas: 460 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 390 quilos; peso: 1.056 quilos

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Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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