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Ao volante: Motor 2.5 16V torna a Chevrolet S10 referência entre as picapes flex

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Chevrolet S10 dá salto evolutivo com adoção de novo propulsor flex, que trouxe ainda câmbio manual de seis marchas e tração 4×4, antes restritos às versões a diesel

teste_chevrolet_s10_2.5_24Alexandre Soares
Especial para o Autos Segredos

Quando chegou ao mercado, em 2012, a atual geração da Chevrolet S10 impressionou. Totalmente reprojetada, em nada lembrava a antecessora, que então estava bastante defasada. Porém, inacreditavelmente, a atualização havia deixado de fora o motor das versões flex, que mantiveram o velho 2.4 de oito válvulas. Sob o capô, apenas as configurações a diesel traziam um novo 2.8 turbo. No ano passado, entretanto, a marca norte-americana enfim completou a renovação de sua picape, equipando-a com um novo 2.5 da família Ecotec (o antigo 2.4 permanece nas versões LS, destinadas a frotistas). Graças à sua boa dose de tecnologia, o propulsor fez com que a caminhonete da GM se tornasse referência no segmento.

teste_chevrolet_s10_2.5_33Engana-se quem pensa que a atualização mecânica restringiu-se a um aumento de cilindrada, acompanhado da adoção de um cabeçote de 16 válvulas. Na verdade, o novo propulsor tem pouquíssimo em comum com o antecessor. Para começar, bloco e cabeçote são confeccionados em alumínio,  há eixos de balanceamento para reduzir vibrações (muito perceptíveis no antigo 2.4) e os dois comandos de válvulas são variáveis e têm acionamento por corrente (que substitui a temida correia dentada). Por fim, há sistema de injeção direta, que, além de reduzir consumo e emissões de poluentes, ainda dispensa sistemas auxiliares de partida a frio (não há tanquinho de gasolina nem aquecimento dos bicos), pois lança o combustível sempre em alta pressão dentro das câmaras de combustão. A adoção dessas tecnologias reflete diretamente nos números de potência e torque: são 206 cv com etanol e 197 cv com gasolina, além de 27,3 kgfm e 26,3 kgfm com os dois combustíveis, na ordem.

teste_chevrolet_s10_2.5_21A adoção do motor 2.5 não foi a única atualização promovida pela Chevrolet. Junto a ele, vieram ainda um câmbio manual de seis velocidades, e ainda, opcionalmente, o sistema de tração 4×4 com reduzida, acionada eletronicamente. Esse conjunto de transmissão, até então, era restrito às versões a diesel. Há ainda mudanças na suspensão, com a recalibração de molas e amortecedores traseiros e a instalação de novas buchas no eixo dianteiro. A Chevrolet também afirma ter instalado mantas de insonorização mais eficientes na picape, com o objetivo de baixar o nível de ruído interno.

Ela ficou mais ágil

Quem dirige a S10 logo percebe os ganhos que o novo conjunto mecânico proporciona. Para uma picape média, ela ficou bastante ágil. Para uma picape média, que fique claro. Na cidade, não espere o mesmo comportamento de um automóvel: em algumas situações, como em subidas e retomadas, é preciso trabalhar o câmbio e dar giro no motor para não perder velocidade. Isso, aliás, não chega a ser surpresa, afinal, o propulsor tem a ingrata missão de empurrar os elevados 1.979 kg de massa corporal do modelo. É muito peso, mesmo para um motor atual e com curva de torque plana como o 2.5 Ecotec.  Mas não se preocupe: essa tarefa é simplificada pelo câmbio de engates macios (ainda que o curso longo demais da alavanca prejudique a precisão) e pela suavidade com a qual o propulsor trabalha, mesmo em altas rotações.  A docilidade, aliás, é uma das características que mais agradam na picape da Chevrolet: o pedal de embreagem é macio, o nível de ruídos interno se mantém baixo e a direção é leve em manobras, mas capaz de entregar o peso correto também em alta velocidade.

teste_chevrolet_s10_2.5_26Na terra

Em estradas de terra, a S10 flex encontra seu habitat natural, mesmo calçada com pneus para asfalto. A picape enfrentou vários quilômetros de vias sem pavimentação, que incluíram uma subida com terra fofa e trechos com pedras, impossíveis para veículos com tração 4×2, sem apresentar qualquer dificuldade, mostrando que o sistema 4×4 com reduzida casou muito bem com o novo propulsor. Méritos também para a altura em relação ao solo, de 22,8 cm, e para os ângulos de ataque (32º) e saída (18º). A ressalva ficou para as alterações na suspensão: apesar de elas terem melhorado o comportamento da caminhonete, ainda há sensação de “pula-pula” quando se trafega em pisos irregulares. Além do mais, a carroceria permanece inclinando bastante em curvas em alta velocidade no asfalto, exigindo cuidado por parte do motorista.

Segundo a Chevrolet, a S10 equipada com motor 2.5 ficou 6% mais econômica que a antecessora 2.4. Pode até ser, mas, ainda assim, o consumo está longe de ser baixo. Durante a avaliação do Autos Segredos, as médias da picape giraram em torno de 7,3 km/l na cidade e de 8,4 km/l na estrada, com gasolina. Ponto positivo é a capacidade do tanque de combustível: com 80 litros, ele proporciona autonomia de até 672 km à picape. Como sempre, vale lembrar que o consumo de combustível é influenciado por uma série de variáveis, como o etilo de condução do motorista, as condições das vias e as características do tráfego, entre outras.

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Por dentro da picape

Além do novo motor, a S10 exibe também novidades pontuais no habitáculo. A melhor delas foi o acréscimo de um econômetro digital, que inclui luz indicadora de mudança de marchas. Recurso útil em uma caminhonete com propulsor de alta cilindrada, ainda mais em tempos de combustíveis caros. Mas o painel não mudou, o que significa que os instrumentos continuam pequenos, o que prejudica um pouco a leitura. Ao menos o cluster é completo, com direito a termômetro do fluido de abastecimento, que na linha Chevrolet só não foi suprimido da picape média e de sua “irmã” Trailblazer, além da linha Cruze. No mais, o fabricante aplicou peças plásticas em preto brilhante no centro do painel e em parte das forrações das portas. Mas a predominância ainda é de materiais rígidos, o que nem chega a ser um grande problema em picapes médias ainda são, a grosso modo, veículos cargueiros. Criticável mesmo é a imperfeição nos encaixes das peças em alguns locais, como no console central. O couro dos bancos, por outro lado, agrada bastante: ele é natural nas porções centrais (que têm maior contato com o corpo) e sintético apenas nas abas, proporcionando ótimo toque; algo raro de se ver mesmo em veículos mais caros, que têm adotado revestimentos sintéticos com cada vez mais frequência.

Em termos de habitualidade, nada mudou. A S10 continua recebendo bem quem se senta nos bancos dianteiros, que oferecem boas acomodações para pernas e coluna, mas nem tanto os do banco traseiro, que tem assento muito baixo, fazendo com que os passageiros fiquem com os joelhos mais altos que os quadris, e encosto muito vertical, que cansa as costas. Outra falha é a ausência de encosto de cabeça para o quinto ocupante. Ao menos ninguém vai se queixar de espaço, pois os vãos para cabeças e pernas são suficientes mesmo com lotação máxima no habitáculo. E há muitos porta-objetos, para alojar miudezas. Objetos maiores, entretanto, devem ir para a caçamba (que tem 1.570 litros de capacidade), pois como é comum ocorrer em picapes cabine dupla, não há onde guardar pequenos volumes a bordo. O motorista conta com uma boa posição para dirigir, atrapalhada apenas pela ausência da regulagem em profundidade da direção: ela é ajustável apenas em altura, assim como o banco. Este, inclusive, dispõe de comandos elétricos na versão LTZ, avaliada. A visibilidade é boa para a frente e para os lados, mas ruim para trás. Felizmente, há uma câmera de ré, que mostra-se bastante útil na hora de manobrar os 5,347 metros de comprimento da picape.

teste_chevrolet_s10_2.5_18A S10 LTZ 2.5 trouxe duas novidades à lista de equipamentos: controlador de velocidade em descidas íngremes e assistente de partida em rampa. No mais, a S10 top de linha vem equipada, além dos itens já citados ao longo do texto, com computador de bordo, cruise-control, alarme, vidros, travas e retrovisores elétricos, sensores de estacionamento traseiros, faróis de neblina, rodas de alumínio aro 17″, faróis de neblina, sistema MyLink completo, com GPS e CD/DVD player, volante multifuncional forrado em couro e ar-condicionado digital. O pacote de segurança é composto por controles eletrônicos de tração e estabilidade, airbags frontais e freios ABS. Outros dispositivos, como ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas e mais airbags não são disponibilizados sequer como opcionais. O sistema de freios, com discos nas rodas dianteiras e tambores nas traseiras, proporcionou frenagens seguras durante a avaliação do Autos Segredos, sempre sem carga na caçamba.

O preço da atualização

Não há dúvida que a atualização mecânica fez da S10 a referência entre as picapes flex. Dona de um bom desempenho (dentro de suas possibilidades, é claro) e de um funcionamento suave, a picape da Chevrolet expõe as rugas dos propulsores de suas rivais Ranger e Hilux: com motorizações flex, elas não conseguem entregar o mesmo comportamento.  O preço, que para a versão LTZ 4×4, é sugerido em R$ 104.030, está longe de ser barato, mas não foge à média do segmento (vale lembrar que a versão avaliada é a top de linha; uma LT 4×2 cabine dupla, por exemplo, vale R$ 85.780). Porém, apesar da consistente evolução pela qual passou, a caminhonete da Chevrolet ainda tem que evoluir em dois quesitos. Primeiro, na oferta de equipamentos de segurança, que ainda é bastante limitada. Segundo, na disponibilização apenas da transmissão manual; deveria existir a opção também de câmbio automático para o propulsor 2.5 flex.

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NOTAS

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas) 8 7
Consumo (cidade e estrada) 6 6
Estabilidade 6 6
Freios 7 7
Posição de dirigir/ergonomia 8 8
Espaço interno 7 8
Caçamba (espaço) 9 9
Acabamento 7 8
Itens de segurança (de série e opcionais) 7 7
Itens de conveniência (de série e opcionais) 8 7
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 8 8
Relação custo/benefício 7 7

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina e etanol, 2.457 cm³ de cilindrada, com injeção direta; potências máximas de 197 cv a 6.300 rpm (g) e 206 cv a 6.000 rpm (e); torques máximos de 26,3 mkgf a 4.400 rpm (g) e 27,3 mkgf a 4.400 rpm (e)

TRANSMISSÃO
Tração integral e reduzida com acionamento eletrônico, câmbio manual de seis marchas

ACELERAÇÃO  até 100 km/h (dado de fábrica)
9s5 com gasolina e 9s1 com etanol

VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
163 km/h (limitada eletronicamente)

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, com braços articulados; traseira, feixe de molas semi-elípticas

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio, 7 x 17 polegadas, pneus 255/65 R17

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 5,347; largura, 1882; altura, 1,908; distância entre-eixos, 3,096

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 80 litros; caçamba: 1.570 litros; capacidade de carga(incluindo passageiros): 771 quilos; peso: 1.979 quilos


Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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