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Ao volante: Conjunto mecânico é destaque do Hyundai HB20 Premium

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Versão top de linha, equipada com propulsor 1.6 16V e câmbio automático de seis marchas, tem na mecânica atual e no interior agradável seus maiores atributos, mas pode melhorar em alguns aspectos

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Alexandre Soares
Especial para o Autos Segredos

O Hyundai HB20 é um fenômeno mercadológico: desenvolvido para o Brasil, fez sucesso imediato e, desde o lançamento, tem ocupado sempre as primeiras posições no ranking de vendas. Em novembro, foi o responsável por fazer a marca sul-coreana abocanhar o quarto lugar em número de emplacamentos no país, ultrapassando momentaneamente a Ford (que, todavia, já recuperou a colocação em dezembro). Em pleno momento de crise, o modelo é um dos poucos fora do segmento premium que não tem sofrido grande retração, tanto que o ritmo de produção na fábrica de Piracicaba (SP) segue acelerado. Aliás, a unidade paulista produz unicamente a linha HB20 (hatch e sedã). Mas, afinal, o que esse carro tem? O Autos Segredos o esmiuçou para responder a essa pergunta.

#JuntosPeloMatheus   –  O Autos Segredos convida seus leitores a ajudar o Matheus   –    https://www.facebook.com/juntospelomatheus/timeline

teste_hyundai_hb20_1.6_1Em setembro, o HB20 passou por sua primeira reestilização. Além de itens estéticos, como grade frontal e para-choques, o modelo ganhou novidades mecânicas, entre as quais a mais expressiva é a adoção de câmbios manual e automático de seis marchas, nas versões equipadas com motor 1.6 16V. A versão avaliada é a top Premium, comercializada unicamente com transmissão automática. Como é a primeira vez que um veículo da Hyundai passa pelo crivo do Autos Segredos, não há base de comparação em relação à antiga caixa de quatro velocidades. O que dá para dizer é que o novo conjunto é muito bom, e vive um casamento feliz com o propulsor: as trocas são suaves e a central eletrônica interpreta bem o motorista, fazendo reduções e ascensões em momentos quase sempre certeiros. As relações da caixa são corretas, e, a 120 km/h, em sexta, o conta-giros indica apenas 2.700 rpm (valor baixo para um carro 1.6), garantindo silêncio a bordo. A única crítica para esse sistema é a ausência de paddle-shifts no volante: é até possível operá-lo sequencialmente, mas apenas com toques na alavanca.

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Mecânica atual

O motor 1.6 16V do HB20 adotou um sistema de partida a frio com bicos aquecidos, que substitui o arcaico tanquinho auxiliar, e sofreu um trabalho de redução de atrito, que envolveu os anéis dos pistões e a troca do óleo lubrificante por outro menos viscoso. No mais, a concepção é das mais atuais do segmento, com construção de bloco e cabeçote em alumínio, duplo comando de válvulas, variável na admissão, e acionamento por corrente, cuja vida útil estimada é equivalente à de todo o propulsor, antes da retífica. A atualidade se reflete em bons números de potência e torque para a cilindrada: são 128 cv com etanol e 122 com gasolina, a 6.000 rpm, além de 16,5 kgfm de torque com o primeiro combustível e 16 kgfm com o segundo, a 4.500 rpm. A curva de torque é plana para um motor aspirado, algo logo percebido quando se dirige o hatch, pois as respostas são sempre imediatas. Em qualquer faixa de rotação, basta acelerar para obter respostas. Além do mais, o funcionamento é lisinho, sem quaisquer asperezas.

teste_hyundai_hb20_1.6_32Outras soluções mecânicas do HB20 não chegam a se destacar tanto em termos de concepção ou de comportamento. A começar pela suspensão, que segue o tradicionalíssimo esquema McPherson, independente, no eixo dianteiro, e barra de torção, semi-independente, no eixo traseiro. A calibragem é mais rígida, e o curso das molas e amortecedores, curto, para privilegiar a estabilidade. O porém é que, em pisos irregulares, o sistema transfere mais imperfeições para o habitáculo que o desejável em um veículo sem pretensões esportivas, e “dá batente” com facilidade. Além disso, em buracos ou depressões mais acentuadas, o sistema também revela alguns ruídos de funcionamento. A contrapartida é a rolagem pequena da carroceria em curvas, nas quais o hatch se mostra muito equilibrado. O resultado só não é melhor porque a linha 2016 adotou pneus verdes, com menor atrito de rodagem para otimizar o consumo de combustível. O problema é que eles logo começam a cantar alto e não aderem tanto ao solo quanto os convencionais. Essa solução passa longe de ser insegura, mas é descompassada, uma vez que a suspensão esboça esportividade, que não é correspondida pelos pneus. Nesse caso, o casamento é conflituoso. Já a direção é até direta, mas tem muita assistência – hidráulica, e não elétrica, que dita a atual tendência – em alta velocidade. Ao menos ela se mostra bastante leve em manobras. Os freios, com discos na dianteira e tambores na traseira, são bem dimensionados e atuam com eficiência.

Todas as modificações técnicas promovidas pela Hyundai, que englobam os pneus verdes, os câmbios de seis marchas e a redução do atrito das peças móveis do motor, visam, também, a redução do consumo de combustível. Novamente, a falta de avaliações anteriores não permite ao Autos Segredos mensurar se houve, realmente, melhora, mas o fato é que o HB20 obteve bons resultados nesse quesito, cravando, com etanol, médias de 7,2 km/l na cidade e de 9,7 km/l na estrada. Como de costume, fica a observação de que o apetite de um veículo diante da bomba é decorrente de uma série de fatores, como as condições do tráfego, da pista e do relevo, além do estilo de condução do motorista.

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Na moda do couro marrom

A reestilização trouxe pouquíssimas mudanças ao interior do HB20. Isso não chega a ser ruim, pois o modelo já dispunha de um habitáculo agradável. O acabamento é um dos melhores da classe. Embora os materiais sejam simples – os plásticos, por exemplo, são todos sem emborrachamento –, o resultado agrada pelo excelente padrão de montagem e pela ausência de rebarbas e de parafusos à mostra. Há também muitos tipos diferentes de texturas e de cores, que quebram a sensação de monotonia presente em outros hatches compactos. Na unidade avaliada, as forrações eram em couro marrom, uma novidade que reveste os bancos e uma grande porção das portas dianteiras (as traseiras são inteiramente forradas em plástico, uma incoerência), mas que não vêm de série, e sim opcionalmente.

A posição de dirigir é boa, mas não ótima. O volante, embora seja ajustável em altura e profundidade, tem aro fino demais, o que prejudica a pegada. E o banco acomoda muito bem a coluna e as coxas, mas a regulagem de altura movimenta apenas o assento, enquanto o encosto permanece fixo. O item que não deixa margem para reclamações é o cluster: os instrumentos têm ótima leitura, e há termômetro do fluido de arrefecimento do motor. Já a visibilidade é boa apenas para a frente. Para trás, o capo visual é muito limitado. Culpa da pequena área envidraçada: não parece, pois a lataria do HB20 tem muitos vincos, mas a base das janelas fica alinhada aos ombros dos ocupantes. Como a linha de cintura ainda é ascendente, os vidros traseiro e laterais traseiros são pequenos demais. Na versão Premium, os faróis têm bloco elíptico e LEDs, esses últimos também presentes nas lanternas, proporcionando uma iluminação muito boa. Os limpadores de para-brisa varrem boa área e trabalham em silêncio.

teste_hyundai_hb20_1.6_42O espaço interno está na média da categoria. É mais que suficiente para quatro adultos de estatura média, mas apertado para cinco. Além do mais, o HB20 é mais um veículo que dispõe de apenas quatro cintos de três pontos e quatro apoios de cabeça, deixando o quinto ocupante mais vulnerável que os demais em caso de acidente.  Na frente, pessoas muito altas não se sentem apertadas, mas, com os bancos muito recuados, a área para as pernas de quem se senta atrás fica pequena. Por outro lado, o porta-malas está um pouco acima da média da categoria, com 300 litros de capacidade. O vão de abertura é amplo, e o banco traseiro é bipartido. Pequenos objetos podem ser transportados no habitáculo, onde há muitos nichos destinados a eles, alguns dos quais com tampa.

Oferta e procura

Conhecidas todas as características do projeto, e como ele se comporta na prática, é hora de saber o que o HB20 entrega em termos de conteúdo, e por qual valor. Pois bem, a versão Premium, avaliada, tem preço sugerido de R$ 58.445, e traz, de série, ar-condicionado digital, alarme, faróis com acendimento automático, computador de bordo, vidros elétricos nas quatro portas com função one-touch, travas elétricas com acionamento automático e retrovisores ajustáveis e rebatíveis eletricamente, rodas de liga leve aro 15”,  sensores de estacionamento traseiros, volante multifuncional e sistema de som com conexão Bluetooth, streaming de áudio, MP3 player, entradas USB e auxiliar. Entre os equipamentos destinados à segurança, há, além dos obrigatórios airbags frontais e freios ABS, ganchos padrão Isofix para fixação de cadeirinhas. Ausência grave e incompreensível é a dos controles de estabilidade e tração, mas ao menos os airbags laterais são oferecidos como opcionais. O revestimento em couro dos bancos e a central multimídia com tela touch de 7” e conectividade com iPhone 5 e smartphones Samsung e LG também são vendidos à parte. Completo, o hatch chega a R$ 63.535. Respondendo  à pergunta feita no início do texto, esse carro tem um projeto atual, um pacote de equipamentos coerente, um motor que proporciona bom desempenho sem beber demais, e, agora, um câmbio à altura, além de um preço alto, mas que, na atual conjuntura do mercado, não chega a sobressair aos dos concorrentes. Aliás, a julgar pelos números de vendas, o fator bolso não parece ser problema para o público do hatch compacto da Hyundai.

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas) 8 9
Consumo (cidade e estrada) 8 8
Estabilidade 8 8
Freios 7 8
Posição de dirigir/ergonomia 8 7
Espaço interno 7 7
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) 7 7
Acabamento 7 7
Itens de segurança (de série e opcionais) 7 7
Itens de conveniência (de série e opcionais) 8 7
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 8 9
Relação custo/benefício 7 8

FICHA TÉCNICA

»MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina/etanol, 1.591 cm³ de cilindrada, com diâmetro de 77 mm e curso de 85,4 mm, 122 cv (g)/128 cv (e) de potência máxima a 6.000 rpm, 16 kgfm (g)/ 16,5 kgfm (e) de torque máximo a 4.500 rpm

»TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático de seis marchas

»ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
10,6 segundos com etanol

»VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
190 km/h com etanol

»DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

»FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS

»SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson; traseira semi-independente, por eixo de torção

»RODAS E PNEUS
Rodas em liga leve aro 15″, pneus 185/60 R15

»DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 3,920; largura, 1,680; altura, 1,497; distância entre-eixos, 2,500; altura em relação ao solo, 165 mm; peso, 1.071 quilos

»CAPACIDADES
Tanque de combustível: 50 litros; porta-malas: 300 litros; carga útil (passageiros e bagagem), 459 quilos

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Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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