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Ao Volante: Volkswagen Fox Track une visual aventureiro e motor 1.0

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Motor de três cilindros rejuvenesce o Volkswagen Fox Track, que já tem mais de dez anos de vida; versão aposta só no visual, pois, ao contrário da Cross, não tem alterações mecânicas

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Alexandre Soares
Especial para o Autos Segredos

A versão Track é, atualmente, uma exclusividade do Fox: antes, ela era oferecida também no Gol, mas foi suprimida com a chegada da linha 2017, assim como a Rallye. A ideia dessa configuração é unir visual aventureiro e motor 1.0. A decoração externa traz as tradicionais molduras plásticas nos para-lamas e racks no teto, porém, ao contrário do irmão mais caro CrossFox, não há estepe pendurado à tampa traseira, o que, na prática, acaba se tornando uma vantagem, por não prejudicar a visibilidade traseira nem o acesso ao porta-malas. Lançada em outubro do ano passado, essa versão coloca o compacto da Volkswagen em um novo subnicho, e tenta mantê-lo competitivo frente a concorrentes bem mais jovens.

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Motor

É verdade que, se em termos de projeto o Fox já mostra algumas rugas, mecanicamente ele está entre os 1.0 mais avançados. Isso porque a versão Track é movida pelo propulsor tricilíndrico da Volkswagen, o mesmo que equipa o up! e, agora, também o Gol. Com 12 válvulas, variáveis na admissão e sistema de partida a frio com bicos pré-aquecidos (que dispensam o incômodo tanquinho), ele desenvolve bons 82 cv de potência a 6.250 rpm e 10,4 kgfm de torque a 3.000 rpm, com etanol. Os valores com gasolina são 75 cv e 9,7 kgfm, nas mesmas rotações. Bloco e cabeçote são feitos em alumínio, e a movimentação é por correia dentada. Apesar de o hatch não ser exatamente leve, com 1.084 kg no total, o desempenho é bom para um veículo dessa cilindrada: as respostas são condizentes com a proposta, mesmo em baixas rotações, e não há vibração em excesso. Parte dos créditos pela boa performance vai também para o câmbio manual de cinco marchas, que é bem-escalonado. A 120 km/h, o propulsor gira a 3.800 rpm, marca adequada para a cilindrada. Os engates, como é de costume nos modelos equipados com a caixa MQ-200, são muito macios e precisos.

teste_vw_fox_track_1.0_2O motor de três cilindros mostrou bons resultados não só em desempenho, mas também em consumo, principalmente na cidade, onde o Fox Track cravou 10,1 km/l com etanol. Na estrada, porém, os números foram apenas razoáveis, com média de 11,2 km/l, também com o derivado da cana. Como sempre, o Autos Segredos ressalta que vários fatores influenciam o gasto de combustível, como as condições do trânsito, as características das vias, o relevo e o estilo de condução do motorista.

Sem mudanças mecânicas

Apesar da proposta aventureira, a altura livre do solo não foi aumentada em relação às demais versões 1.0.  Ainda assim, o modelo não teve dificuldade para superar obstáculos urbanos como valetas, quebra-molas e outros obstáculos urbanos com maior desenvoltura. Nas vias sem pavimentação às quais foi submetido, ele também não sofreu raspões contra o solo. Sem alterações na suspensão, o hatch preserva a boa estabilidade do restante da linha: as tomadas de curvas são seguras, e, embora ele não seja referência nesse quesito, consegue bom resultado. A calibragem segue a escola da Volkswagen, com molas e amortecedores com bastante carga, o que faz com que algumas imperfeições do piso sejam transferidas para o habitáculo, mas ainda em níveis aceitáveis. A direção, que tem assistência elétrica, é que poderia ser um pouco mais direta, para melhorar as respostas em alta velocidade. Em manobras, porém, ela agrada, com bastante leveza. Já os freios, com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, imobilizam o veículo com segurança, mas não chegam a se destacar.

teste_vw_fox_track_1.0_17Interior

O interior da versão Track traz todas as características já conhecidas da linha Fox. O espaço interno é amplo para a categoria, graças ao arranjo mais verticalizado do habitáculo, que faz com que os ocupantes se assentem em um nível pouco mais alto que nos demais hatches. Há área mais que suficiente para as cabeças e as pernas de quatro ocupantes adultos, mas a coisa aperta se a ideia for transportar cinco pessoas, pois a largura contida da carroceria limita bastante o espaço transversal. Além do mais, ali há apenas dois cintos de segurança de três pontos, ao passo que o quinto encosto de cabeça é oferecido como opcional. O acabamento também é bom para a classe: como é padrão e compactos, os plásticos são rígidos, sem acolchoamento, mas o modelo da Volkswagen traz encaixes bem-arrematados e sem rebarbas, além de estofamento nos forros das portas. Os para-sóis têm iluminação, um mimo raro em carros 1.0. O porta-malas, porém, não apresenta o mesmo esmero: ali, há lataria sem proteção na parte interna da tampa, em seu batente e na face posterior dos encostos dos bancos, que tendem a sofrer danos causados pela movimentação da carga. O volume do compartimento é de 270 l, e, assim, está na média do segmento.

teste_vw_fox_track_1.0_16O painel tem desenho um tanto antiquado, mas não há do que reclamar em termos de ergonomia. Os comandos têm bom acesso, e os instrumentos oferecem leitura fácil. Há de se destacar a presença do termômetro de temperatura do fluido do motor, item que, devido à economia de escala, vai se tornando cada vez mais raro entre os veículos de entrada. A posição ao dirigir é igualmente correta, com volante de boa empunhadura, regulável em altura e profundidade. O banco do motorista também tem ajuste de altura e acomoda muito bem o corpo: o assento com a extremidade destacada apoia bem as pernas, e as abas laterais segura o corpo em curvas. A visibilidade é muito boa para frente e também para os lados, graças à linha de cintura mais baixa, que aumenta a área envidraçada. Para trás, as colunas C mais largas limitam um pouco o campo de visão, mas os retrovisores bem-dimensionados atenuam um pouco essa característica.

Na média

O pacote de equipamentos de série do Fox Track é composto pelo essencial. O aventureiro traz ar-condicionado, direção elétrica, faróis e lanterna de neblina, travas e vidros dianteiros elétricos com sistema one-touch, rodas de liga leve de 15 polegadas e sistema de som com rádio AM/FM, bluetooth, MP3 player, e entradas USB, SD-Card e Aux-in. Há uma infinidade de itens opcionais, como sensores de estacionamento dianteiros traseiros, chave com controle remoto, luzes de leitura e iluminação no porta-luvas e no porta-malas (sim, inacreditavelmente, esses itens são vendidos à parte), vidros traseiros elétricos, banco traseiro corrediço (que permite modular o volume do porta-malas de 260 litros a 353 litros), computador de bordo, volante multifuncional revestido em couro, função cornering para os faróis de neblina, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor eletrocrômico e tela multimídia de cinco polegadas de com MirrorLink. O conteúdo destinado à segurança, todavia, inclui apenas os obrigatórios airbags frontais e freios ABS, e o fabricante não disponibiliza itens como controle de estabilidade ou ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas, nem mesmo cobrando à parte.

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Básico, o Fox Track custa R$ 46.950. Não é exatamente barato, mas tampouco destoa dos preços da concorrência: a faixa entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, atualmente, é povoada pelos compactos 1.0.  Porém, com todos os opcionais, o valor pula para R$ 55.190 e começa a se equiparar ao de hatches equipados com motores maiores, tirando, consequentemente, o poder de atração do modelo. Assim, ele se torna interessante apenas para quem se satisfaz com o pacote básico de equipamentos, ou, no máximo, por um ou outro opcional. Além do visual aventureiro, seus maiores diferenciais são o motor eficiente e o espaço interno ainda amplo dentro da categoria.

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas) 7 8
Consumo (cidade e estrada) 9 8
Estabilidade 7 8
Freios 7 7
Posição de dirigir/ergonomia 8 9
Espaço interno 8 8
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) 6 8
Acabamento 7 7
Itens de segurança (de série e opcionais) 6 6
Itens de conveniência (de série e opcionais) 7 7
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 8 8
Relação custo/benefício 7 7

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, com diâmetro de 74,5 mm e curso de 76,4 mm,  8 válvulas, gasolina/etanol, 9996 cm³ de cilindrada, 75 cv (g)/82cv (e) de potência máxima a 6.250  rpm, 9,7 kgfm (g)/ 10,4 mkgf (e) de torque máximo a 3.000  rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de seis velocidades

ACELERAÇÃO  ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
14,4 segundos com etanol e 14,7 segundos com gasolina

VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
159 km/h com etanol e 158 km/h com gasolina

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira, com ABS

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson; traseira, semi-independente, eixo de torção

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio 5J×14, pneus 175/70 R15

DIMENSÕES (metros)
Comprimento: 3,868; largura, 1,663; altura: 1,552; distância entre-eixos: 2,467; peso: 1.135 quilos.

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 50 litros; porta malas: 270 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 396 quilos.

teste_vw_fox_track_1.0_26Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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