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Ao Volante: Activ, um Chevrolet Onix para a selva urbana

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Chevrolet Onix Activ têm adereços estéticos e altura do solo ampliada, versão aventureira do compacto até encara uma estrada de terra com mais desenvoltura que o restante da linha, mas gosta mesmo é do asfalto. Confira nossa avaliação

teste_chevrolet_onix_activ_38Por Alexandre Soares

O ápice dos aventureiros urbanos parece ter passado: eles ainda conquistam determinados compradores e, consequentemente, mantêm espaço nos portfólios dos fabricantes, mas já não chamam tanta atenção como na década passada. Talvez isso ocorra por causa do esgotamento da fórmula, ou, possivelmente, devido à ascensão dos SUVs. Curiosamente, só recentemente, há cerca de três meses, a Chevrolet lançou o Onix Activ, seu primeiro hatch com esse tipo de proposta (houve o Celta Off-Road, é verdade, mas não se tratava de uma versão de fábrica, e sim de um kit homologado, instalado em concessionárias). Como é comum acontecer com modelos de proposta semelhante, a versão pseudo-lameira é a top de linha, posicionada acima da LTZ.

teste_chevrolet_onix_activ_5A receita que originou a nova configuração do Onix é quase a mesma da Spin, que, até então, era a única integrante da gama Activ. A decoração externa de ambos é bem parecida, e, em comparação à roupagem aplicada em outros aventureiros, até relativamente discreta, com molduras plásticas de dimensões moderadas nos para-lamas, retrovisores externos pintados de preto e rodas de liga leve usinadas. Há, claro, aqueles elementos invariavelmente presentes nos off-road de butique, como racks no teto, para-choques com pintura parcial e faróis com máscara negra, que, no caso, têm luzes de posição (e não DRLs) em LEDs. Ao contrário do monovolume, porém, o hatch não tem estepe preso à parte externa da traseira, o que é bom, pois a acessibilidade ao  porta-malas não fica prejudicada. Já a decoração interna é bem mais chamativa, graças à utilização da cor laranja no painel, nas forrações da porta e no estofamento. Vale esclarecer que esse item independe da cor da carroceria: o veículo pode ser de qualquer tonalidade, mas o habitáculo sempre será laranja. É uma solução que, normalmente, gera reações extremas: ou se ama, ou se odeia.

Salto alto

Mecanicamente, a única alteração é o aumento da altura do solo em 30 mm (a comparação é feita em relação à linha 2017, que seguiu caminho inverso e ficou 1 mm mais baixa), obtida por meio da elevação da suspensão e do uso de pneus 195/65 (com perfil mais alto que os 185/65 aplicados ao restante da gama). Eles, por sinal, são de baixa resistência à rolagem, e não de uso misto. Essa medida, por si só, deu alguma desenvoltura ao Onix para circular por caminhos ruins: nas estradas rurais percorridas pelo Autos Segredos durante o teste, o veículo não sofreu esbarrões contra o solo. Entretanto, não é preciso ir longe para perceber que o hatch gosta mesmo é de vias pavimentadas. Em pisos muito irregulares, a suspensão, que mantém a arquitetura do tipo McPherson na dianteira e barra de torção na traseira, torna-se ruidosa, enquanto a calibragem firme de molas e amortecedores não poupa os ocupantes de solavancos. Por outro lado, no asfalto, quase não se nota alteração de comportamento em relação às demais versões: mesmo mais alto, o Activ manteve a boa estabilidade em curvas, com pouca inclinação da carroceria e comportamento previsível quando levado ao limite de aderência. Mérito também da direção elétrica: novidade em toda a linha, ela tem grande progressividade.

teste_chevrolet_onix_activ_6O Onix Activ é equipado unicamente com o motor 1.4 SPE/4, que desenvolve 106 cv de potência com etanol e 98 cv com gasolina, a 6.000 rpm, além de 13,9 kgfm de torque com o primeiro combustível e 13 kgfm com o segundo, a 4.800 rpm. Ele traz as mesmas alterações introduzidas na linha 2017, entre as quais pistões e bielas mais leves, módulo de controle mais rápido e sistema elétrico com dispositivo de monitoramento contínuo de carga e  alternador de alto rendimento. Apesar disso, a grosso modo, trata-se do velho propulsor da chamada Família I, que chegou ao Brasil em 1994, sob o capô do Corsa, com aspiração natural, injeção indireta de combustível, bloco de ferro fundido, cabeçote em alumínio e oito válvulas acionadas por comando único, sem variação, sincronizadas por correia dentada convencional. Até o sistema departida a frio ainda traz o arcaico tanquinho. Ao menos as opções de câmbio são bem mais atuais: há um automático, que equipava o veículo avaliado, e um manual, ambos com seis marchas. Todavia, para operá-lo sequencialmente, não há outra alternativa senão recorrer aos incômodos botõezinhos posicionados na alavanca.

Felizmente, o casamento entre motor e câmbio até que funciona bem. O propulsor funciona com suavidade e entrega força em baixas e médias rotações, apesar de perder rendimento em alta. Por sua vez, o câmbio faz trocas suaves e em momentos desejáveis. O desempenho não é entusiasmante, mas tampouco é decepcionante. O escalonamento das marchas é correto e, a 120 km/h, em sexta, o motor gira a cerca de 3.000 rpm, valor coerente para a cilindrada, o que significa nível de ruído contido em viagens. Os freios, a disco na dianteira e a tambor na traseira, jogam no mesmo time: não fazem o Onix ser um primor nas frenagens, mas são suficientes para imobilizá-lo sem sustos. Até o consumo foi mediano: abastecido com etanol, o hatch aventureiro cravou 7,4 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada durante a avaliação. Por curiosidade, vale citar os números divulgados pelo Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, de 7,7 km/l e 11,2 km/l, respectivamente, com o mesmo combustível. Com gasolina, o órgão aferiu 8,6 km/l no ciclo urbano e 12,6 km/l no rodoviário, que resultaram em nota C na categoria e B no geral.

teste_chevrolet_onix_activ_23Interior colorido, mas conhecido

Em termos de habitabilidade, o Onix Activ traz uma melhoria que chegou junto com a linha 2017: os puxadores de porta reposicionados, que sanaram uma antiga falha ergonômica do modelo. No mais, porém, a versão aventureira compartilha todas as qualidades e defeitos das demais configurações, como o volante de boa empunhadura e a posição de dirigir mais elevada, que poderia ser melhor se a coluna de direção fosse regulável também em profundidade, e não só em altura, e se o ajuste de altura do banco do motorista movimentasse também o encosto, e não só o assento. Algumas pessoas não gostam do quadro de instrumentos quase inteiramente digital, apenas com conta-giros analógico. Porém, em termos de visualização, não há o que reclamar dessa solução, pois a leitura é bastante direta. Criticável, mesmo, é a ausência de marcador da temperatura do motor.

Com exceção da já citada cor laranja aplicada ao interior, o acabamento segue o mesmíssimo padrão da versão LTZ, com plásticos sem acolchoamento, mas com bom padrão de montagem, no painel e nos forros das portas, e tecido de toque agradável nos bancos. O espaço interno, claro, também não mudou: continua recebendo bem quatro ocupantes adultos e oferecendo acomodações razoáveis para um quinto ocupante, que, porém, não conta com a proteção de encosto de cabeça ou cinto de segurança de três pontos (até quando, Chevrolet?). Há muitos nichos para pequenos objetos no habitáculo, mas o porta-malas, com 280 litros de capacidade, não se destaca dentro do segmento. E, como o encosto do banco traseiro não é bipartido, há menos versatilidade se for preciso rebatê-lo.

teste_chevrolet_onix_activ_12Sem conteúdo extra

O pacote de equipamentos da versão Activ é praticamente o mesmo da LTZ. Isso significa que, de série, há sistema OnStar com cobertura gratuita por um ano, central multimídia MyLink, com tela LCD sensível ao toque de 7 polegadas, integração por meio de Android Auto e Apple CarPlay com smartphones, rádio AM/FM, entradas USB e Aux-in, função Audio Streaming e conexão Bluetooth para celular, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado manual, direção elétrica, abertura elétrica do porta-malas, travas elétricas com acionamento por telecomando, volante multifuncional, chave do tipo canivete, vidros elétricos nas quatro portas com sistema um-toque, retrovisores elétricos, computador de bordo, cruise-control, alarme, faróis de neblina e rodas de liga leve. Os equipamentos de segurança são apenas os exigidos por lei: airbags frontais e freios ABS, nada mais. Com esse pacote, o preço é de R$ 57.190, mas sobe em R$ 5.100 caso o comprador opte pela transmissão automática.

A versão Activ tem a vantagem de abrir uma opção a mais para o consumidor dentro da gama, e deve dar um incremento às já boas vendas da linha Onix, que, desde o ano passado, lidera as vendas no mercado brasileiro. Porém, na posição de top de linha, ele deveria entregar mais que as demais configurações, como, por exemplo, um motor de maior cilindrada ou mais equipamentos de segurança. A Chevrolet demorou muito a ter um hatch aventureiro: nesse tempo, daria para ter desenvolvido um veículo que se destacasse diante dos concorrentes, e não só mais um pseudo-off-road para a categoria.

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas) 7 7
Consumo (cidade e estrada) 7 7
Estabilidade 8 7
Freios 7 8
Posição de dirigir/ergonomia 8 7
Espaço interno 8 8
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) 6 7
Acabamento 7 7
Itens de segurança (de série e opcionais) 6 7
Itens de conveniência (de série e opcionais) 8 7
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 8  7
Relação custo/benefício 6 6

teste_chevrolet_onix_activ_11

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 8 válvulas, a gasolina e etanol, 1.389 cm³ de cilindrada, 98 cv (g) / 106 cv (e) de potência máxima a 6.000 rpm, 13 kgfm (g) / 13,9 mkgf (e) de torque máximo a 4.800 rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio automático de seis marchas

ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h
Não informada pelo fabricante

VELOCIDADE MÁXIMA
Não informada pelo fabricante

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson; traseira, semi-independente, eixo de torção

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio 6J x 15, pneus 195/65 R15

DIMENSÕES
Comprimento, 3,958 metros; largura, 1,7375 m; altura, 1,554 m; distância entre-eixos, 2,528 m; peso: 1.092 quilos.

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 54 litros; porta malas: 280 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 375 quilos.

teste_chevrolet_onix_activ_16Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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