InícioMarcasChevroletPrimeira Volta: Chevrolet Onix Activ – Como fazer um aventureiro

Primeira Volta: Chevrolet Onix Activ – Como fazer um aventureiro

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Visando segmento sem grandes sobressaltos e em crescimento, versão com roupa rebelde do Onix faz sua estreia

chevrolet_onix_activ_2017Renato Passos (*)
Gramado (RS)

O comportamento do ser humano é tema de explicação há mais de quatro mil anos. Sem um modelo tido como infalível, entretanto. Um desvio do ser humano socialmente estabelecido está na busca pelo estabelecimento da imagem do ser perante o resto da comunidade. Para isso, vale quase tudo. Inclusive tentar passar uma imagem de ser algo que, em tese, não o é. Tal abordagem humanística em um site sobre carros?

chevrolet_onix_activ_2017_1A questão é simples: a despeito da altura em relação ao solo ligeiramente maior, muitos modelos tidos como “aventureiros” – em voga no Brasil há mais de uma década, e com maior aceitação internacional atualmente – são instrumentos desse estilo de vida para muitos. Da mesma forma que proliferam pelas cidades do nosso país reedições culinárias, bem como abordagens das mesmas. São refeições de domínio dos nossos avós, modelos de venda que eram tidos como ultrapassados e simplistas, mas que com nova roupagem e muito hypeness viraram sucesso na mão da galera mais “descolada”. Estou falando de cupcakes vendidos em food trucks, por exemplo! Porque afinal, bolo é algo tão velho quanto Adão e Eva. E os padrões nunca desapareceram na periferia. Mas o lifestyle – ah, o lifestyle – pede inovações e uma imagem descolada da normalidade.

chevrolet_onix_activ_2017_15É apostando nesse público-alvo, principalmente, que a Chevrolet lança o inédito Onix Activ, já com as mudanças inerentes para 2017 aqui colocadas para seus irmãos Onix e Prisma. A partir de R$ 57.190 na versão manual, chegando aos R$ 64.540 – sem opcionais, apenas pagando a mais pela pintura metálica  – o Activ vem para bater diretamente com o Hyundai HB20X e, de certa forma, com Renault Sandero Stepway e Volkswagen CrossFox, este último o criador espiritual do segmento dos hatches para “aventura”. E como o novo produto de Gravataí se sai com essa salada de influências?

Uma receita infalível

Sabe aquela receita de família, que passa de geração em geração, e dificilmente dá errado? Pois bem, a mesma existe quanto aos aventureiros e foi aplicada de forma irrepreensível no Onix Activ. Quer aprender? Vamos lá:

– Suba o carro em relação ao modelo-base. São 40mm a mais em relação ao solo frente ao Onix 2017 – 30mm frente ao produto que dominou as ruas nos últimos tempos.

– Adote novos para-choques com linhas mais marcantes, com detalhes em plástico preto e imitações de aplicações metálicas, tanto na frente quanto na seção traseira.

– Molduras de roda também em polímero preto são colocadas no carro, bem como enxertos laterais em cor escura para transmitir a impressão de maior vão livre em relação ao solo.

– Um rack que teto, que ligue à imagem do carro a um estilo de vida dinâmico – e puxa a silhueta do automóvel para cima – também é acrescido, junto de rodas exclusivas com pneus de perfil alto.

– Uma decoração interior que remeta ao que o exterior promete. Ou seja: bordados, costuras distintas, roupagem de esporte em espaço aberto.

– Ah, e não se esqueça de um nome que transmita dinamismo, vida e tudo mais.

Veja nas fotos abaixo se não temos mais um case de criação instantânea de pseudo-SUV? O trabalho, entretanto, teve ótima execução. De acordo com Wagner Dias, responsável pelo desenho da linha Onix 2017, o desenho do Activ foi desenvolvido em simultâneo com a reestilização do hatch da Chevrolet, não havendo efetivamente uma adaptação sobre o modelo existente. Não temos razões para duvidar, uma vez que o resultado final é de bom gosto e sem qualquer resquício de adaptação. Execução tão bem-feita que validou a assinatura “Activ”, tão nacional quanto Guaraná e jabuticaba, tomar dimensões internacionais a partir de agora na divisão de design da General Motors.

chevrolet_onix_activ_2017_18Tendo como base a versão topo de linha LTZ do Onix, mantendo itens exclusivos deste como assinatura luminosa em LED e faróis de neblina, as alterações de carroceria são marcantes, mas sem transmitir uma confusão de linhas e apliques. As molduras em plástico preto e imitação de inox replicam a existência de um estribo lateral, bem como apliques do gênero na porção inferior do para-choque traseiro remetem a um protetor de tanque comuns em veículos de uso off road.

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Nos arremates de carroceria que se apresentam com revestimento cromado no LTZ – como a borda da inédita grade para toda linha, bem como nas maçanetas – tal tratamento é trocado por aplicações em preto laqueado no Activ. As rodas de 15 polegadas apresentam desenho inédito, bem como o rack de teto de desenho fluido e capacidade de carga de 50kg. Entretanto, as barras transversais para seu uso pleno serão vendidas como acessórios nas concessionárias Chevrolet. Para fechar o pacote de mudanças exteriores, uma cor exclusiva do Activ se apresenta como opção: o tom metálico Laranja Burning, utilizado nos carros de lançamento, faz par com as cores oferecidas na linha Onix/Prisma.

chevrolet_onix_activ_2017_11Por dentro, as mudanças são menores. Bancos com revestimento exclusivo em tecido e vinil e exibindo o nome “Activ” bordado nos encostos fazem par com o painel em coloração diferenciada, também adotada nos arremates em tecido dos bancos e laterais de porta. Uma larga faixa horizontal do componente compreendendo toda sua largura entre as portas dianteiras virá, independente da cor escolhida para o lado de fora, em um tom entre o laranja e o marrom, com discreta plaqueta rememorando o nome da versão próximo ao passageiro. Por tomar como base a versão LTZ, o festejado MyLink2 é de série na versão, bem como todo o pacote de equipamentos que equipa a versão mais sofisticada do Onix “civil”.

Batedeira ligada

Na mecânica, além das alterações já recebidas no Onix 2017, toda a suspensão é modificada. A adoção de molas mais altas e pneus de perfil mais alto (agora são 195/65 R15) tornaram o Activ mais alto que a versão sem os apetrechos aventureiros. Com isso, toda a parte de calibração da direção assistida eletricamente foi revista, bem como amortecedores e periféricos de suspensão. Não que o motorista vá participar do Camel Trophy com o pequeno Chevrolet. Mas os ângulos de ataque e saída melhoraram em 20 e 18%, respectivamente.

chevrolet_onix_activ_2017_10A posição de dirigir mais alta, adorada também pelo público que compra esse tipo de carro, está lá, mas sem transmitir uma sensação descrita por muitos como “estar sentado em cima de um camelo”, ficando motorista e passageiros em distância visualmente agradável em relação ao solo. Assim como no Onix LTZ, os bancos oferecem conforto compatível com a proposta, a ergonomia interna é bem resolvida e bons equipamentos estão presentes. Exclusivo dessa versão é o sensor de chuva, com funcionamento variável em função do volume da precipitação notada pelo sistema.

No percurso entre Gramado e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Onix aparenta desconhecer o “salto alto” a ele aplicado, com diferenças mínimas de resposta nas manobras e estabilidade frente ao Onix LTZ. Além disso, os pneus Michelin se mostraram mais silenciosos dos que equipam seu irmão, trazendo maior conforto acústico ao rodar. Pequenos percalços do dia a dia, como valetas e buracos, são transpostos mais facilmente do que as versões baixas – talvez, a grande virtude real das versões aventureiras, que sofrem menos com o solo lunar que reveste algumas das estradas em nosso país.

O único senão fica para o motor 1.4 SPE, que tem que lidar com o peso extra da parafernália aventureira. Em retomadas nas estradas durante o percurso de 120 quilômetros entre a estância serrana e a capital rio-grandense, o câmbio automático GF6 de terceira geração reduzia sistematicamente duas marchas para que o veículo com quatro ocupantes conseguisse ganhar velocidade ou superar ligeiros aclives. Inicialmente, desfaz o conforto acústico proporcionado pelos novos pneus. E, de quebra, mostra o ponto fraco do Onix frente seus concorrentes: seu desempenho é parelho com o Stepway, mas pior que o CrossFox e o HB20X. A sensação, nesses momentos, no remete a uma batedeira ligada, com o motor insistindo por momentos em rodar em alta rotação para desagrado dos ouvintes ao redor.

Na hora de frear, mesma competência do Onix LTZ. No mais, a sensação de solidez se reflete em uma boa sensação geral do automóvel, pecando apenas na falta de disposição frente a seus concorrentes. Tendo o Hyundai como benchmark do segmento, e com preços relativamente próximos (pouco mais de R$ 1.000,00 de diferença na versão manual), o desempenho hesitante do bem apresentado Activ pode ser o fiel na balança na hora da compra. Quem diria que as receitas coreanas seriam mais agradáveis ao bolso, não é mesmo?

FICHA TÉCNICA – CHEVROLET ONIX 1.4 LTZ AT

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 8 válvulas, com injeção indireta no coletor de admissão, bicombustível, 1.389 cm³ de cilindrada (diâmetro de 77,6mm, curso de 73.4mm), taxa de compressão de 12,4:1, 98/111 cv de potência máxima a 6.000 rpm (gasolina/etanol), 13,0/13,9 kgfm de torque máximo a 4.8000 rpm (g/e)

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automático de seis velocidades à frente, mais marcha-a-ré

ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
N/A

VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
N/A

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores atrás, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com barra estabilizadora; traseira por eixo de torção

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio, 6×15 polegadas, pneus 195/65 R15

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 3,958; largura, 1,737; altura, 1,554; distância entre-eixos, 2,528; peso: 1.092 quilos

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 54 litros; porta malas: 280 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 375 kg.

(*) O jornalista viajou à convite da Chevrolet do Brasil

Fotos | Chevrolet/Divulgação

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