InícioLançamentosNissan Versa 2016: Muito além da maquiagem

Nissan Versa 2016: Muito além da maquiagem

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Reestilizado sedã japonês ganha novas versões e o motor três cilindros do March para tentar um lugar ao sol entre os sedãs de entrada

New_Versa_1.0_S_2Fernando Miragaya (*)
Especial para o Autos Segredos

De Mogi das Cruzes (SP) – Em um segmento com rivais que se modernizaram bastante nos últimos anos, a Nissan teve que rebolar com o Versa brasileiro. Era preciso ir além do tapa de meia vida no visual. Por isso, nesta linha 2016, o sedã estreia um moderno motor tricilíndrico, lança novas versões de entrada e top e dá um trato no acabamento.

New_Versa_1.0_S_5A novidade mecânica do Versa, que até então só dispunha de motorização 1.6, atende por HR10. É o nome do 1.0 três cilindros flex derivado do 1.2 europeu (HR12), que estreou no New March no mês passado – o sedã e o hatch deixaram de ser importados do México e usam a mesma plataforma V na fábrica de Resende (RJ).

Compreensível suspeitar do desempenho desse conjunto no Versa. Afinal, são quase 100 kg a mais que o March, algo significativo para os motores “mil”. Ledo engano. O três cilindros cai como uma luva no sedã e surpreende pelo rodar suave, pela eficiência e pelo desempenho.

New_Versa_1.0_S_11É uma grata surpresa (como no Hyundai HB20S 1.0). No Nissan, um desavisado também pode se confundir e achar que está na versão 1.6. Na região de Mogi das Cruzes, a 40 km de São Paulo, o Versa tricilíndrico arranca com disposição. As primeiras relações curtas do câmbio manual de cinco marchas colaboram para esta agilidade, enquanto os engates precisos e o curso na medida dão vontade de acelerar mais.

O Versa vai que vai, com a mesma desenvoltura de Lionel Messi driblando a defesa adversária. Sem grande esforço, o ponteiro do velocímetro chega aos 100 km/h permitidos, enquanto o conta-giros está abaixo das 2.500 rpm.

O barulhinho indefectível do motor agrada e o nível de vibração é bem baixo. Além de componentes leves e de menor atrito, e variação nos comandos de admissão, a engenharia da marca japonesa alongou a quinta marcha e pôs contrapesos nas extremidades do virabrequim para compensar um possível desequilíbrio no conjunto provocado pelo número ímpar de pistões.

O resultado é a mesma eficiência já registrada no March. O Versa 1.0 obteve classificação “A” nos testes do Inmetro para o programa de etiquetagem veicular, que mede o consumo de diferentes veículos. Com gasolina, o sedã promete média de 12,4 km/l na cidade e ótimos 14,8 km/l, na estrada.

Na primeira subida de leve, porém, não tem meu pé me dói. Como qualquer 1.0, o Versa perde o fôlego. O jeito é “chamar” na marcha para o motor despertar perto das 4.000 rpm. O mesmo vale em situações de ultrapassagem. Reduzida de quinta para quarta e pé embaixo para ultrapassar o caminhão.

O sedã mantém seu bom acerto de suspensão. Filtra bem os buracos e quebra-molas pelo caminho, sem sacudir a cabine e os ocupantes. O comportamento dinâmico também é eficiente e o carro está sempre na mão em velocidades civilizadas e nas curvas mais sinuosas.

New_Versa_1.0_S_8Por dentro, é possível perceber uma clara preocupação da Nissan em tentar minimizar a aparência bastante simples. O plástico ainda impera no acabamento, contudo, nesta linha 2015 os materiais aplicados são mais agradáveis ao toque e, dependendo da versão, surgem detalhes cromados e até em preto brilhante.

Sai o quadro de instrumentos na “vintage” cor âmbar e entra um conjunto com mostradores com leds brancos, de fácil leitura. As saídas do ar-condicionado (de série em todas as versões) agora são retangulares.

O volante é herança do Sentra. É com aquele desenho com miolo meio desproporcional, mas tem boa pegada e a assistência elétrica é bem calibrada para as manobras, quando a direção fica bastante macia – em altas velocidades, porém, podia ficar um pouco mais firme.

New_Versa_1.0_S_12O espaço interno permanece como um dos trunfos do sedã. Com 2,60 m, é possível ficar folgado no banco de trás. Motorista e passageiro também ficam à vontade na frente, mas os bancos dianteiros continuam estreitos e desconfortáveis e invariavelmente se esbarra no ombro do “carona”. O porta-malas é que nem coração de mãe, com seus 460 litros e bom vão para colocar bagagens.

Por fora, a busca por um visual menos controverso e mais requintado passa pela grade em V com moldura cromada, semelhante aos outros sedãs da marca vendidos por aqui: o médio Sentra e o médio-grande Altima. Os faróis estão maiores e os para-choques, na frente e atrás, ficaram mais encorpados, deixando o Versa 4,5 cm maior – mas o visual traseiro continua esquisito.

New_Versa_1.0_S_4Com o novo motor 1.0, o Versa agora parte dos R$ 41.990. Além de ar e direção elétrica, todos os modelos já saem de fábrica com computador de bordo, acionamento elétrico dos vidros dianteiros, travas e retrovisores, regulagens de altura do banco do motorista e do volante, alarme com acionamento na chave, entre outros.

A SV 1.0 ganha o rádio/CD player com entradas auxiliar e USB, além de comandos no volante. Na carona, a versão recebe rodas de liga leve de 15 polegadas no lugar dos aros de ferro da versão de entrada. Custa R$ 3 mil a mais: R$ 44.490.

A “linha de frente” do Versa tem a tarefa de brigar com a base do mercado de sedãs compactos. A disputa é com variantes de entrada de Fiat Grand Palio, Chevrolet Prisma, Renault Logan, Ford Ka+, entre outros.

O grande pecado é que os equipamentos mais bacanas só são encontrados na nova configuração topo de linha Unique, a que a Nissan acredita que vá vender mais (é bom lembrar que, no Versa anterior, a “completaça” SL 1.6 respondia por quase dois terços de todas as vendas). É nesta em que se encontra o Nissan Connect, a central multimídia com tela de 5,8”, câmera de ré, GPS e interface com aplicativos do smartphone (dá para acessar Facebook, Google, Twitter…).

New_Versa_1.6_UniqueA Unique usa o conhecido motor 1.6 quatro cilindros que, assim como o 1.0, adotou a tecnologia da Bosch que elimina o tanquinho para partidas a frio. O propulsor 16 válvulas garante ao sedã um desempenho bem divertido no fim das contas.

O carro acelera bem e tem força de sobra. Nem é preciso muito esforço para alcançar velocidades mais altas e basta manter o giro alto que o carro se garante nas retomadas. Só que o nível de ruído continua um problema, principalmente acima dos 100 km/h, quando o carro parece pedir uma sexta marcha “imaginária”.

New_Versa_1.6_Unique_7No Versa Unique o ar-condicionado é automático e digital. Por dentro, o modelo ostenta também revestimento de couro e pontos de fixação para cadeiras infantis Isofix (padrão europeu) e Latch (EUA). Acabamento em preto brilhante na parte central do painel, cromados nas maçanetas e nas molduras dos faróis de neblina, rodas de 16” e piscas integrados nas capas dos retrovisores são outros itens diferenciados da versão.

Existe ainda uma versão 1.6 de entrada, a SV (R$ 46.500), com rodas de ferro, mas já com abertura interna da tampa do porta-malas, que recebe iluminação. Tem também alguns detalhes cromados no interior. A SL 1.6 continua em linha, agora como intermediária e preço de R$ 49.500. Leva a mais que a SV aros de liga leve, camurça nos bancos e no revestimento das portas, vidros elétricos traseiros, bancos bipartidos e cintos de três pontos para todos os ocupantes de trás.

Nissan Novo Versa 1.6 Unique (33)Os Versa mais caros têm a indigesta missão de brigar com as versões tops de Logan e Grand Siena, além de modelos como Chevrolet Cobalt, que tem o forte apelo do espaço interno, e algumas versões de HB20S. O drama, nesse caso, para a Nissan, é que todos os concorrentes já oferecem opões de câmbio automatizado ou automático.

A marca japonesa reconhece que é um equipamento que já é fator de compra, mesmo nesse segmento de mercado, e diz que estuda a aplicação de uma caixa automática ou robotizada. Só que, enquanto isso, o tempo vai passando. E os rivais se modernizando…

(*) O jornalista viajou à convite da Nissan.

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FICHA TÉCNICA

Nissan Versa

Preços: de R$ 41.990 (1.0) a R$ 54.990 (1.6 Unique)
Motores: dianteiro, transversal, flex, três cilindros, 12v, comando duplo variável de válvulas na admissão, 999cm³; potência de 77 cv a 6.200 rpm e torque de 10 kgfm a 4.000rpm; taxa de compressão de 11,2:1. dianteiro, transversal, flex quatro cilindros, 16v, comando duplo variável na admissão e no escape, 1.598cm³, potência de 111 cv a 5.600 rpm e torque de 15,1 kgfm a 4.000rpm
Transmissão: câmbio manual de cinco marchas. Tração dianteira
Suspensão: independente do tipo McPherson com barra estabilizadora na dianteira e eixo de torção com molas helicoidais e bara estabilizadora na traseira
Freios: a discos ventilados na dianteira e a tambores atrás. Com ABS e EBD
Pneus: 185/65 R15 e 195/55 R16 (Unique 1.6)
Dimensões: 4,42 m de comprimento, 1,69 m de largura, 1,50 m de altura e 2,60 m de entre-eixos
Pesos: 1.056 kg a 1.088 kg
Porta-malas: 460 litros
Tanque de combustível: 41 litros
Desempenho: 0-100km/h em 16s e máxima de 162km/h (1.0); 0-100km/h em 10,4s e máxima de 187km/h (1.6) – com álcool
Consumo: 1.0: 12,6 km/l (g) e 8,5 km/l (a), na cidade; 15,2 km/l (g) e 10,4 km/l (a), na estrada
1.6: 12,4km/l (g) e 8,6 km/l (a), na cidade; 14,8 km/l (g) e 10,2 km/l (a), na estrada (Inmetro)

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Fotos | Nissan/Divulgação

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