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Ao volante: Volkswagen Golf é o hatch médio do momento

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Modelo alemão, que havia parado no tempo, volta a ser referência no segmento com a chegada da nova geração, graças principalmente à mecânica eficiente e ao projeto atual

teste_vw_golf_7_10Alexandre Soares
Especial para o Autos Segredos

No último texto que publiquei no Autos Segredos (no caso, sobre o Jeep Cherokee), escrevi que os SUVs são os veículos que, de modo geral, me proporcionam menos prazer ao dirigir. Pois não é que, quase imediatamente após ele, fiquei incumbido de avaliar um hatch médio, tipo de carro que mais gosto de avaliar? Gosto deles porque, normalmente, são confortáveis, têm bom acerto mecânico, são práticos e costumam ter um toque de esportividade. Eu já escrevi matérias sobre quase todos os hatches médios do mercado brasileiro, incluindo Chevrolet Cruze Sport6 e Peugeot 308, aqui para o Autos Segredos, e Fiat Bravo e Ford Focus, no jornal onde trabalho. E, embora esta reportagem não seja comparativa, sinto-me com propriedade suficiente para ratificar algo que outros veículos de comunicação, no Brasil e no exterior, já afirmaram: atualmente, o Volkswagen Golf é o melhor de sua categoria. Confira, abaixo, porque ele é a nova referência do segmento.

teste_vw_golf_7_05No parágrafo acima, falei sobre prazer ao dirigir. O Golf sabe cativar quem se senta ao volante. O desempenho chega a ser surpreendente, quando se considera que o motor tem “apenas” 140 cv, número que não impressiona dentro do segmento atualmente. O hatch é extremamente ágil em quaisquer situações e em todas as faixas de rotações, inclusive nas baixas. Ao esticar as marchas, ele ganha velocidade de modo progressivo até a faixa vermelha do conta-giros, sem perder o fôlego em alta. Esse comportamento é fruto do moderno motor 1.4 TSi. Construído integralmente em alumínio (bloco e cabeçote) e equipado com turbocompressor, intercooler, quatro válvulas por cilindro, com duplo comando variável e sistema de injeção direta, entrega o considerável torque máximo de 25,5 kgfm já a 1.500 rpm, sendo que, a 1.400 rpm, o turbo já está soprando forte. E a potência máxima, embora não seja tão grande (140 cv, como já dissemos), também chega cedo, a 4.500 rpm, e se mantém constante até as 6.000 rpm. Outro responsável pela performance acima da média é o baixo peso: a versão Comfortline registra apenas 1.218 kg na balança, enquanto alguns concorrentes ultrapassam a marca dos 1.400 kg. E ele também é rápido na hora de frear: o conjunto formado por discos nas quatro rodas com ABS e EBD imobiliza o hatch com enorme eficiência.

teste_vw_golf_7_07Ótimo de acelerar e frear, o Golf segue agradando em estabilidade. A atual geração traz uma suspensão formada por conjuntos do tipo McPherson na dianteira e Multilink na traseira. O acerto tende mais para o rígido, para priorizar o equilíbrio em curvas, nas quais ele custa a dar sinais de subesterçamento, e quando dá, mostra-se fácil de corrigir. É realmente muito prazeroso encarar uma serrinha a bordo do modelo, onde ele chega a impressionar, uma vez que a versão avaliada não é, a rigor, esportiva. Ainda assim, não há desconforto: a suspensão  é justa, mas não dura, e não prejudica o rodar em uma tocada mais tranquila. O hatch consegue transpor trechos irregulares sem expor seus ocupantes a muitos sacolejos. A direção, com assistência elétrica, tem calibragem irretocável: é bastante leve em manobras e, graças à sua grande progressividade, suficientemente firme em alta. O câmbio manual de seis marchas, que equipava a unidade avaliada (há opcionalmente um automatizado de dupla embreagem e sete velocidades), é um dos melhores que já manejei. Os engates são suaves, curtos e precisos, enquanto o escalonamento é correto.

SEM PREJUÍZO AO CONSUMO

Além do bom desempenho, o Golf também apresentou baixo consumo, mostrando que o downsizing realmente veio para ficar. Na cidade, ele cravou médias de 10,2 km/l, enquanto na estrada, as aferições ficaram em torno dos 14,1 km/l. Vale lembrar que o modelo só bebe gasolina, e deverá se tornar flex já no segundo semestre, quando será nacionalizado. Como sempre, o Autos Segredos lembra que o consumo de combustível está relacionado a uma série de fatores, como as condições do tráfego, as características das vias, o relevo e o estilo de direção do motorista.

teste_vw_golf_7_25O posto de comando do Golf também colabora para uma condução prazeroza. O banco, muito ergonômico, apoia bem as pernas e as colunas, e as abas laterais oferecem apoio razoável em curvas, além de contar com regulagem de altura. O painel é completo (com termômetro de água, inclusive, como deve ser) e tem grafia tipicamente alemã: simples e objetiva. Pedais e volante estão perfeitamente alinhados, sendo que esse último, além de oferecer ótima pegada, é ajustável em altura e profundidade. Até a alavanca de marchas, posicionada perto da direção, parece ter sido pensada para agradar ao motorista. A visibilidade é boa para frente e para os lados, mas apenas razoável para trás, principalmente para as diagonais, onde as largas colunas C bloqueiam a visão, assim como já acontecia nas antigas gerações do hatch. Todavia, os retrovisores são muito bem-dimensionados e ajudam a amenizar essa característica. Mesmo na versão Comfortline, que tem faróis halógenos bi-parabólicos, a iluminação é boa. Por fim, os limpadores varrem boa área e são bastante silenciosos.

O acabamento é impecável: o Golf tem arremates perfeitos e utiliza materiais internos de qualidade. Painel e forrações das portas, por exemplo, têm superfícies emborrachadas e apliques metalizados. Na versão de entrada, os bancos são revestidos em tecido sintético, de toque agradável. O ponto fraco é o forro do teto solar, confeccionado em tecido perfurado, que em dias claros permite a entrada do sol mesmo fechado. Esse inconveniente, aliás, já foi notado em outros modelos da marca. O habitáculo dispõe de vários porta-copos e porta-objetos, a maioria deles com tampa, útil para não atrair a atenção de ladrões sobre pertences deixados no carro. O espaço interno é bom para um hatch médio. Quatro adultos se acomodam tranquilamente no habitáculo. Com cinco a bordo, não haverá folga, mas tampouco a convivência se tornará martirizante. Importante destacar que todos contam com cintos de três pontos e encostos de cabeça. Já o porta-malas é pequeno: com 313 litros, é o menor da categoria (vale lembrar que alguns concorrentes têm bagageiros de 400 litros). Ao menos a tampa abre um grande vão, que facilita as operações de carga e descarga.

teste_vw_golf_7_38BOM PACOTE DE SEGURANÇA

A versão Comfortline, apesar de ser a de entrada, vem com um bom pacote de série. O modelo traz rodas de liga leve aro 16, ar-condicionado (manual), sensores de estacionamento na dianteira e na traseira, sistema start-stop, vidros elétricos nas quatro portas com dispositivo one-touch, travas elétricas e retrovisores elétricos, sendo o direito com a função tilt-down, sistema multimídia com tela touchscreen de 5,8″, CD-Player, leitor de cartão de memória (SD-Card) e Bluetooth, alarme, chave com telecomando, assistente de partida em rampa, volante revestido em couro, computador de bordo e alerta de pressão dos pneus. A lista de itens segurança traz quase tudo que um carro deve ter. O Golf é equipado de fábrica com sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois do tipo cortina e um para os joelho para o motorista), controles eletrônicos de estabilidade e tração, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas e faróis e lanternas de neblina. Rodas de liga leve aro 17, controlador de velocidade, sensores de chuva a crepuscular, teto solar e central multimídia mais completa, com navegador GPS e comandos por voz, são opcionais. A Volkswagen também oferece o modelo com câmbio automatizado de dupla embreagem. Básico, o hatch é tabelado em 73.800. Completo, chega a R$ 96.367.

teste_vw_golf_7_30Feitas todas as considerações sobre o Golf, fica fácil entender porque ele é a nova referência da categoria: ele tem um conjunto mecânico de ponta, que proporciona dirigibilidade exemplar, aliado a uma construção refinada e a um pacote de equipamentos de série que prioriza os itens de segurança. O preço está longe de ser uma pechincha, mas é fato que está dentro da média de seu segmento. Sim, há alguns defeitos, entre os quais o mais notável é o porta-malas comparável ao de um compacto, mas isso não é fator determinante para todos os consumidores. Vale ressaltar que nenhum concorrente direto é ruim: todos os hatches médios do mercado brasileiro são bem-equipados e bem-acabados. Mas é fato que todos são mais antigos que o modelo da Volkswagen, principalmente em termos mecânicos. Como ainda vai demorar um pouco até a chegada de uma geração inteiramente nova de algum deles, hatch alemão ainda deverá ditar as tendências do segmento por mais algum tempo.

AVALIAÇÃO Alexandre Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas)  9 9
Consumo (cidade e estrada)  9 8
Estabilidade  9 9
Freios  9 9
Posição de dirigir/ergonomia  9 9
Espaço interno  9 9
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade)  7 9
Acabamento  9 9
Itens de segurança (de série)  9 9
Itens de conveniência (de série)  8 9
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção)  10 9
Relação custo/benefício  8 8

 

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FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, com injeção direta, turbocompressor e intercooler, a gasolina, 1.395 cm³ de cilindrada, 140 cv de potência máxima a 4.500 rpm a 6.000 rpm, 25,5 mkgf de torque máximo a 1.500 rpm

TRANSMISSÃO
Câmbio manual de seis marchas, tração dianteira

ACELERAÇÃO ATÉ 100 km/h (dado de fábrica)
8s4

VELOCIDADE MÁXIMA (dado de fábrica)
212 km/h

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, com ABS e EBD

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, independente, multilink, com barra estabilizadora

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio, 17 polegadas, pneus 225/45 R17 (opcionais)

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,255; largura, 1,799; altura, 1,468; distância entre-eixos, 2,630

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 50 litros; porta malas: 313 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 562 quilos; peso: 1.218 quilos

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Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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