Depois da empreitada na restauração do Volkswagen Fusca 1978 rumo à placa preta, cuja história foi mostrada aqui no Autos Segredos do começo ao fim (veja aqui), meu irmão Alisson Miler Vidal, dono do 78, resolveu partir para outro projeto. Desta a vez, a “vítima” foi uma Volkswagen Kombi 96. Assim como no Fusca, mais uma vez trabalhei como o “empreiteiro” da reforma. Optei por não contar a história aqui no site em partes como fizemos com o Fusca 78. Um dos motivos é que a Kombi ainda teria que esperar onze anos para ter a placa preta. Por isso, a opção foi dar uma customizada geral na velha senhora sem compromisso algum com a originalidade, exceto pela parte mecânica, que foi mantida como a original.

Agora, pronta a Kombi 96 partiu ontem (28/2) de Belo Horizonte rumo a Arraial D´ajuda (BA) e de lá ela passará por algumas cidades do litoral brasileiro até retornar para a capital mineira.

REFORMA

Desde a compra, a ideia era pintar o modelo em duas cores. A branca por ser a original seria mantida dos vidros para cima e no interior. Na parte debaixo, a única certeza é que teria que ser uma tonalidade azul. Chegamos a cogitar até mesmo usar o azul da Kombi Last Edition. Mas, logo descartamos por dois motivos: dificuldade em encontrar a tinta e também não passar a ideia de uma “cópia” da versão de despedida da velha senhora. Aliás, como é difícil conseguir uma boa tonalidade azul dos novos modelos da VW! Como não conseguimos nenhuma cor que despertasse o interesse, partimos para o catálogo de outras marcas. O azul estampado na Kombi 96 foi usado pela Renault em 2003, no Clio.

No geral, a 96 tinha uma boa estrutura e a lataria estava em bom estado. Por isso, o trabalho de pintura e lanternagem não deu muita dor de cabeça. De todo modo o banho de tinta foi completo.

Além da lataria, as rodas da 96 precisavam de uma reforma. Porém, em vez de usar a cor tradicional, tive a ideia de pintá-las na cor cinza que a Fiat usou nas rodas do Stilo BlackMotion. A cor ainda foi replicada nas calotas e nos aros do farol. As rodas foram calçadas com os pneus exclusivos para a Kombi. Optamos pelo Goodyear 185 R 14C.

Ainda no acabamento externo, retrovisores, grades, faróis e lentes das setas foram trocados por peças da Kombi moderna. Por estar trincado, o para-brisa original foi substituído por um degradê.

Internamente, o painel original foi mantido e somente o volante foi trocado pelo da Kombi moderna. Já os bancos foram todos reformados e ganharam um tecido cinza usado pela Amarok. Além disso, todo o interior foi forrado novamente com um courino na cor cinza.

Na reforma, o que deu mais trabalho foi a parte mecânica. A suspensão estava bem castigada pelos anos de trabalho e precisou ser refeita com novos amortecedores, buchas e afins. Os freios também foram refeitos e os discos dianteiros trocados, juntamente com o cilindro de freio.

Como toda Kombi, a 96 não escapou das folgas na direção e para diminuir um pouco o setor de direção também foi trocado. O motor 1.6 de carburação dupla estava em ordem e só foram retirados alguns vazamentos, enquanto os carburadores precisaram de uma geral.

Juntando todas as fases, a reforma da Kombi 96 durou uns nove meses. A última etapa que era fazer regularização da nova cor, já que o azul passou a ser predominante foi concluída na quinta-feira (26/2).

VIAGEM

Antes de viajar foi feito um seguro total para a Kombi, cuja apólice só foi aceita por ter sido feita em nome de pessoa jurídica. Com tudo resolvido, a Kombi 96 seguiu viagem ontem (28/2), partindo de Belo Horizonte rumo a Arraial D´ajuda (BA). Enquanto a Kombi era reformada, a viagem era planejada pelos amigos Ozilis Adalberto Ferreira, vulgo Beto e pelo Alisson Miler Vidal. O destino para Arraial D´ajuda foi sugerido por mim e acatado por eles. De lá, outras cidades litorâneas serão visitadas pelo trio (Alisson, Beto e Kombi 96).

A viagem teve início às 5h de ontem e o total de quilômetros percorridos no primeiro dia foi de 780. Partindo do Bairro Barreiro de Cima, os viajantes optaram por pegar BR-040 até o trevo de Curvelo e de lá seguir sentido Diamantina. Porém, em vez de seguir para a terra de JK, eles pegaram o caminho errado foram para a BR-251 em direção a Montes Claros (MG). Para corrigir a viagem eles seguiram pela 251 até o encontro com a BR-116, e de lá foram para Pedra Azul (MG). Um dos obstáculos relatados pelos viajantes foi o grande fluxo de carretas, e muitas delas transportando peças de turbina eólica.

Faltando 350 quilômetros para se chegar ao destino final, eles optaram por dormir em Pedra Azul e partiriam hoje de manhã (1/3) para Arraial D´ajuda.

Amanhã contaremos como foi a viagem até o destino final.

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Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos e Arquivo Pessoal