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Fiat Uno Mille – O fim de uma dinastia

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É bem capaz de que você nunca mais tenha a chance de comprar um carro zero quilômetro  com suspensão independente nas quatro rodas por menos de R$ 25.000. Com sorte, você também não encontrará algo no mercado tão espartano e valente. Algumas coisas mudarão dentro de algumas semanas, com o fim do estoque do velho Fiat Uno. A produção, por sua vez, será encerrada esta semana…fiatuno (18)

Depois de 30 anos explorando o Uno, a Fiat resolveu não gastar suas energias para mantê-lo em produção mesmo diante da obrigatoriedade de freios ABS e airbags. Historicamente seria possível… O melhor que pode fazer foi lançar a série Grazie Mille, um Uno Mille mais equipadinho, ainda que não tenha demonstrado a menor gratidão pelo compacto.

Primeiro carro global da Fiat, o Uno é resultado de duas frentes de criação, o primeiro o projeto 143 de Pier Giorgio Tronville, do Centro Stile Fiat e o 144, da Italdesign de Giorgetto Giugiaro. O que conhecemos é, em partes, o 144. O Uno que conhecemos é diferente do que começou a ser vendido na Europa em 1983 para substituir o 127.

 

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Após testes, a Fiat constatou que a suspensão original do Uno sucumbiria diante das condições viárias do Brasil. A suspensão traseira do Uno foi uma adaptação feita para o Brasil. A versão italiana, lançada em 1983 para substituir o 127 não resistiria ao uso intenso no Brasil. Trocar toda a suspensão traseira fez o espaço para o estepe sob o porta-malas ser comprometido. A solução foi abrir espaço sob o capô, na frente do motorista, como era no 147. Tal peculiaridade perdura até hoje, para isso, o capô teve que ficar um pouco mais alto. Sim, a suspensão traseira é independente e robusta, mas requer cuidados: as rodas traseiras exigem alinhamento periódico e tende a tornar a cambagem mais negativa à medida que o feixe de molas cede, ou por acréscimo de carga.

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E foi assim que em o Uno chegou ao mercado brasileiro, em três versões: S, a mais simples, a CS, a intermediária, e a SX, a top de linha. O Uno era a grande aposta da Fiat, mas em seu primeiro ano teve apenas 12.899 unidades vendidas, contra 28.093 unidades do 147. A família 147 – o próprio 147, Oggi, Panorama, Fiorino e 147 Pickup – estava prestes a ser substituída pela família Uno. Em 1985, o Uno vendeu 36.583 unidades, totalizando 21.808 carros a mais do que o 147. O pequeno ancião foi retirado de linha em 1987, ano em que teve apenas 490 unidades vendidas.

Ele era apenas o primeiro de uma família completa de modelos. Logo em 1985, a Fiat lançou o Prêmio, versão sedan do Uno. Sua traseira alta e suas lanternas chamativas foram características marcantes do modelo, que fez sucesso, ao contrário do seu predecessor, o Oggi. Um ano depois, em 1986, veio a Elba, versão StationWagon do Uno. Tinha como um dos principais argumentos na época o porta-malas que ultrapassava os 500 litros, com bancos rebatidos. Seis anos depois a Elba derrubaria Fernando Collor

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Em 1988 foi lançado o furgão da família Uno: o Fiorino. Fez bastante sucesso, por ser relativamente barato e resistente – tanto que durou até este ano. Junto do Fiorino, foi lançado o Uno Pickup, rebatizado de Fiorino Pickup em 1992, e o Uno Furgão, uma alternativa barata para quem precisava de um veículo versátil e que pudesse levar um determinado número de cargas.

A família Uno estava, assim, devidamente formada. Entre as motorizações, um 1.3, um 1.5 de 82 cv (83 cv no 1.5R) e o 1.6 de 88 cv. Em 1990, outra mudança: é lançado o Mille, com apenas 48 cv, para inaugurar o mercado de 1000 cm³. Em uma tentativa de se valer de redução de impostos e aproveitar para cortar tudo que era possível, como o retrovisor do lado direito, no intuito de reduzir custos.

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Em 1991, toda a linha Uno é reestilizada, ganhando a “frente baixa”, que garantiu modificações futuras por partes dos donos de modelos anteriores à reestilização. Com um design mais sóbrio, o Uno ganhou injeção eletrônica nas versões S e CS em 1992 e, em 1993, ganhou a versão Eletronic, que trazia ignição eletrônica e, enfim, a opção de quatro portas.

No ano seguinte, com vendas baixas, o Prêmio sai de linha. Nos últimos anos em linha, a partir de 1991, no período pós-reestilização, o Prêmio ganhou versões com um certo requinte, como por exemplo, a CSL. O mesmo correu com a Elba, principalmente na versão Top. Ainda em 1994, inicia-se a produção do Uno Turbo, o primeiro carro nacional com tuirbo de série em seu motor, um 1.4 de 116 cv.

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A Elba, por sua vez, foi descontinuada em 1996, ano em que o Palio foi lançado. O Uno Turbo se foi no mesmo ano. A intenção do Palio foi substituir o Uno, porém, apesar de ter superado o modelo em alguns anos em vendas, o baixo custo de produção do Uno e seu custo x benefício garantiu o sucesso do Uno até agora.

As atenções se voltavam para o Uno, com a Fiorino seguindo seus passos. Ainda em 1996 o Uno 1.5 era descontinuado e o Mille ganhava pequenas atualizações estéticas. Versões como SX e Young foram lançadas em 1997. Em 1999, a Fiorino Pickup sai de linha, após ter seu lugar roubado pela Strada, recém-lançada. Já nos anos 2000, o modelo ganhou a versão básica Smart, que custava em torno de R$ 11.000 na época. No ano seguinte, o modelo ganha o motor Fire 1.0 de 55 cv, substituindo o motor Fiasa.

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Assim, o Uno permaneceu praticamente sem mudanças até 2004, quando completou 20 anos de produção. O modelo foi reestilizado, ganhando novos faróis, lanternas e interior, apesar as linhas permanecerem as mesmas do Uno de 1984. O design, que anteriormente estava cansado, conquistou novos consumidores. Pacotes como Celebration ofereciam cada vez mais equipamentos inéditos no modelo, como por exemplo, a direção hidráulica, e ainda foi lançada a versão aventureira Way.

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Em 2009, após quase 5 anos sem grandes mudanças, o Uno ganha uma pequena mudança estética, ganhando lanternas mais escuras. Por dentro, a antiga alavanca de câmbio é substituída por uma mais moderna, e o volante ganha o novo logo da Fiat. O modelo ainda passou a ser oferecido com o kit Top, incluindo rodas de liga leve, o que garantiu um charme extra na bota ortopédica de 25 anos. Além disso, o modelo ganhou a versão Economy, que oferece um econômetro, dispositivo que auxilia o condutor a economizar combustível.

Àquela altura já eram mais consistentes os rumores em torno do Projeto 327, que em tese substituiria o Uno. No início, os protótipos eram praticamente caixas de espuma, de tão camuflados. “Daquilo” sairia o Novo Uno, o quadrado redondo da Fiat, lançado em maio de 2010 e que no ano que vem deverá passar por sua primeira reestilização.

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Mas o fim chegou. O velho Uno foi versátil como poucos carros foram. Teve motores pequenos, como o primeiro 1.0 com 48 cv, até um lendário 1.4 turbo com 116 cavalos, versões pé-de-boi, aventureira e umas até com certos mimos. Isso sem contar com sua prole, o sedã Premio, a perua Elba e ainda a Fiorino, em versões picape e furgão. O problema estaria na viabilidade técnica para instalar um airbag para o passageiro dianteiro e ainda bem que a Fiat resolveu não tentar adaptar. O Uno teve sua época e já tem uma nova geração, que nem custa tão mais caro. Aliás, vendo por este lado, o Uno Mille estava um tanto caro… É o fim de sua linhagem, de sua dinastia…

 Curiosidades:

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Histórico de versões:

– Em 1987 o Uno Turbo i.e. europeu passou a ter freios ABS. Considerando que tivemos Fiorino com airbag para o motorista…

– O Uno teve câmbio CVT em seus primeiros anos de comercialização na Europa.

– A grade do Uno mudou em todos anos entre 2002 e 2008.

– Após comprar a Innocenti, a Fiat passou a exportar para Europa Uno, Prêmio (Duna) e Elba, com algumas alterações. A Innocenti foi extinta em 1996.

– De tão pelado, o primeiro Fiat Uno Mille não tinha sequer retrovisor do lado esquerdo, que ainda não era obrigatório.

– Na Europa a Fiat conseguiu substituir o Uno com o lançamento do Punto, mas não teve sucesso ao tentar substituir o Uno com o Palio no Brasil.

– Há poucos anos o Fiat Uno teve versão 1.2 Flex de 74 cv vendida na África do Sul.

– Quase 1/3 da produção da Elba foi exportada.

 – Fiat Uno

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Fiat Uno S (1984-1994)

Motores: 1.0 (gasolina) 1.3 (gasolina) 1.3 (etanol) 1.5 (gasolina) 1.5 (álcool) 1.5 i.e. (gasolina)

Fiat Uno CS (1984-1996)

Motores: 1.3 (gasolina) 1.3 (álcool) 1.5 (gasolina) 1.5 (etanol) 1.5 i.e. (gasolina) 1.5 i.e. (etanol)

Fiat Uno SX (1984-1986)

Motores: 1.3 (etanol)

Fiat Uno 1.5R (1987-1989)

Motores: 1.5 (gasolina) 1.5 (etanol)

Fiat Uno 1.6R (1989-1994)

Motores: 1.6 (gasolina) 1.6 (etanol) 1.6 MPI (gasolina) 1.6 MPI (etanol)

Fiat Uno Turbo (1994-1996)

Motores: 1.4 turbo (gasolina)

Fiat Uno Mille (1990-1993)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille Brio (1991-1991)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille Eletronic (1992-1995)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille ELX (1994-1995)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille EP (1995-1996)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille Fire (2001-2005)

Motores: 1.0 (gasolina)

Fiat Uno Mille Flex (2005-2008)

Motores: 1.0 (gasolina/etanol)

Fiat Uno Mille Way (2006-2008)

Motores: 1.0 (gasolina/etanol)

Fiat Uno Mille Way Economy (2008-presente)

Motores: 1.0 (gasolina/etanol)

Fiat Uno Mille Fire Economy (2008 – presente)

Motores: 1.0 (gasolina/etanol)

Fiat Uno Grazie Mille (2013 – 2013)

Motores: 1.0 (gasolina/etanol)

– Fiat Elba

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Fiat Elba S (1986-1991)

Motores: 1.300 cm³ (gasolina) 1.300 cm³ (etanol) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (etanol)

Fiat Elba CS (1986-1992)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (etanol) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (etanol)

Fiat Elba CSL (1988-1994)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (etanol) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (etanol) 1.600i.e. cm³ (gasolina) 1.600 i.e. cm³ (etanol)

Fiat Elba Weekend (1991-1996)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (etanol) 1.500 i.e. cm³ (gasolina)

– Fiat Premio

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Fiat Premio S (1985-1993)

Motores: 1.300 cm³ (gasolina) 1.300 cm³ (álcool) 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (álcool) 1.500 i.e. cm³ (gasolina) 1.500 i.e. cm³ (álcool)

Fiat Premio SL (1988-1992)

Motores: 1.300 cm³ (gasolina) 1.300 cm³ (álcool) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (álcool) 1.500 i.e. cm³ (gasolina)

Fiat Premio CS (1985-1994)

Motores: 1.300 cm³ (gasolina) 1.300 cm³ (álcool) 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (álcool) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (álcool) 1.500 i.e. cm³ (gasolina)

Fiat Premio CSL (1987-1994)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (álcool) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (álcool) 1.600 i.e. cm³ (gasolina)

– Fiat Uno Pickup / Fiorino Pickup

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Fiat  Uno Pick-up (1988-1992)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (álcool) 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (álcool)

Fiat  Fiorino Pick-up (1992-1996)

Motores: 1.000 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (gasolina) 1.500 cm³ (álcool) 1.000 i.e. cm³ (gasolina) 1.500 i.e. cm³ (gasolina) 1.500 i.e. cm³  (álcool)

Fiat  Fiorino LX (1992-1996)

Motores: 1.600 cm³ (gasolina) 1.600 cm³ (álcool) 1.600 i.e. cm³ (gasolina) 1.600 MPI cm³ (gasolina)

Fiat  Fiorino Working (1996-1999)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina)

Fiat  Fiorino Trekking (1995-1998)

Motores: 1.500 cm³ (gasolina)

– Fiat Fiorino Furgão

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Fiat Fiorino (1988-2013)

Motores: 1.0 (gasolina) 1.0 i.e. (gasolina) 1.3 (gasolina) 1.3 (álcool) 1.3 i.e. (gasolina) 1.3 (gasolina/álcool) 1.5 i.e. (gasolina) 1.5 i.e. (álcool) 1.3 (gasolina/etanol)

– Fiat Uno Furgão

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Furgão (1988-2012)

Motores: 1.3 (gasolina) 1.3 (álcool) 1.5 (gasolina) 1.5 (álcool) 1.5 i.e (gasolina) 1.5 i.e (álcool) 1.3 (gasolina/etanol)


Fotos | Fiat/Divulgação

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