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Lançamento Peugeot 208 – O pulo do gato

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Compacto premium é a grande aposta da Peugeot para o mercado brasileiro

Por Luiz Arthur Peres (*)
Especial para o Autos Segredos
De Búzios (RJ)

A responsabilidade é grande, mas o Peugeot 208 tem cara e conteúdo suficientes para enfrentar sua missão com louvor a partir do mês de abril, quando chega às concessionárias da marca. Com desenho moderno, opções de motores 1.5 e 1.6 16V e conteúdos inéditos no segmento, o novo lançamento da marca francesa recebeu a incumbência de provocar o mesmo sucesso do 206, quando do seu lançamento.  Apesar do que poderia sugerir a nomenclatura sequencial, o 208 não chega para substituir o 207. Ele, na verdade, vai ocupar a parte superior do segmento de compactos hatch, com uma proposta mais premium que o atual modelo, que continua sendo comercializado sem alterações na sua configuração.

E a maior aposta da Peugeot é mesmo nesta fatia do segmento. Afinal, a expectativa da marca é de comercializar até 3 mil unidades/mês do novo modelo para fazer jus ao investimento de R$ 800 milhões, aplicados na linha de montagem e no desenvolvimento das adequações de produto. “Será o carro mais vendido da Peugeot no Brasil, já em 2013” profetiza Frédéric Drouin, Diretor Geral da Peugeot do Brasil. Para ter uma ideia da importância deste carro para a marca, a média de vendas do 207 está em torno de 700 a 800 unidades/mês. Além do mercado brasileiro, o modelo produzido na fábrica da PSA (Grupo mundial que controla as marcas Peugeot e Citroën), com 84% de índice de nacionalização, em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, vai abastecer também o mercado argentino. O Brasil é o único país fora da Europa (já foram produzidos mais de 250 mil unidades na França e Eslováquia) onde o modelo será montado. Ele utiliza a mesma plataforma, que o Citroën C3, considerada pela PSA a mais moderna do Grupo e que vai gerar também, a partir do final de 2014, o crossover 2008.

Para conquistar o seu lugar ao sol em um competitivo e efervescente segmento, o 208 já chega com bons números no currículo: na Europa, ele lidera o segmento B (hatch compacto) o que lhe confere o título de vice-líder do mercado em todo o velho continente. Para tentar repetir o sucesso por aqui, o novo modelo ataca com um visual que traz a nova identidade da marca, apresentada em 2010 no carro conceito SR1, e estreado aqui a bordo do 508.  O design esportivo, temperado com molho tecnológico, chama atenção pelo conjunto ótico com luzes em LED na frente e atrás. Por fora, o carro made in Brazil é praticamente igual ao seu irmão europeu. As poucas modificações empreendidas pelo centro de desenvolvimento da Peugeot no Brasil se fizeram necessárias para atender à realidade das nossas vias e do gosto do brasileiro.

As maiores diferenças entre os dois carros atingiram os para-choques, que, no Brasil, ganharam entradas de ar dianteiras mais generosas para otimizar o sistema de refrigeração do carro e o funcionamento do ar condicionado, que também teve o seu sistema reforçado. Na traseira, a novidade é a ponteira do escapamento aparente, o que realça o apelo esportivo do modelo. Além disso, o 208 recebeu uma nova calibração na suspensão para aguentar as condições precárias das nossas vias, o que deixou o carro com uma distância do solo 10 mm maior. Por conta do reforço no ar condicionado, a Peugeot achou prudente, também, adotar uma bateria mais forte por aqui.

No interior, o painel de instrumentos do modelo brasileiro ganhou novo grafismo, com cores mais fortes, porém o que mais chama atenção no habitáculo, logo que se entra, é mesmo o volante de tamanho reduzido – tem 330 mm enquanto os demais volantes têm, geralmente, entre 370 mm a 380 mm. No ambiente envolvido por um acabamento bem cuidado, outros destaques, disponíveis a partir da versão intermediária, são o grande teto solar e a tela de 7” do sistema que concentra os controles do sistema de som, Bluetooth, GPS e ajustes de algumas funções do carro. A presença desta engenhoca multimídia, e do ar condicionado com regulagens independentes para motorista e passageiro, marcam a estreia destes tipos de recursos no segmento de hatchs compactos no Brasil. No caso da versão equipada com motor 1.6, o 208 quer atrair o consumidor também com outros itens de apelo tecnológico, como sensor de estacionamento traseiro, sensores de chuva e crepuscular (faróis automáticos) e piloto automático.

Além da adição de modernos equipamentos e do design mais arrojado, o novo hatch premium da Peugeot também se distancia do 207 nas dimensões, quase um pré-requisito para se enquadrar como um autêntico hatch compacto premium: o novo carro ficou 95 mm mais comprido, ganhando principalmente na distância entre eixos, o que garantiu a adição de 80 mm de espaço para as pernas no banco traseiro. O resultado prático é que a grande maioria das pessoas, que se acomodarem atrás, não corre o risco de raspar as pernas no encosto do banco dianteiro. Os mais altos vão encontrar ainda mais espaço, se sentarem atrás do passageiro, que conta com muito espaço à sua frente graças à posição recuada do porta-luvas, o que inibe a necessidade de se chegar o banco para trás, mesmo para pessoas de 1,90 m, por exemplo.

Sob o capô, o 208 apresenta duas opções de motorização que seguem a proposta mais sofisticada do modelo, que, segundo a Peugeot, não tem previsão de se exibir em uma versão 1.0. O propulsor 1.5 8v, que equipará as versões Active (R$ 39.990) e Allure (R$ 45.990), gera potência de 89cv, com gasolina, e 93cv com álcool. No torque, os números são, respectivamente, 13,5 mkgf e 14,2 mkgf. Já o motor 1.6 16V, que estará na versão Griffe (R$ 50.690, câmbio mecânico, e R$ 54.690, câmbio automático), tem o destaque de trazer a tecnologia Flex Start, que elimina o tanque de gasolina para partida a frio, popularmente conhecido como tanquinho. Ele produz 115 cv e 15,5 mkgf, na gasolina, e 122 cv com 16,4 mkgf, quando abastecido com álcool. Além do câmbio mecânico de 5 marchas, o motor top de linha pode ainda ser combinado com o câmbio automático de 4 marchas. Diante dos questionamentos sobre o fato de não oferecer um câmbio automático mais sofisticado, como o seis marchas disponível no 308 THP, a Peugeot responde que esta é a melhor opção em termos de relação Custo X Benefício e atende perfeitamente aos anseios do cliente deste segmento.

Com a esportividade nas mãos

A Peugeot alardeia que a esportividade está no DNA da marca. E no 208, para explicitar esta sua vocação, a montadora decidiu ousar no volante, literalmente. Ao adotar um modelo de dimensão menor, a marca do leão aumentou a sensação de direção arrojada. Isto deve resgatar, nos mais velhos, lembranças de um tempo, quando muitos brasileiros tinham o hábito de trocar o “volantão” original dos seus carros de passeio, por modelos menores, comprados em butiques automotivas. Com boa pegada, e em conjunto com a correta direção elétrica, o “volantinho” transmite a sensação de se ter o carro na mão, sensação reforçada pela presença dos controles do sistema de som e do Bluetooth. Nem mesmo em manobras de estacionamento, as dimensões reduzidas são um dificultador.

Um efeito colateral do ousado volante é que a visualização do painel de instrumentos passou a ser por cima dele e não por dentro do aro superior, como normalmente acontece. Longe de ser um problema, ele deve exigir uma preocupação a mais do motorista para se acomodar corretamente no cockpit, o que não é uma tarefa difícil, dados os ajustes disponíveis no próprio volante (profundidade e inclinação) e no envolvente banco do condutor (altura).

Bem acomodado, é possível desfrutar das boas respostas do motor 1.6, que, como todo motor moderno que se preze atualmente, apesar de ser um 16 válvulas, não sofre com a falta de força em baixas rotações, o que já foi um estigma dos multiválvulas. Já a partir das 2.500 rpm, o 1.6 mostra ao que veio, demonstrando bom fôlego e rápidas retomadas de velocidade, que garantem ultrapassagens mais seguras, principalmente em vias de mão dupla. Tudo administrado pelo câmbio de engates precisos, apesar de um pouco longo. E para resguardar tudo isso, a suspensão bem calibrada garante a neutralidade do carro nos traçados mais sinuosos. O Peugeot 208 não amarelou nem diante das precárias condições que assolam a maioria das estradas no país, enfrentando buracos e lombadas com a mesma naturalidade demonstrada nas raras e corretas autopistas. Melhor assim, já que com este comportamento, todos a bordo se sentem mais tranquilos para aproveitar a sensação de liberdade transmitida pelo amplo teto solar.

 (*) Jornalista viajou a convite da Peugeot do Brasil

Fotos | José Mario Dias/Peugeot/Divulgação e Vídeo | Peugeot/Divulgação

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