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Ao Volante: Prazer ao dirigir é o foco do Ford Focus

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Hatch médio da Ford mantém a dirigibilidade como maior virtude. A versão Titanium, avaliada pelo Autos Segredos, é top de linha e traz muitos equipamentos, mas tem preço elevado

Eu tinha quase 17 anos quando a Ford lançou a primeira geração do Focus no Brasil, em julho de 2000. Lembro-me que, desde o início, a mídia especializada fez muitos elogios à dirigibilidade do hatch, mas o estilo New Edge adotado na época me causava estranheza. O tempo fez com que eu me acostumasse ao design e passasse até a gostar dele. Em 2008, quando o modelo atual chegou ao país, a história se repetiu apenas em parte: a imprensa automotiva continuava a destacar as mesmas virtudes, mas as formas da carroceria foram suavizadas, seguindo a linguagem Kinetic, que o fabricante emprega agora. O resultado é um carro capaz de agradar aos olhos de mais pessoas e que tem conseguido melhores números de vendas.

Já na fase adulta, tive a oportunidade de experimentar as duas gerações do Focus, e posso afirmar que os elogios dos colegas jornalistas são justos. A sensação é que a Ford priorizou o motorista quando estava desenvolvendo o projeto do veículo. Os passageiros, por outro lado, não foram esquecidos: ficam bem acomodados e contam com bastante espaço, proporcionado pelo entre-eixos de 2,64 m. O acabamento interno também satisfaz, com arremates corretos e materiais emborrachados nos revestimentos das portas e do painel. O porta malas, porém, é apenas razoável, com 328 litros de capacidade. Pelo menos o vão de acesso ao compartimento é grande, o que permite a entrada de volumes maiores.

ENGENHARIA Uma rápida olhada na ficha técnica explica, em grande parte, o motivo do grande sucesso de crítica. O motor é todo confeccionado em alumínio, tem quatro válvulas por cilindro, comando de admissão variável e corrente no lugar da correia dentada. Com gasolina e etanol, na ordem, o propulsor gera 143/148 cv a 6.250 rpm e 18,8/19,5 mkgf a 4.250/5.250 rpm. Apesar de o torque máximo surgir em altas rotações, a força é bem distribuída entre todas as faixas de giro: segundo a Ford, há cerca de 15 mkgf às 1.500 rpm e 18 às 2.500. Assim sendo, não falta fôlego nos regimes mais baixos. A suspensão, Mc Pherson na frente e multilink atrás, foi acertada de modo a proporcionar ótima estabilidade, sem abrir mão da boa absorção das irregularidades do solo.

A versão automática tem um grande ponto fraco: o câmbio de apenas quatro velocidades. Contudo, nos carros equipados com transmissão manual, como o avaliado pelo Autos Segredos, não há o que reclamar: além de uma marcha a mais, a caixa tem engates curtos, macios e bastante precisos. As relações são longas, mas corretas. A direção oferece três programas de ajuste, reguláveis por meio do computador de bordo: normal, esportivo e conforto. Quem tem dificuldade ou preguiça de operar o menu eletrônico, pode ficar tranquilo, pois no modo convencional há bastante precisão em altas velocidades e maciez em baixas.

DESENVOLTURA Ao se acelerar hatch, os recursos mecânicos são logo percebidos.  A estabilidade é excelente, ao mesmo tempo em que o rodar é sólido, macio e silencioso. A posição de dirigir é igualmente boa, assim como a visibilidade para a frente e para os lados. Para trás, a visão é razoável, mas não chega a comprometer. O motor proporciona ótimo desempenho, além de ser muito suave mesmo nas rotações mais altas. É realmente um prazer encarar uma estrada desimpedida ao volante do Focus. No trânsito engarrafado, situação infelizmente mais comum, o motorista encontra conforto de sobra, pois o  Titanium é recheado de equipamentos. A versão top de linha vem com bancos em couro, teto solar, ar-condicionado digital com controles independentes de temperatura para motorista e passageiro e som com viva-voz e bluetooth, entre outros mimos.

O sistema de partida Ford Power, bastante divulgado pela publicidade da marca, é interessante, mas não chega a ser mais prático que a ignição convencional. A operação de apertar um botão para ligar o motor é inegavelmente mais simples que a de inserir a chave no contato e girá-la, mas a vantagem é anulada pela obrigatoriedade de se pisar na embreagem ao mesmo tempo em que se aciona tecla no console, para evitar comandos involuntários. Alguns podem sentir falta de rodas de rodas aro 17, mas cá entre nós, os componentes aro 16 que equipam o carro estão de bom tamanho. O Focus é um devorador de curvas mesmo com o conjunto de menores dimensões, que ainda é mais apropriado para as péssimas condições das ruas e estradas brasileiras.

SEGURANÇA Ausência lamentável é a do conjunto de airbags laterais, que não pode ser adquirido sequer como opcional. Há apenas bolsas frontais, acompanhadas de freios (a disco nos dois eixos) com dispositivos ABS, EBD e CBC. O banco traseiro dispõe de cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os passageiros. Os faróis dianteiros são direcionais fazem a diferença, principalmente em vias com pouca ou nenhuma iluminação. Quando devolvi o veículo, senti falta do equipamento.

O consumo, de acordo com o computador de bordo do carro, não correspondeu às expectativas. Com gasolina no tanque, o hatch não passou da média de 7 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. Os números podem ser explicados, em parte, pelos 1.347 quilos do veículo, peso bem alto para a categoria. Aliás, o Focus é corpulento também no que diz respeito às dimensões externas. A carroceria, apesar de ser hatch, mede 4,35 metros de comprimento por 1,84 de largura.

FIM DAS CONTAS Não há dúvida de que o Focus é um ótimo automóvel. O hatch médio da Ford ainda é referência na categoria no mercado brasileiro, apesar da defasagem em relação ao modelo Europeu (a terceira geração, à venda no velho continente, deverá chegar aqui em 2013).  O problema é o preço cobrado pelo Titanium. Na tabela, a versão manual custa R$ 71.660, e a automática, R$ 76.410. É muito dinheiro, mesmo para um top de linha. Por esse valor, o veículo poderia vir ainda mais recheado, com equipamentos como controles eletrônicos de tração e estabilidade, GPS integrado ao painel e câmera de ré, além do já citado conjunto de airbags laterais. A versão GLX 2.0, que entrega alguns equipamentos a menos, mas custa a partir de R$ 62.440, parece ser uma opção mais racional.

FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina/etanol, 1.999 cm³ de cilindrada, 143cv (g)/148cv (e) de potência máxima a 6.250 rpm, 18,8 mkgf (g)/ 19,5 mkgf (e) de torque máximo a 4.250/5.250 rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco marchas

DIREÇÃO
Pinhão e cremalheira, com assistência eletroidráulica e três programas de ajuste

FREIOS
Discos nas quatro rodas, com ABS, EBD e CBC

SUSPENSÃO
Dianteira, independente, McPherson, com braços inferiores e barra estabilizadora; traseira, independente, multilink, com braço de controle e barra estabilizadora

RODAS E PNEUS
Rodas em liga de alumínio, 7 x 16 polegadas, pneus205/55 R16

DIMENSÕES (metros)
Comprimento, 4,35; largura, 1,84; altura, 1,49; distância entre-eixos, 2,64

CAPACIDADES
Tanque de combustível: 55 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 400 quilos; peso: 1.347 quilos

Fotos |  Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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